Artigo – Com o incremento do agro, Goiás continuará crescendo
Antônio Carlos de Souza Lima Neto*
Quem percorre as diferentes regiões do nosso Estado percebe o quanto Goiás possui aptidão para a agropecuária. Dos 246 municípios goianos, 77 têm o agro como principal composição do Produto Interno Bruto (PIB). Se avaliarmos as cidades onde o setor está como segunda ou terceira atividades mais importantes, o número sobe para 183 municípios. Esse desempenho do setor agropecuário, que teve incremento de 18% nos primeiros três meses de 2020, se comparado ao mesmo período do ano passado, contribuiu para que Goiás alcançasse estimativa de crescimento de 3,4% no PIB no primeiro trimestre do ano. Isso representa mais do que números: significa desenvolvimento no campo e nas cidades, geração de emprego e renda, fortalecimento das indústrias e do comércio, impulso à educação e à promoção social.
Seja na produção de grãos, na pecuária ou mesmo em pequenas atividades, como aquelas ligadas à agricultura familiar, Goiás tem registrado dados impressionantes que só comprovam a pujança e o protagonismo do nosso agro na economia goiana. Na safra 2019/2020, por exemplo, saltamos da quarta para a terceira posição na produção de grãos, especialmente nas culturas de soja e milho. É o reconhecimento do potencial do agro e do compromisso de nossos produtores e trabalhadores rurais que, com muito trabalho e esforço, têm fortalecido o setor rural goiano. É motivo de orgulho ver o quanto o campo se transformou ao longo dos anos e tem se desenvolvido com o passar do tempo, incorporando tecnologia, inovação, pesquisa, conhecimento e sustentabilidade.
O reflexo de toda essa evolução não é só da porteira para dentro. O agro goiano é hoje referência além das divisas do Estado e das fronteiras brasileiras. Só para citar alguns exemplos, no ranking nacional, Goiás está em primeiro lugar na produção de sorgo e de tomate, e em segundo no cultivo de cana, girassol e na criação de bovinos. O segmento é ainda responsável por 80,9% de tudo que foi exportado no Estado no primeiro semestre deste ano e vem trabalhando para ampliar negócios internacionais, estabelecendo novas parcerias comerciais com vários países.
É impossível não citar o agro nesse momento tão difícil que todos estão passando, com a pandemia do novo coronavírus. É um setor que manteve suas atividades, seguindo todas as orientações de segurança, para garantir a crescente demanda por alimentos e o abastecimento da população. Tenho certeza que o setor será fundamental para a recuperação econômica do nosso País e se manterá como pilar do desenvolvimento do Estado.
Porém, os resultados positivos do agro, antes da pandemia e agora com a crise da Covid-19, só são possíveis também porque o Governo de Goiás tem atuado para que políticas públicas sejam estabelecidas para estimular a agropecuária, possibilitar maior segurança aos produtores e trabalhadores rurais e fortalecer as cadeias produtivas em nosso Estado. Em 2019, uma das primeiras medidas tomadas pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, foi a recriação da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Antes de ser eleito, Caiado tinha assumido esse compromisso, junto a todos que integram esse importante setor, porque para ele era inconcebível um Estado, que tem no agro o sustentáculo da economia, não possuir uma Secretaria que os representasse.
Desde então, houve o fortalecimento do segmento com o trabalho desenvolvido pela Seapa e suas jurisdicionadas, como Emater, Agrodefesa e Ceasa, órgãos que de forma integrada têm conduzido a política agropecuária no Estado e dado a atenção necessária para que o setor continue a crescer em Goiás, seja por meio da formulação e execução de políticas de assistência técnica, extensão rural, pesquisa agropecuária, sanidade animal e vegetal e abastecimento, ou pelo fomento ao desenvolvimento rural e fundiário. São ações, projetos, programas e atividades que atendem às demandas não só do campo, mas que impactam positivamente quem vive nas cidades também.
Porém, as melhorias só ocorrem por causa da atuação conjunta entre poder público e entidades que representam o agro goiano. São instituições que proporcionam transformação no campo por meio do trabalho de assistência técnica, educação, formação profissional, promoção social, empreendedorismo, inovação, formação de jovens líderes, sucessão familiar, entre tantos outros. Essas entidades também não medem esforços para levar benefícios aqueles que são responsáveis por fortalecer a economia do nosso Estado.
Reforço que o trabalho conjunto, em prol do agro, é fundamental para o desenvolvimento de políticas e ações que possam atender as demandas das cadeias produtivas rurais e permitir que a agropecuária continue a ser a mola propulsora da nossa economia. Com o incremento do agro, Goiás continuará crescendo!
*Antônio Carlos de Souza Lima Neto é secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Artigo publicado originalmente no Jornal Diário da Manhã, em 15 de julho de 2020).