Artigo – Impulso do agro

Antônio Carlos de Souza Lima Neto*

A cada nova divulgação de dados da safra de grãos, Valor Bruto de Produção (VBP), Produto Interno Bruto (PIB) e comércio exterior, a agropecuária confirma seu protagonismo na economia goiana. Apesar da pandemia do novo coronavírus ter impactado diversos setores econômicos, o agro mantém números positivos e expressivos, que resultam na geração de emprego e renda no Estado. Somente no primeiro trimestre deste ano, 307 mil novos postos de trabalho foram criados com a agricultura, crescimento de 4,4% em relação ao mesmo período de 2019, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses empregos são mais que estatísticas, representam a inclusão de pessoas no mercado de trabalho e a distribuição de renda para famílias em um período extremamente sensível para o País.

No caso da safra de grãos 2019/2020, Goiás segue a curva de crescimento de produção e deve registrar números recordes, superando a taxa de crescimento média nacional. O Estado deve colher 26,7 milhões de toneladas, com aumento de 8,4% em relação à safra anterior, de acordo com o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), enquanto a produção brasileira está estimada em 251,4 milhões de toneladas na safra 2018/2019. Por causa desse resultado, nosso Estado subiu um degrau no ranking e agora é o terceiro maior produtor de grãos do Brasil. Os destaques são soja e milho, mas Goiás tem diversificado a pauta de produção e registrado índices crescentes em outras culturas também, como é o caso de arroz, feijão e sorgo.

Seja da porteira para dentro ou para fora, o segmento vem crescendo e tem conquistado cada vez mais espaço além das fronteiras do Brasil. Em junho deste ano, o agronegócio representou 85,1% das exportações goianas, com valor total de US$ 648,647 milhões. Uma das áreas que chama a atenção é a exportação de açúcar, que cresceu 259,1% neste ano em relação ao mês de junho de 2019. Também tivemos aumento significativo das exportações totais goianas para a China. No acumulado do ano, ou seja, no primeiro semestre de 2020, o agronegócio corresponde a 80,9% das exportações totais, com mais de US$ 3,230 bilhões, resultando em um incremento de 28,7% em relação aos seis primeiros meses do ano passado. Esses valores só comprovam a relevância e a força do nosso segmento como mola propulsora da economia goiana.

Tudo isso só é possível com a junção de fatores. São produtores que, adotando todas as medidas e normas de segurança para evitar a disseminação do coronavírus, não pararam de trabalhar no campo para garantir a produção de alimentos e o abastecimento para a população. É o reconhecimento do governador Ronaldo Caiado da importância do segmento para o desenvolvimento de Goiás e como o agro pode trazer de benefícios para toda a sociedade. Por isso, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e suas jurisdicionadas, como Agrodefesa, Ceasa e Emater, tem atuado para garantir políticas públicas de incentivo e apoio ao agro, assim como a busca pela abertura de novos mercados e fortalecimento das cadeias produtivas em nosso Estado.

Todos esses números só refletem o trabalho que tem sido desenvolvido no campo e nas cidades para garantir a pujança do agro e manter Goiás como um dos celeiros no mundo. Às vezes pode não parecer, mas o segmento agropecuário é responsável por estimular o desenvolvimento da indústria, do comércio e de vários setores ligados à economia dos municípios. Mesmo com os efeitos negativos da pandemia, o agro goiano vai seguir seu caminho para manter o abastecimento dos goianos e a exportação de alimentos para o mundo inteiro.

*Antônio Carlos de Souza Lima Neto é secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

(Artigo publicado originalmente no jornal Diário da Manhã, em 23 de julho de 2020).

 

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