DESTAQUE DO MÊS – AGRO EM DADOS / OUTUBRO 2025 (OVOS)

Devido sua composição rica em proteínas de alto valor biológico, o ovo pode ser considerado uma alternativa às demais fontes de proteínas. Além disso, destaca-se pelo seu valor competitivo e ampla aceitação pelo consumidor, exercendo papel fundamental na segurança alimentar e no fortalecimento da cadeia produtiva avícola.
O Brasil é o sexto maior produtor de ovos do mundo e o maior da América Latina, segundo a FAO (2023). Em 2024, foram produzidos 4,6 bilhões de dúzias de ovos de galinha, de acordo com o IBGE. Nesse período, a estimativa do consumo brasileiro de ovos foi de 269 unidades per capita, acréscimo de 11,2% em relação a 2023, conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Do volume total produzido, menos de 1,0% é destinado às exportações, demonstrando assim, a robustez do mercado interno.
Em Goiás, ao considerar a série histórica dos últimos 10 anos, a produção de ovos cresceu 65,7%, saltando de 152,3 milhões de dúzias em 2015 para 252,2 milhões de dúzias produzidas em 2024. Nesse período, o plantel de galinhas poedeiras aumentou em 62,9%, alcançando 44,6 milhões de cabeças no último ano (ver gráfico da Série Histórica da Produção de Ovos de Galinha). Paralelamente, o Valor Bruto de Produção (VBP) avançou 49,2% nos últimos cinco anos, projetado em R$1,6 bilhão para 2025, segundo o MAPA.
A avicultura de postura está presente em todos os 246 municípios goianos. Em 2024, de acordo com o IBGE, Inhumas respondeu por 18,7% da produção estadual de ovos de galinha, consolidando-se como o maior produtor do estado. Ademais, dentre os principais municípios produtores, Cristalina apresentou o maior crescimento na atividade, com avanço de 88,6% em relação ao ano de 2023.

Cotações
Em relação às cotações de ovos, considerando a série histórica do Cepea, os preços registraram recorde nominal em março de 2025 (R$210,74/caixa), influenciado tanto por fatores nacionais quanto internacionais. Esse cenário pode ser explicado pelo aumento na demanda interna (reflexo da alta nos preços das outras proteínas), a oferta limitada de ovos no mercado (condição de altas temperaturas acarretou em queda na produtividade dos plantéis), somado à demanda externa, sobretudo dos Estados Unidos. Vale ressaltar que, nesse período, o país norte-americano registrou surto de influenza aviária e, como consequência, foi necessário realizar o abate sanitário de milhões de galinhas poedeiras, prejudicando assim, a oferta de ovos naquele país. Em março, no âmbito nacional, iniciou-se a Quaresma, época em que, historicamente, ocorre uma valorização nas cotações ovos, o que contribui para a manutenção dos preços em patamares elevados. Após o período de valorização, observou-se recuo nas cotações, resultado do ajuste natural do mercado, diante da recomposição do equilíbrio entre oferta e demanda nos meses seguintes. Em setembro de 2025, os preços retornaram a patamares semelhantes aos registrados no mesmo período do ano anterior, com média mensal de R$145,14/caixa.

Mercado internacional
As exportações brasileiras e goianas de ovos registraram queda em agosto, acumulando o segundo mês consecutivo de retração. Esse cenário pode ser atribuído à diminuição brusca nas aquisições dos Estados Unidos – um dos principais destinos da proteína – em decorrência das tarifas impostas pelo governo norte-americano.
Em Goiás, o cenário foi semelhante, com a saída dos Estados Unidos do rol de compradores, os embarques em agosto foram destinados apenas ao mercado mexicano. Ademais, o valor e o volume exportados pelo estado foram, respectivamente, 89,0% e 94,9% inferiores em relação ao mês de julho. Entretanto, apesar da retração registrada nos últimos dois meses, o desempenho do setor no acumulado do ano (janeiro-agosto) é positivo, evidenciando a capacidade goiana de expandir a comercialização de ovos no mercado exterior.
Vale ressaltar, que as exportações brasileiras e goianas não se restringem ao consumo direto, abrangendo também ovos destinados à incubação**. Em 2024, Goiás enviou para o exterior 902,9 toneladas no valor de US$4,5 milhões, referente exclusivamente a ovos de galinha para incubação, ocupando assim o quarto lugar no ranking das exportações por estado brasileiro. Em 2025, de janeiro a agosto, esse segmento foi responsável por 45,3% do faturamento total do setor. Portanto, as exportações de ovos férteis assumem importância estratégica, pois representam o envio de material genético de alto valor agregado ao mercado internacional, reforçando a competitividade e a relevância de Goiás no cenário avícola.

*Ovos brancos, caixa com 30 dúzias, Bastos/SP
**Ovos de aves da espécie Gallus domesticus para incubação

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