Procon Goiás alerta sobre golpe da portabilidade do empréstimo consignado
Golpistas têm como público-alvo servidores públicos e aposentados do INSS
Goiânia, 22 de setembro de 2021 – Todos os dias aparecem novos golpes no Brasil, principalmente, os relacionados ao mercado financeiro. Dentre eles, os problemas relacionados com transações de empréstimos consignados têm ganhado espaço. Somente nos primeiros 8 meses de 2021, o Procon Goiás registrou 197 reclamações relacionadas a empréstimos consignados em geral, o que representa um aumento de 35% se comparado ao mesmo período do ano passado.
Podemos destacar a crise econômica, agravada pela pandemia da Covid-19, como um dos principais fatores que fazem as pessoas recorrerem a empréstimos. Vendendo facilidades, os golpistas têm como público-alvo os idosos, beneficiários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e servidores públicos, ativos ou aposentados. Isso se deve ao fato de que eles possuem a facilidade da contratação de empréstimos consignados em folha de pagamento.
As formas de ludibriar os consumidores são variadas, mas a prática da falsa portabilidade tem chamado a atenção das autoridades. Nele o falsário oferece à vítima a portabilidade de dívidas anteriores com a redução da taxa de juros das parcelas. Muitas vezes, como forma de atrair os consumidores, é ofertado lucro imediato de 10% sobre o valor depositado na conta dos servidores.
Até o momento, o Procon Goiás já registrou duas denúncias relacionadas a este golpe, mas também há registros no Distrito Federal, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e São Paulo.
O que torna esse golpe mais perigoso do que os demais é o fato de uma possível participação de um representante do banco que, em uma suposto envolvimento com a organização criminosa, se encarrega de repassar informações sigilosas dos clientes que possuem empréstimos consignados e a margem disponível para realizar novas contratações. Tudo isso acaba por trazer credibilidade aos falsários.
O dinheiro negociado para que seja efetuada a quitação da primeira divida é depositado na conta da vítima, mas ela logo é procurada pra que seja realizada uma transferência do valor para uma conta bancária vinculada ao CNPJ da empresa criminosa.
A desculpa dada pelos golpistas é que este “estorno” é necessário para a conclusão da portabilidade da dívida. Pronto, a pessoa não só se tornou vítima de um golpe, mas agora possui dois empréstimos (o original e o recém-contratado) para quitar.
“Para não se tornar vítima deste tipo de ação é importante que o consumidor pesquise a idoneidade da empresa que firmará o contrato, analise bem as cláusulas contratuais e duvide sempre das ofertas que destoem das propostas ofertadas pelo mercado”, alerta Alex Augusto Vaz, superintendente do Procon Goiás.
Primeiramente, a vítima deverá entrar em contato com a Polícia Civil e registrar um boletim de ocorrência. Posteriormente, ela poderá acionar a financeira envolvida na transação via administrativa e judicial, por intermédio respectivamente do Procon Goiás e de um advogado de sua confiança, para que ela explique qual a sua relação com a empresa falsária.