Todos somos consumidores
Neste domingo, 15 de março, comemora-se, internacionalmente, o Dia do
Consumidor. Mas quantos de nós celebram essa data?
Na atualidade, quando imperam ânimos acirrados e disputas conceituais
inconciliáveis, seria correto afirmar que pertencemos a uma mesma
classe: consumidores?
A escolha do título deste artigo sugere que sim. Afinal, não importa o
nível social ou econômico, todos os dias consumimos, seja comprando ou
acessando ofertas que nos são apresentadas em televisões, computadores,
revistas e celulares.
Todos somos consumidores, sim – jovens e idosos, homens e mulheres,
pobres e ricos. Mesmo o fornecedor de um produto ou serviço inverte seu
papel e qualifica-se como consumidor quando adquire bens ou serviços
para o seu proveito pessoal.
Esse é um hábito importante de nossa vida e que consome uma proporção
significativa do nosso dinheiro e tempo. O que nos leva a reconhecer que
somos uma sociedade de consumo.
Dito isso, importa-nos examinar como temos nos comportado nessa
sociedade. Especialmente, nosso nível de conhecimento das leis que
protegem o consumidor.
Para alguns, o marco para a verificação do comportamento social ante às
leis que regulam as relações de consumo – como o Código de Defesa do
Consumidor (CDC) que completará 30 anos em 2020 – seria medido pela
quantidade de multas aplicadas aos infratores.
Não há como negar que, diante da violação ao CDC, a multa é medida que
se impõe e é obrigação dos agentes de Estado cumprir seu dever de imputar
a sanção correspondente.
Noutra ponta, na qual me incluo como otimista inveterado, acredito ser
possível que, um dia, alcancemos um nível de comportamento de consumo
em que, a eventualidade de imputação de menos multas testificaria que a
sociedade teria elevado seu grau de educação e consciência consumerista.
Neste sentido, acredito que o incremento à mudança de maus hábitos surge
a partir da educação. De modo que, associadamente à toda ação de
fiscalização dos órgãos de defesa do consumidor, este mesmo órgão deve
investir cada vez mais em ações que estimulem o conhecimento, especialmente nos mais
jovens. E, como fruto dessa dedicação, fomentaremos uma cultura de
consciência, respeito e harmonia nas relações de consumo.
À frente da Superintendência do Procon Goiás, tenho firme o propósito
da proteção ao consumidor. Mas, superadas as distinções previstas em lei,
não me esqueço que, cotidianamente, todos somos consumidores.
Allen Viana, superintendente do Procon Goiás.
- Artigo publicado no Jornal O Popular