UFG coordena pesquisa global sobre o vírus Zika
A Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com o World Community Grid, da IBM, e cientistas de vários países, lançou, nesta quinta-feira (19/5), um estudo que poderá identificar possíveis medicamentos antivirais para a combater o vírus Zika. O projeto OpenZika é coordenado pela professora da Faculdade de Farmácia da UFG (FF), Carolina Horta, que afirmou vivermos uma crise global de Zika e apontou essa preocupação mundial como motivação a buscar parcerias para iniciar o estudo. O projeto possibilita que qualquer pessoa que possua um computador ou dispositivo móvel contribua com o processamento da pesquisa.
“Todos estamos em estado de alerta. O vírus Zika foi descoberto em 1947, mas quase ninguém havia ouvido falar sobre ele até 2015. Ele ficou desconhecido e pouquíssimas pesquisas foram feitas durante todo esse período”, justificou a pesquisadora da UFG. Carolina Horta lembrou que o vírus está se espalhando rapidamente pelas Américas e que já há uma preocupação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de que ele possa chegar também a Europa no próximo verão. Atualmente, não existe nenhuma vacina para prevenir a infecção pelo vírus, nem qualquer medicamento antiviral conhecido para tratar pacientes que o contraíram. Por meio do World Comunity Grid, que fornece capacidades massivas de computação por meio de uma rede de computadores voluntários – atualmente mais de 3 milhões -, os cientistas poderão acelerar a descoberta de um tratamento eficaz para combater o Zika.
Triagens serão mais rápidas
Carolina Horta explicou que, normalmente são necessários entre 10 e 15 anos para que um novo medicamento chegue às farmácias, sendo um processo longo e dispendioso. “É como buscar uma agulha no palheiro, ou montar um quebra-cabeças para ver qual substância química consegue interagir com alguma proteína-chave do vírus que vai acabar causando a sua morte”. Com a rede, a expectativa é acelerar as triagens virtuais de compostos com potencial para formar a base de drogas antivirais para exterminar o vírus. “Utilizando estratégias modernas de descoberta de fármacos, conseguimos priorizar quais substâncias devem ser realmente testadas em laboratório”, detalhou.
Sem a rede de computadores, essa parte de triagem demoraria pelo menos dois ou três anos. Com o projeto, a expectativa dos pesquisadores é a de concluir essa etapa em aproximadamente seis meses, quando a pesquisa deve seguir para experimentos em laboratórios, utilizando apenas aqueles compostos que já se mostrarem promissores. Além disso, o projeto é de ciência aberta, ou seja, deverá ter todos os seus resultados imediatamente divulgados, permitindo que qualquer outro pesquisador contribua com o trabalho, acelerando seus resultados.
Qualquer pessoa que possua um computador ou um dispositivo móvel pode juntar-se ao projeto OpenZika. Os voluntários não precisam fornecer tempo, especialidade ou dinheiro para ajudar. Eles apenas precisam instalar um aplicativo em seu aparelho Windows, Mac, Linux ou Android e, automaticamente, passam a realizar experimentos virtuais para os cientistas sempre que esses aparelhos estiverem inativos. O projeto irá rastrear compostos de bancos de dados já existentes com uma velocidade infinitamente maior do que em um laboratório tradicional, permitindo a avaliação computacional demais de 20 milhões de compostos apenas na fase inicial e até 90 milhões de compostos em fases futuras.
Para colaborar e saber mais sobre o projeto, acesse o site.
Fonte : Ascom UFG.