Projeto do MCTIC e CGEE vai subsidiar Política Nacional de Bioeconomia
O secretário de Políticas para Formação e Ações Estratégicas do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcelo Morales, anunciou na quinta-feira, 24, o projeto “Oportunidades e Desafios da Bioeconomia”. A iniciativa consiste em um estudo que será feito pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social do ministério, que vai apontar caminhos para o Brasil criar uma Política Nacional de Bioeconomia.
O lançamento foi feito em Brasília durante a 16ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que nesta edição teve como tema “Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável”. Segundo Morales, o Brasil possui iniciativas de referência no tema, como a Embrapa e o Pro-Álcool. A ideia do estudo é traçar um diagnóstico amplo para indicar oportunidades de crescimento sustentável do setor.
“Nós estamos fazendo muita coisa em bioeconomia baseadas em nossa biodiversidade, que é um ativo estratégico do Brasil, e precisamos explorar isso de forma sustentável. Para isso, precisamos fazer um diagnóstico do que temos, o que fazemos hoje e o que precisamos fazer para avançar no desenvolvimento da bioeconomia, que é o nosso futuro”, explicou.
O projeto terá duração de um ano e contará também com a realização de oficinas de trabalho com a participação de diversos atores do setor, consultas públicas e a elaboração de documentos-base que vão subsidiar as ações do MCTIC para o setor de bioeconomia, como a proposição de uma instância de governança e um centro de inteligência. Ao final do projeto, está prevista a realização da primeira Conferência Nacional de Bioeconomia.
Para a diretora do CGEE, Regina Silvério, a ideia do estudo é criar uma metodologia que deixe clara a conceituação de bioeconomia e quais ferramentas o Brasil possui para avançar nesse campo. “Nós vamos desenvolver uma metodologia olhando as capacidades e competências que o Brasil tem na academia, no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, desafios e oportunidades que a economia global nos oferece. Vamos construir junto com o ministério essa estratégia nacional para que vire uma política pública”, afirmou.
O professor Joaquim Machado, da Universidade de São Paulo (USP), explicou que estudos e órgãos internacionais já apontam que a bioeconomia é o futuro. “Dos campos ligados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, nenhum deles dispensa a bioeconomia. Um estudo deste ano do Fórum Econômico Mundial, que trata das 10 tecnologias emergentes mais importantes, mostra que 6 delas são do campo da bioeconomia. Esse é um indicador muito claro para onde devemos navegar”, demonstrou.
Fonte: Ascom MCTIC