Projeto da UFG promove inclusão digital de catadores
Um projeto da Universidade Federal de Goiás (UFG) trabalha com a inclusão digital de grupos em situação de pobreza extrema. A iniciativa da Faculdade de Informação e Comunicação, realizada em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e o Ministério das Comunicações, ministra cursos para catadores de materiais recicláveis que trabalham em associações cooperativas na Região Metropolitana de Goiânia.
A equipe é composta por professores, alunos de graduação e pós-graduação que se deslocam até as cooperativas que recebem capacitações munidas de toda a infraestrutura necessária – notebooks, roteador de internet, materiais didáticos, mobiliário – e realizam as aulas no ambiente de trabalho dos cooperados. Ao final do projeto, a UFG doará computadores para estas cooperativas para que os cooperados possam dar continuidade ao processo de aprendizagem.
A metodologia é multidisciplinar e trabalha com três dimensões: a tecnológica, que contempla o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC); a dimensão social, que aborda buscas na internet por informações relacionadas à prática profissional, governo eletrônico, questões ligadas à cultura e cidadania, em especial o movimento dos catadores; e a dimensão humana, a qual trata de conhecimentos ligados à saúde, questões psicológicas, entre outros, todos abordados utilizando-se a internet.
Apesar do tempo do curso ser curto, a coordenadora do projeto, professora Laura Rezende, considera que a experiência tem sido muito boa e os resultados positivos já podem ser notados. “A maioria nunca mexeu num computador antes e, para se ter uma ideia, tem até analfabetos participando. Um dos resultados que nós percebemos é que a autoestima deles melhora, eles se sentem capazes de acessar, de produzir conteúdos, enviar e-mail, conversar, trocar informações na internet – coisa que eles não imaginavam que dariam conta de fazer”, ressalta.
Preparação
Os bolsistas que participam do projeto foram preparados por cerca de um ano, quando fizeram diversas rodadas de estudos e levantaram o perfil socioeconômico e tecnológico dos cooperados, visando conhecer o grau de instrução em relação à tecnologia. Essa preparação também foi importante para que os alunos da Universidade conhecessem previamente a realidade social em que viviam os grupos de catadores. “Isso é algo muito importante, não dá pra chegar lá sem preparo, porque a realidade é um choque cultural muito grande, mas nós aprendemos demais com eles”, afirma a coordenadora.
Fonte : Ascom/UFG.