Pesquisa testa o uso de fungos para controle de carrapatos

UFG testa fungo para controle de carrapatos
Foto: Artur de Oliveira Franco

Uma pesquisa do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás está testando a eficácia de uma técnica biológica para o controle do carrapato dos bovinos. Esses carrapatos são responsáveis por transmitir agentes causadores de doenças como a babesiose e a anaplasmose nos bovinos. A pesquisa utiliza fungos que infectam o carrapato, causando uma doença nele e matando-o na pastagem. A pesquisa conta com recursos da Capes, CNPq e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg).

Segundo o professor e coordenador das pesquisas, Éverton Kort, os fungos utilizados são do gênero Metarhizium, muito utilizados no controle biológico de uma praga chamada cigarrinha, que acomete pastagens e a cultura da cana. Esses fungos não são patogênicos para humanos e outros vertebrados, e sua utilização representa uma proposta sustentável. A ideia da pesquisa é criar um produto a ser aplicado no campo que seja capaz de infectar o carrapato no momento em que este vai ao solo para fazer a oviposição.

A equipe de pesquisa tem produzido vários testes em laboratório e semicampo (ambiente externo parcialmente controlado). Os testes de laboratório vêm apresentando resultados promissores; os testes de semicampo, com controle parcial de variáveis, também já mostraram eficácia. Nesses testes, o fungo em formulação particulada é aplicado na pastagem e produz conídios, que são células capazes de infectar os carrapatos; em seguida, carrapatos são distribuídos nesses locais para avaliação da eficácia do produto.

O professor explica que esses fungos, na verdade, estão presentes naturalmente no ambiente. A técnica aumenta a quantidade deles na pastagem de forma a diminuir a população de carrapatos fazendo com que ambos voltem ao equilíbrio natural no ambiente. Os fungos são bastante resistentes e exigem condições de temperatura e umidade próximas daquelas que os carrapatos necessitam para sobreviver no local.

O professor ressalta que o método biológico é uma alternativa a mais ao uso de produto químico e não descarta sua utilização. Mas explica que apesar do grande número de produtos disponíveis, poucas classes químicas são altamente efetivas contra o carrapato, o que leva a associação dessas classes pela indústria para aumentar sua eficácia. Por isso, ressalta Éverton Kort, é preciso criar novas alternativas que auxiliem o produtor, e é essa a intenção da pesquisa.

Parcerias e financiamento
A pesquisa é uma entre diversas outras realizadas no IPTSP e na Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG envolvendo o controle de carrapatos em bovinos, cães e também os que parasitam humanos. O professor relata que para chegar aos resultados com os fungos foram feitas parcerias com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Arroz e Feijão, e Faculdade de Farmácia da UFG.

Secretaria de Comunicação da UFG, com alteração.

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