Novo edital para pesquisas na Antártica será lançado este ano com mais de R$ 18 milhões
Os recursos para pesquisas do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) vão somar R$ 18,1 milhões entre 2019 e 2022, e o edital para os projetos e bolsas será lançado ainda neste ano. É o maior volume de recursos já destinados a pesquisas na Antártica. Em audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (9), o diretor de Políticas e Programas de Ciências do MCTIC, Sávio Raeder, afirmou que o edital vai permitir a continuidade das pesquisas na nova Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), que deve ser inaugurada no verão de 2019. A base brasileira está sendo reconstruída após o incêndio que destruiu sua infraestrutura, em fevereiro de 2012.
“No campo da pesquisa antártica, temos a grande expectativa da inauguração da EACF no verão do ano que vem e faremos o lançamento de um grande edital com valores nunca antes alocados para promover a pesquisa nessa estação. Ele vai apoiar toda a pesquisa que é fundamental para a nossa base antártica”, afirmou Sávio Raeder.
O edital vai custear o pagamento de bolsas para alunos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Do total, R$ 7,1 milhões são do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e R$ 2,9 milhões do orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Já o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) vai destinar R$ 1,5 milhão para o edital, enquanto a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) vai aportar R$ 5,7 milhões. A chamada pública também receberá R$ 900 mil em emendas parlamentares.
O Proantar foi criado em 1982 e colocou o Brasil entre o grupo de 29 países que definem o futuro do continente (13,6 milhões km²) e do Oceano Austral (36 milhões km²). O requisito mais importante para esta posição é a realização de pesquisa científica de qualidade. O propósito do programa é realizar investigações científicas na região antártica, com a finalidade de compreender os fenômenos que ali ocorrem e a influência deles sobre o território brasileiro.
Pesquisa de qualidade
Na audiência pública da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCT) da Câmara, o presidente do CNPq, Mario Neto Borges, ressaltou a qualidade da ciência feita no Brasil. Como exemplo, lembrou aos deputados federais o esforço do país para reagir à epidemia do vírus zika. Por meio de chamada pública lançada em 2016, foram disponibilizados R$ 65 milhões para o financiamento de estudos relacionados ao tema. Desde então, o número de casos envolvendo a doença reduziu 90%.
“A ciência brasileira é capaz de resolver os problemas nacionais, como mostramos no caso do zika. Foi um problema que afetou o Brasil e, em apenas um ano, os cientistas brasileiros conseguiram equacionar o problema. Inclusive, uma das nossas cientistas, a Celina Turchi, foi eleita uma das personalidades mais influentes do mundo em 2016 por conta da pesquisa sobre esse tema”, observou Neto Borges.