Mulheres representam 60% dos bolsistas da Capes

Elas são maioria entre bolsistas. As brasileiras representam 60% do total de beneficiários das bolsas pagas atualmente pela Capes na pós-graduação e nos programas de formação de professores.

No último levantamento, feito em janeiro deste ano, constatou-se que do total de 201.449 bolsistas, 122.103 são mulheres. Elas somam 53.667 entre os estudantes que recebem o benefício para a pós-graduação no Brasil e no exterior e 68.436 dentre os que têm o auxílio nos programas de formação de professores da educação básica.

Em 2017, a pós-graduação no Brasil tinha 364 mil estudantes. Deste total, 53% (195 mil) eram mulheres. Entretanto, no universo dos professores, a predominância é masculina: 43,7 mil, o que equivale a 57%. Apesar do indicativo de uma maioria de mulheres nos estudos avançados, os desafios ainda são grandes.

Na visão Connie MacManus, diretora de Relações Internacionais da Capes, é preciso assegurar às novas pesquisadoras autoconfiança para que elas consigam alcançar seu pleno potencial. “Assim, podem inspirar futuras gerações”. Citando o editorial de 2018, da revista Nature Cell Biology, que oferece conselho valioso para mulheres na ciência, a diretora recomenda: “não desistam, busquem e ofereçam orientação e colaboração, tenham confiança para aproveitar as oportunidades e trabalhem para a mudança.”

Sônia Báo, diretora de Avaliação da Capes, considera os aspectos históricos que ainda dificultam a chegada das mulheres ao topo da carreira de pesquisadora: “O fato de ser mãe, dona de casa, esposa… às vezes, ela acaba deixando de encaminhar as ações relacionadas à bolsa de pesquisa na sua escala de prioridades”.

Marcia Barbosa, diretora da Academia Brasileira de Ciências, nota que um dos avanços que contribuíram para a permanência das mulheres na pós-graduação foi a concessão da licença maternidade para as bolsistas. “Quando uma mulher engravidava ela não tinha licença-gestante da bolsa. Hoje em dia isso já existe, é muito importante e resultou de um movimento das mulheres”, afirma a pesquisadora.

Por fim, Yaeko Yamashita, pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Federal do Tocantins (UFT) na área de transporte, observa que houve uma evolução em muitos aspectos, como o aumento do número de editais voltados para questões de gênero. Ela percebe uma redução das desigualdades na área acadêmica atualmente, situação bem distinta da que viveu quando cursou Engenharia Civil: “as mulheres precisavam buscar seu espaço na turma. Na busca pelo espaço, tínhamos que mostrar que mulheres eram tão boas quanto homens. Esse espaço já é adquirido. Agora, a busca é pelo nosso reconhecimento”.

Fonte: Redação CCS/Capes

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