MCTI busca novas janelas de oportunidades para a área
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, defendeu que, apesar das limitações orçamentárias, a crise econômica pode alavancar soluções criativas e abrir “novas janelas de oportunidades” para melhorar a área, em seminário da Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação (FPCTI), nesta quinta-feira (15), na Câmara dos Deputados.
Empossado há dez dias, Pansera reforçou a vontade de marcar sua gestão com bastante diálogo e ação. “Estamos buscando todas as organizações que atuam na área para conversar, especialmente a sociedade civil e o setor industrial, e vamos montar uma agenda com a Comissão [de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática] da Câmara”, disse. “Vamos traçar uma linha de ação muito forte com o Parlamento, no sentido de ouvir a sociedade.”
Segundo o ministro, embora o MCTI não esteja imune ao ajuste fiscal, o Governo Federal tem consciência de que pesquisas não podem ser interrompidas. “Uma decisão muito correta neste ano foi não fazer novos compromissos sem antes resolver aqueles que já estavam pendentes dos exercícios anteriores”, apontou. “A gente quer fechar o ano cumprindo todas as promessas que o governo fez com a comunidade científica. De qualquer forma, em breve, em duas ou três semanas, planejamos lançar o Edital Universal.”
Janelas
Na opinião do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), Hernan Chaimovich, a crise obriga o Ministério e o sistema nacional associado à Pasta ao “exercício salutar de olhar para fora”, a fim de encontrar soluções, por exemplo, nas Forças Armadas, no setor empresarial e em parcerias internacionais com instituições privadas e públicas.
“Quando a gente olha para fora, surgem oportunidades com as Forças Armadas, em parcerias que a gente nunca tinha imaginado e que aumentam todo o esforço que o CNPq e o MCTI fazem na área de defesa”, ilustrou Chaimovich. “Como negociar com uma empresa ou um conjunto delas? Tomando como referência o programa Ciência sem Fronteiras, mas sem pretender copiá-lo, lançamos com a CNI [Confederação Nacional da Indústria], por meio do Instituto Euvaldo Lodi, o programa Inova Global, que permite que funcionários de empresas se afastem para um estágio em tempo limitado.”
O presidente do CNPq destacou também possibilidades de fortalecer a ciência nacional a partir do exterior. “Nós acabamos de fechar a análise de grandes projetos de pesquisa de fronteira global com a Fundação Gates e não conseguimos selecionar apenas dez candidatos, porque havia 12 propostas de absoluta excelência”, comentou. “E o BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento] olhou com muito interesse o projeto apresentado pelo Ministério de fazer um empréstimo para solidificar a rede existente de institutos nacionais de ciência e tecnologia [INCTs], que é única no mundo.”
Coordenador da FPCTI, o deputado federal Izalci (PSDB-DF) salientou que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) avalia a proibição do contingenciamento das emendas parlamentares de ciência, tecnologia e inovação. “Conseguimos aprovar isso em outras ocasiões”, lembrou. “Peço apoio às entidades representativas para votar esse instrumento nas próximas reuniões da CMO.”
Também participaram do seminário o chefe adjunto da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Marcos Ferrari; o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Armando Milioni; e os presidentes da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (Abipti), Júlio Cézar Martorano; do Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), Francilene Garcia; e do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), Cristina Quintella, além de representantes da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), como o reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Orlando Afonso Valle do Amaral.
Fonte: MCTI.