Mario Neto Borges é nomeado oficialmente como presidente do CNPq
O Diário Oficial da União trouxe no dia 20 de outubro a nomeação de Mario Neto Borges como novo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), substituindo Hernan Chaimovich, que deixa o cargo por motivos de saúde. Mario Neto foi presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) por dois mandatos e presidiu também o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) por quatro anos. Atualmente ocupa o cargo de coordenador de Relações Internacionais do Confap.
Sobre assumir a presidência do CNPq, Mario Neto diz se sentir honrado por ter sido escolhido pelo ministro. Em depoimento ao Confap, ele afirma que já pensa nos desafios que irá enfrentar e que deseja fortalecer a relação da agência federal com as FAPs. Confira o depoimento na íntegra:
“Em primeiro lugar quero dizer que estou muito honrado e satisfeito com a escolha do meu nome para a Presidência do CNPq. Ter sido apoiado por várias instituições do Sistema de CT&I, por vários colegas e amigos importantes que labutam nessa área e ser escolhido pelo Ministro Kassab me motivou muito a enfrentar os desafios que este cargo impõe.
São vários desafios, mas, certamente a questão orçamentária, fragilizada nos últimos anos, tem um destaque especial quando estamos tratando da mais importante Agência de Fomento à ciência no País. É essencial que neste aspecto se considere além do mérito científico a relevância que as pesquisas podem significar para o País, cujas diversidades estaduais e regionais e diferentes graus de desenvolvimento representam também um desafio. Sabemos que a situação econômica do Brasil é muito difícil, no entanto, com bom planejamento e muita criatividade vamos encontrar o melhor caminho para a revitalização do CNPq.
Alguns projetos já receberam muita reflexão da minha parte. A recuperação institucional em curto prazo, aí incluídos credibilidade e recursos, é um projeto importante. Fortalecimento dos programas de sucesso comprovado como os INCTs, entre outros, também está na nossa agenda prioritária.
Destaco em particular a internacionalização como um caminho fundamental para ampliar a produção científica brasileira não só em quantidade, mas, em particular, em qualidade. Vale destacar ainda que a internacionalização traz novos recursos para ampliar o financiamento dos projetos de pesquisa.
Nesta trajetória e para bem enfrentar os principais desafios é importante construir parcerias sólidas. Uma parceria sólida com a CAPES, integrando programas, certamente será benéfica não só para a pós-graduação, mas também para outros níveis de ensino. Uma boa educação científica no ensino fundamental e médio melhora o desempenho escolar, desperta talentos e amplia os horizontes de crianças e jovens ao mesmo tempo em que prepara melhor os futuros profissionais. Portanto as Bolsas de Iniciação Científica têm um papel muito relevante. Incrementar a difusão e popularização da ciência para o público leigo com ênfase nas crianças e jovens por meio de diversas atividades e programas é um bom caminho para mudar o patamar educacional e cultural de desenvolvimento do Brasil. Da mesma forma uma aliança com a FINEP fará muito bem para a inovação que é hoje um elemento fundamental para Brasil gerar riqueza e dessa forma avançarmos no desenvolvimento de longo prazo com lastro.
O Confap em particular, que sempre teve uma relação muito forte com o CNPq em vários programas como os INCTs, PRONEM, PPP, DCR para mencionar apenas alguns, certamente terá essa parceria fortalecida com base no entendimento de que diferentes regiões e estados do Brasil precisam de ciência, tecnologia e inovação em intensidades e formas diferenciadas.”
Currículo
Mario Neto Borges é graduado em Engenharia Elétrica pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e doutor em Inteligência Artificial Aplicada à Educação, pela Universidade de Huddersfield (Inglaterra). Lecionou, durante 10 anos, na PUC-MG e, após sua saída, em 1987, atuou como professor substituto do Departamento de Engenharia Elétrica da UFMG.
Em 1988, foi admitido como primeiro colocado em concurso público realizado pela Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), onde fez carreira ao longo de 16 anos, chegando a reitor em 1998, cargo que ocupou até 2004, quando assumiu a Diretoria Científica da Fapemig. Ficou na Fundação até 2008, chegando à Presidência por dois mandatos, até 2014.
Na área científica, Mário Neto coordenou e executou diversos projetos de pesquisa aprovados e financiados por órgãos de fomento, como Finep, Capes, Fapemig e CNPq. Ministrou cursos de extensão e proferiu palestras nas áreas de ciência, tecnologia e inovação; de Engenharia Elétrica; de Inteligência Artificial e, especialmente, em projeto curricular para cursos de graduação.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação do Confap.