Livro orienta quem pretende se tornar um cientista
O que significa ser um cientista e que atributos são necessários para seguir uma carreira científica? São essas questões que Gilson Volpato, bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), aborda em Ciência Além da Visibilidade, livro recém-lançado pela editora Best Writing.
Professor aposentado do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, Volpato, que atende mais de 10 mil alunos por ano em cursos que dá pelo país, viu que era preciso ir além da técnica. Após escrever livros sobre redação científica e estatística para cientistas, decidiu aprofundar o tema, o que resultou em um livro que dá diretrizes para graduandos e pós-graduandos que querem se firmar como cientistas.
Na nova obra, o autor explica a diferença entre pesquisador e cientista, o significado de fazer ciência e reflete sobre o cientistas que estão sendo formados no Brasil.
“Para ser um cientista, é preciso conseguir ligar conhecimentos de diversas áreas. Muitas vezes a pessoa sabe fazer pesquisa, usar o método científico e resolver um problema, mas cientista é diferente de pesquisador”, disse Volpato.
O livro está dividido em três partes. Na primeira, o autor explica o que é ciência, o método científico e passa uma visão da ciência a partir da epistemologia. “O aluno precisa entender o sistema, o método científico e por que ciência é importante para qualquer área do país”, disse.
Na segunda parte, o livro se aprofunda na formação do cientista. “Existem vários tipos de cientistas. É um degradê: de um lado temos os muito ligados a uma área específica e, na outra ponta, aqueles que se envolvem em diversas áreas de conhecimento. Ser cientista é agregar conhecimento a uma rede de conhecimento de todo o mundo e é esse o poder magnífico da ciência, onde todo mundo pode usar essa rede”, disse Volpato.
Na terceira parte, o livro aborda boas práticas da ciência. “Eliminando-se os erros de má índole [corrupção], há vários equívocos a que estamos sujeitos sem que o percebamos. São erros conceituais que levam a desdobramentos equivocados na Ciência”, escreveu.
O autor lista quais são esses equívocos – seja na escolha do orientador, análise e coleta de dados, ou montagem do estudo, por exemplo -, indica como corrigi-los e ainda aponta eventuais consequências.
“É um livro voltado para quem já é ou tem interesse em se tornar um cientista. Mais que a visibilidade, é importante que haja qualidade na ciência e, por isso, fiz esse conjunto de orientações para construir conhecimento científico com competência e nível internacional”, disse.
Fonte: Fapesp.