Lançada a oitava edição do PPSUS

A chamada contará com investimento recorde de R$ 4 milhões e deverá contemplar 26 propostas. Cada projeto submetido poderá ser contemplado com até R$ 150 mil. Pesquisadores doutores podem submeter suas propostas até o dia 16 de maio. Este ano as propostas devem ser apresentadas, obrigatoriamente, pelas plataformas do Ministério da Saúde e da Fapeg

Lançada nesta quarta-feira, dia 9 , a oitava chamada pública PPSUS Goiás – Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde. Pesquisadores doutores já podem apresentar suas propostas sob a forma de projeto de pesquisa científica, tecnológica ou de inovação que possam promover algum tipo de melhoria da qualidade de atenção à saúde oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em temas prioritários para o estado de Goiás. Os projetos devem estar inseridos em cinco eixos temáticos e em linhas de pesquisas que foram definidas previamente para que sejam encontradas soluções inovadoras, científicas e tecnológicas para as áreas mais críticas e urgentes da saúde pública no estado de Goiás.

Serão investidos R$ 4 milhões neste edital para financiar projetos de pesquisa no valor de até R$ 150 mil, cada. Serão R$ 3 milhões do Ministério da Saúde repassados via CNPq e R$ 1 milhão da Fapeg. O fomento poderá contemplar cerca de 26 propostas, a depender do valor das propostas aprovadas. Os projetos devem ser concluídos em 24 meses. Ao mesmo tempo em que a iniciativa incentiva e valoriza a pesquisa científica e tecnológica para atender as peculiaridades de cada Estado, contribui para o aprimoramento do SUS e para o desenvolvimento e adoção de políticas públicas. Acesse aqui o edital n° 15/2025 no site da Fapeg aba Acesso Rápido/Editais.

A chamada incentiva o envolvimento de parcerias interinstitucionais, integrando ações do poder público e do setor produtivo, inclusive a participação de colaboradores das secretarias estadual e municipais de saúde e dos serviços de saúde local em geral. O proponente deverá possuir título de doutor e deve ser participante ativo em pesquisas em instituições de ensino superior ou em instituições de pesquisa, científica ou tecnológica, pública ou privada sem fins lucrativos, localizadas no estado de Goiás, com vínculo empregatício.

O edital foi lançado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde, o Ministério da Saúde – por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Decit/SECTIS/MS) — e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O PPSUS é uma iniciativa de gestão compartilhada. A coordenação é do Ministério da Saúde, mas toda a operacionalização em Goiás é da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás, com o apoio da Secretaria Estadual da Saúde.

O PPSUS tem como objetivo apoiar financeiramente e fortalecer pesquisas que busquem soluções para as prioridades de saúde e atendam às peculiaridades e as especificidades de cada Estado, representando também uma grande contribuição para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação em saúde no contexto do SUS. A aproximação oferecida entre os sistemas estaduais de saúde, ciência e tecnologia e a comunidade científica permite maior interação entre os atores locais e o consequente fortalecimento da política estadual de saúde. Além de colaborar para o aprimoramento e consolidação do SUS, o projeto contribui para o estímulo ao ensino, pesquisa, extensão e educação em saúde, colaborando com a formação de recursos humanos qualificados.

Duas plataformas
As propostas deverão ser enviadas obrigatoriamente em versão eletrônica por dois sistemas: o SISC&T, disponível no endereço https://sisct.saude.gov.br/sisct/, e na Plataforma Sparkx-FAPEG, sendo que as propostas submetidas em apenas uma das plataformas serão desclassificadas. Para liberar o acesso ao SISC&T, todos os proponentes deverão, primeiramente, realizar cadastro no sistema: https://scpa.saude.gov.br/usuario/novo, de acordo o Manual de Acesso SISC&T e SCPA) disponível em: https://sisct.saude.gov.br/sisct/, clicando no banner “suporte ao usuário”.

No intuito de oportunizar um maior alcance dos resultados obtidos no projeto nas diferentes áreas técnicas de saúde do estado, além de contribuir para a promoção da equidade, as propostas do PPSUS devem apresentar um plano de tradução e disseminação do conhecimento científico para os dados obtidos na pesquisa e para as contribuições do projeto para a inclusão de pessoa com deficiência e para a equidade de gênero e étnico/racial.

A admissão, análise e o julgamento das propostas serão realizados em três etapas: enquadramento das propostas pela Fapeg; avaliação por pareceristas ad hoc de outros estados que vão avaliar os aspectos técnico-científicos, gerenciais e financeiros, possibilidade de expansão da pesquisa e cooperação científica das propostas; e avaliação pela comissão de especialistas após a avaliação dos pareceristas ad hoc. A Seleção Final acontecerá em duas etapas: Avaliação pela comissão de avaliação presencial com apresentação oral por videoconferência, das propostas recomendadas; e Análise pelo comitê gestor, composto por representantes do Decit/SECTICS/MS, do CNPq, da FAPEG e da SES-GO, e será a instância final de julgamento das propostas.

Histórico
Desde 2009, quando foi lançada a primeira edição do PPSUS em Goiás, até a última edição, realizada em 2020, a iniciativa já possibilitou o financiamento de 122 projetos, com investimentos de R$8.557.331,57. A partir da edição deste ano de 2025, os números passarão para R$ 12.557.331,60, contemplando aproximadamente 150 pesquisadores. Edição de 2009: R$ 744.801,10, 18 propostas selecionadas; Edição 2010: R$167.988,60, seis beneficiários; Edição 2013: R$2.131.076,75, com 29 contemplados; Edição 2017: R$3.375.965,12, com 49 contemplados; Edição 2020: R$ 2.137.500,00, com 20 beneficiários

Eixos temáticos e linhas de pesquisa
As linhas de pesquisa e os cinco eixos temáticos estabelecidos no edital refletem um trabalho colaborativo dos parceiros para direcionar os esforços científicos para as áreas mais críticas e urgentes da saúde pública no estado de Goiás. Eles são definidos previamente com o objetivo de orientar a seleção e o fomento dos projetos destinados à produção de conhecimentos inovadores que colaborem para a superação de problemas de saúde que não podem ser enfrentados apenas pelas intervenções já existentes.

Eixo 1: Programas, Políticas e Atenção em Saúde , que envolve ( Determinantes biológicos, econômicos, sociais, demográficos, nutricionais e ambientais, bem como uso indevido de fármacos psicoativos, álcool e drogas ilícitas, relacionados à transtornos mentais no estado, com ênfase saúde das crianças e adolescentes, saúde do trabalhador e populações vulnerabilizadas; Promoção à saúde, diagnóstico, tratamento e prognóstico para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), com ênfase em doenças cardiovasculares, transtornos endócrinos e metabólicos, neoplasias e/ou agravos relacionados à exposição ocupacional e ambiental; Análise das linhas de cuidado relacionadas às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), quanto à regulação, acesso e promoção à saúde; Análise do impacto da judicialização da saúde no estado de Goiás; Diagnóstico, tratamento e estruturação dos serviços especializados voltados para crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA); Novas abordagens para o fortalecimento da Atenção Farmacêutica nos municípios goianos; e Alternativas para aumentar o acesso e adesão à vacinação, bem como para redução da perda de vacinas no estado e municípios de Goiás.

Eixo 2: Gestão do Trabalho e Educação em Saúde , envolvendo Manejo e análise das ações de educação em saúde mental com enfoque nos agravos relacionados ao autoextermínio, violência interpessoal e autoprovocada; Monitoramento e ações de educação em saúde voltadas para o uso racional de medicamentos, com ênfase nos antimicrobianos; Avaliação e monitoramento das ações de educação permanente em saúde; Desenvolvimento de materiais didáticos e tecnológicos de educação em saúde visando a saúde mental do trabalhador do Estado de Goiás; Equidade na gestão do trabalho e na educação na saúde com foco nos aspectos de gênero, sexualidade, raça/etnia, PCD e neurodiversidade; Educação em saúde para a comunidade, com foco na neurociência, linguagem e letramento; Gestão do trabalho e educação na saúde relacionados à vigilância e processos de trabalho do SUS (equipamentos de saúde, fichas de notificação de agravos e eventos, aferição de qualidade, regulação em saúde); e Conhecimento, atitudes e práticas dos profissionais de saúde da atenção básica em relação aos cuidados paliativos.

Eixo 3: Vigilância em Saúde , que envolve Vigilância e análise epidemiológica das notificações de eventos, causas externas, doenças infecciosas e eventos adversos à farmacoterapia em Goiás; Manejo e análise das ações vigilância em saúde mental com enfoque nos agravos relacionados a autoextermínio, violência interpessoal e autoprovocada para todos os grupos etários; Vigilância, monitoramento e prevenção de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, visando a análise de fatores nutricionais, ambientais, genéticos/hereditários e neuroproteção neonatal; Impacto dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF) e cigarro convencional: análise dos agravos de saúde, alterações celulares e bioquímicas, e aspectos biopsicossociais em adolescentes e jovens adultos em contextos socioeconômicos e demográficos; Vigilância integrada, prevenção e controle das arboviroses (Dengue, Zika, Chikungunya e Oropouche) e de doenças emergentes, incluindo a mpox; Abordagens integradas para vigilância, diagnóstico, tratamento e controle de doenças negligenciadas (doença de Chagas, leishmanioses, hanseníase, tuberculose, toxoplasmose, entre outras) no Estado de Goiás; Vigilância, diagnóstico, tratamento e resistência microbiana relacionada à HIV/AIDS e/ou Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Eixo 4: Inovação, Tecnologia e Saúde Digital , que pode envolver Avaliação do Impacto, acesso e acessibilidade dos serviços de saúde especializados por meio da telemedicina e telessaúde, com enfoque em saúde mental; Desenvolvimento e implementação de tecnologias acessíveis e inovadoras para monitoramento, diagnóstico e gestão de saúde no SUS; Desenvolvimento e implementação de sistemas integrados e interoperáveis para a Rede de Atenção à Saúde; Aperfeiçoamento tecnológico e desenvolvimento de tratamentos inovadores no SUS para melhorar a eficácia e a agilidade no atendimento; Desenvolvimento, implementação e avaliação de plataformas de acesso aberto e inteligente para acompanhamento do atendimento no SUS; Avaliação e regulação da infraestrutura e impacto da telemedicina e telessaúde na qualidade dos cuidados e satisfação dos pacientes; Desenvolvimento de tecnologias acessíveis para apoio ao planejamento e gestão de sistemas de saúde no SUS; Estratégias para ampliação do acesso e utilização de recursos de saúde digital nos serviços do SUS; Desenvolvimento e implementação de plataformas para análise da eficiência dos processos de compra de medicamentos no SUS.

Eixo 5: Governança e Regulação em Saúde , que engloba Elaboração de estratégias de avaliação e resolução das causas e impacto do absenteísmo nas consultas e exames no Sistema Único de Saúde; Desenvolvimento de estratégias para redução de encaminhamentos para unidades de alta complexidade e UTI por meio da melhoria dos serviços de Atenção Primária para Doenças Sensíveis; Estratégias para otimização do processo de governança e planejamento regional integrado entre estados e municípios; Avaliação e (re)organização do fluxo de acesso e regulação dos serviços assistenciais com ênfase na otimização do tempo de espera, regionalização e racionalização dos recursos; Desenvolvimento de ferramentas de avaliação do impacto do Programa Mais Médicos em Goiás: provimento emergencial, infraestrutura e formação médica; e Desenvolvimento de estratégias e ferramentas inovadoras de regulação com foco na otimização do acesso aos serviços assistenciais e redução o tempo de espera dos usuários.

Governo na palma da mão