A partir deste mês de março, o Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen), em Goiânia, passa a realizar exames para diagnóstico de chikungunya e zika. A unidade já recebeu do Ministério da Saúde insumos para os testes de PCR (biologia molecular) para essas duas doenças também transmitidas pelo Aedes aegypti. As amostras para o diagnóstico de chikungunya são encaminhadas para o Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará, e ocasionalmente, para o Instituto Adolfo Lutz (IAL), em São Paulo. Os exames para diagnóstico de zika também são enviadas pelo Lacen para o IAL, que tem realizado exames de diversas regiões do País para detecção do vírus.

Goiás
Para Goiás, foi disponibilizada uma cota de 40 exames por mês para o diagnóstico de zika. No entanto, com a correlação entre as infecções pelo vírus e o aumento dos casos de microcefalia, o Instituto Adolfo Lutz tem recebido todas as amostras de gestantes com sintomas de zika encaminhadas pelo Estado. Com o aumento expressivo na demanda, o Lacen chegou a encaminhar em um único mês mais de 130 amostras, três vezes a cota inicial. Com isso, a liberação dos resultados após a chegada das amostras no IAL, que levaria de 15 a 20 dias, tem demorado em torno de 25 dias.

Para atender a este aumento da demanda em todo o País, dar mais agilidade aos diagnósticos e aumentar a capacidade de exames, o Ministério da Saúde tem buscado a descentralização para os Laboratórios Centrais dos Estados. Um deles é o Lacen, que está estruturado tecnicamente para a implantação das metodologias necessárias para a identificação simultânea de chikungunya e zika vírus em associação com o diagnóstico diferencial para dengue.

O exame de PCR detecta a presença do vírus em amostras biológicas do paciente e precisa ser realizado até o quinto dia dos sintomas (período virêmico). Por enquanto, a recomendação do Ministério da Saúde é que sejam priorizados, para a realização de testes, mulheres grávidas com sintomas do vírus zika, gestantes com bebê microcefálico e recém-nascidos com suspeita de microcefalia. Em Goiás, essa priorização também inclui possíveis casos graves.

Com a implantação da técnica de RT-PCR para o diagnóstico de chikungunya e zika, a previsão é que o Lacen passe a realizar inicialmente até 30 exames de cada por semana, com liberação em até 15 dias.

O Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros conta com equipamentos de alta tecnologia e profissionais capacitados para a implantação das metodologias necessárias para atender as novas demandas em saúde pública. A equipe inclui especialistas, mestres e doutores. O Lacen integra o Sistema Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (Sislab), que é composto por unidades da União, estados, Distrito Federal e municípios e coordenado pela Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde.

A unidade contribui com a prevenção, controle e monitoramento das doenças e agravos, em atenção às ações de vigilância epidemiológica e assistência médica do Estado. O Laboratório também complementa as ações da vigilância sanitária relacionadas a produtos e serviços sujeitos a controle e fiscalização, bem como com as ações inerentes à vigilância ambiental.

O Lacen realiza ainda o monitoramento viral dos sorotipos circulantes de dengue em Goiás. O coordenador da Rede Estadual de Laboratórios e coordenador do Laboratório de Virologia da unidade, Vinícius Lemes da Silva, destaca a relevância desse monitoramento. “Este trabalho é importante porque toda vez que ocorre a introdução de um sorotipo novo ou a reintrodução de um sorotipo em determinada região, o risco de uma epidemia aumenta.”

Mais informações: (62) 3201-3816

Fonte: Goiás Agora.