Inscrições para mestrados e doutorados do IF Goiano terminam no próximo dia 2

Para a maioria das pessoas, fim de semana é sinônimo de lazer ou descanso. Mas nos últimos quatro anos do agrônomo José Ronaldo Quirino, 56, significava sentar-se à mesa na sexta-feira para colocar os estudos em dia e parar somente no domingo. E o programa de férias, exilar-se no sítio da família para mais uma imersão nas leituras e escrita da tese.

Nesse período, José Ronaldo abdicou de viajar, passear e ver televisão. Mas o profissional já era acostumado a uma vida de privações. Natural de Goiandira, estudou por dois anos até conquistar a tão sonhada vaga no ensino superior, cursado na Universidade Federal de Goiás (UFG). Os pais foram conhecer a república onde morou somente no dia da formatura. “Minha família era pobre e, naquela época, não tínhamos educação superior fora da capital”, lembra.

José Ronaldo Quirino
José Ronaldo Quirino
Foto: Acervo Pessoal

Na graduação, José Ronaldo teve contato com a pesquisa científica e se identificou com a docência ao ser monitor de algumas disciplinas. Em sua trajetória profissional, foi concursado da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) e professor na Universidade Estadual de Goiás (UEG), quando resolveu investir em uma formação complementar por meio de um mestrado, também cursado na UFG.

Nessa época, o agrônomo já trabalhava em uma grande empresa brasileira de processamento de soja, milho, girassol e canola, em Rio Verde, e sentia que poderia aliar o conhecimento teórico ao prático, melhorando, também, seu desempenho profissional. Esse despertar, aliado ao incentivo de um professor do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), com quem estreitou laços de amizade durante a pós-graduação, foram suficientes para caminhar do mestrado ao doutorado em Agronomia, nesta instituição, algum tempo depois.

A intuição de José Ronaldo estava certa. “Consegui aplicar no meu dia a dia tudo o que aprendi nas disciplinas do curso”, relata ele, hoje gerente de Classificação e Armazenagem de grãos na mesma empresa, que sempre o incentivou a estudar, assim como a esposa e os filhos. É frequentemente convidado a ministrar cursos e palestras em eventos, organizações e instituições de ensino.
O profissional destaca a segurança e o respeito como pontos positivos que a pós-graduação trouxe à carreira. “Você passa a ser colocado num patamar de referência e isso é muito gratificante”, explica o agrônomo, quem em 2018 completa 24 anos na mesma empresa e garante que ainda tem muito a contribuir com ela.

Renda
Embora a motivação de José Ronaldo pela pesquisa esteja mais relacionada à experiência profissional, em muitos casos esse investimento reflete no aumento da remuneração. Uma Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas realizada em 2008 apontou que, em geral, para cada ano de estudos há 15% de aumento nos rendimentos do trabalhador brasileiro. Mais recente, estudo realizado em 2015 pelo Centro de Gestão de Estudos Estratégicos, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, concluiu que o brasileiro que detém o título de mestre ganha, em média, quatro vezes mais que a média dos trabalhadores do país.

Ana Lúcia Foto Acervo Pessoal
Ana Lúcia
Foto: Acervo Pessoal

A melhoria na renda pôde ser percebida pela bióloga Ana Lúcia Cabral, 41, que após o mestrado e doutorado no IF Goiano – marcado para terminar no final de fevereiro deste ano – conseguiu aprovação em concurso para ministrar aulas no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS). “Eu era professora do ensino fundamental e médio da rede municipal e a capacitação foi determinante para entrar no serviço público federal”, considera. Além de atuar como docente em Aquidauana, onde mora atualmente, Ana Lúcia pretende continuar a desenvolver sua pesquisa – ela trabalha com propagação de sementes do Cerrado – em parceria com sua instituição de origem.

Novos horizontes
Seja no mercado ou na academia, expandir as fronteiras do conhecimento, enriquecer o currículo e atuar em projetos avançados são somente algumas das possibilidades de crescimento pessoal e profissional que uma pós-graduação Stricto sensu proporciona. O pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IF Goiano, Fabiano Guimarães, lembra que, no mundo globalizado, o mercado de trabalho tem filtrado os profissionais que acompanham a evolução do conhecimento. “Na geração do meu avô o alfabetizado tinha vantagem, na dos meus pais, o ensino médio resolvia muita coisa. Mas hoje, uma graduação não é mais suficiente para conseguir ou até se manter em uma boa colocação”, exemplifica.

O pró-reitor lembra, também, que essas mudanças possibilitaram o surgimento de novas modalidades de pós-graduação, como os mestrados e doutorados profissionais. “Eles têm a mesma prerrogativa e valor dos programas acadêmicos, mas são voltados para a capacitação de trabalhadores a fim de resolver demandas do setor produtivo”, explica. Mais importante que a escolha da modalidade, para ele, é verificar o conceito do curso e da instituição escolhidos. “Verifique se o programa é reconhecido e bem avaliado pela Capes”, aconselha.

Inscrições para mestrados e doutorados terminam no dia 2 de fevereiro
As inscrições para os programas de mestrado e doutorado do IF Goiano terminam no dia 2 de fevereiro. Interessados devem se inscrever pela internet, no site www.ifgoiano.edu.br/posgraduacao. Todos os cursos são gratuitos.

Ao todo há até 155 vagas para programas ministrados nos campi Ceres, Morrinhos, Rio Verde e Urutaí. Desse total, 49 são destinadas a mestrados acadêmicos em Agroquímica, Biodiversidade e Conservação, Agronomia e Zootecnia, além de doutorado em Agronomia. Esses cursos são oferecidos pelo Campus Rio Verde.

Também nessa unidade estão disponíveis os mestrados profissionais em Bioenergia e Grãos, Engenharia Aplicada e Sustentabilidade e Tecnologia em Alimentos. Há, ainda, vagas para os programas de Conservação e Recursos Naturais do Cerrado e Proteção de Plantas, ambos no Campus Urutaí; Irrigação no Cerrado, no Campus Ceres, e Olericultura, no Campus Morrinhos. São 106 vagas para os cursos dessa modalidade.

Está disponível, ainda, o edital para o Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT). O mestrado profissional é oferecido simultaneamente por 18 Institutos Federais do País. São 24 vagas para o IF Goiano, sendo 12 para servidores da Rede Federal de Educação Profissional e 12 para a comunidade em geral. As inscrições vão de 15 de fevereiro a 4 de março.

Acadêmico/Profissional
Tanto os mestrados e doutorados acadêmicos quanto os mestrados profissionais são modalidades de pós-graduações Stricto sensu, contudo com finalidades diferentes. Enquanto os primeiros visam ao objetivo essencialmente científico, o segundo é voltado à capacitação de profissionais, com vistas a estudar técnicas, processos ou temáticas que atendam a alguma demanda do mundo do trabalho.

Geralmente, cursos acadêmicos exigem como produção final uma dissertação. No caso dos mestrados profissionais, além do artigo/dissertação, é esperada uma produção técnica alinhada à área do programa e à linha de pesquisa.

Fonte: Coordenação Geral de Comunicação Social e Eventos do IF Goiano

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