INCT desenvolve novos sensores para diagnóstico da Covid-19
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Teranóstica e Nanobiotecnologia (INCT TeraNano) trabalha no desenvolvimento de dois tipos de sensores para diagnóstico da Covid-19. A iniciativa faz parte da Rede Vírus MCTIC, iniciativa promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para ajudar no enfrentamento da pandemia.
O ministro do MCTIC, Marcos Pontes, acompanhado de secretários do ministério, visitou o INCT TeraNano, localizado na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais, e pode conhecer o funcionamento dos sensores. O ministro declarou que ficou muito satisfeito com os resultados das pesquisas e acrescentou que a tecnologia pode suprir uma necessidade importante para o país.
“Um dos nosso limitantes no Brasil são os reagentes para os testes diagnósticos”, disse o ministro. “Devido à demanda internacional por esses produtos, a possibilidade de termos testes que não usam esses reagentes será um ganho muito grande para o país e ficará como legado para o nosso sistema de saúde.”
O primeiro tipo de sensor, que deve ficar pronto nos próximos 20 dias, é o fotônico. O diretor do INCT TeraNano, professor Luiz Ricardo Goulart, explica que é uma tecnologia a laser que fragmenta a saliva em grupos químicos e possibilita o diagnóstico da Covid-19. O teste é feito por meio de um aparelho com um detector, que não precisa de reagente. O processamento do diagnóstico é feito por meio de inteligência artificial e o resultado fica pronto em menos de 1 minuto.
O aparelho com o sensor fotônico poderá ser adquirido por laboratórios e ambulatórios para realizar exames da Covid-19. Cada equipamento consegue processar entre 400 e 500 resultados por dia. O aparelho deverá custar em torno de R$ 90 mil e cada exame, cerca de R$ 40.
“Hoje não existe um diagnóstico da Covid-19 tão rápido quanto este”, reforça Goulart. Segundo ele, a agilidade no resultado do exame permite melhorar o tratamento e o isolamento em larga escala dos pacientes testados, em caso de resultado positivo para a doença.
O diretor do instituto revela que o equipamento utilizado para realizar os exames é importado, mas toda a parte de inteligência artificial desenvolvida para oferecer o diagnóstico com rapidez foi desenvolvida pelo INCT TeraNano. “A partir de um aparelho que já existe, nós fizemos uma engenharia, com um protocolo e um algoritmo matemático, que nos permite dar o diagnóstico com muita rapidez”, afirma Luiz Ricardo Goulart.
Sensor portátil
O segundo protótipo em desenvolvimento pelo INCT TeraNano é de um sensor eletroquímico portátil, semelhante a um pen drive, que é conectado ao smartphone. Esse pen drive conta com um microchip, onde gotas de saliva são depositadas. Para cada paciente testado, é usado um novo microchip. O diagnóstico sai em cerca de 1 minuto. O custo de cada exame deverá variar em cerca de R$ 50 a R$ 100,00
De acordo com o Luiz Ricardo Goulart, esse tipo de sensor permite fazer uma triagem rápida de pacientes positivos e negativos para a Covid-19. “É um sensor para ser usado por médicos e profissionais de saúde em ambulatórios e hospitais para a triagem e um diagnóstico de precisão.”
A previsão é de que o protótipo final do sensor eletroquímico deverá estar pronto até o fim do mês de maio para produção e industrialização em larga escala. Segundo o diretor do INCT TeraNano, o trabalho está na parte final da engenharia do pen-drive e de impressão dos eletrodos, que são os chips que entram no smartphone. O sensor vai permitir detectar tanto a presença do vírus, pela saliva, quanto de anticorpos, pelo sangue.
O sensor eletroquímico portátil já é utilizado para testar outros tipos de doença e viroses como tuberculose, dengue e zika. Agora, está sendo feita uma adaptação para o diagnóstico da Covid-19.
Os dois protótipos de sensores desenvolvidos pelo INCT TeraNano são uma parceria da Universidade Federal de Uberlândia com a empresa Imunoscan. Os projetos contam com aporte de recursos do MCTIC e da iniciativa privada. O INCT Teranano integra o Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência vinculada ao MCTIC.
Fonte: MCTIC