ICPCovid Brasil apresenta novos resultados na véspera do início da Fase 3

arte projeto icpcovidMais de 30 mil questionários online já foram respondidos na primeira e segunda fases da pesquisa que estuda o comportamento e as condições de vida da população durante os períodos de distanciamento social para conter a disseminação do novo coronavírus. O International Citizen Project Covid-19 (ICPCovid) é um consórcio internacional formado por 20 países, liderado pelo professor Robert Colebunders, da Universidade de Antuérpia, na Bélgica que está avaliando até que ponto as medidas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelas autoridades de saúde locais para conter a disseminação do coronavírus estão sendo seguidas pela população.

A pesquisa é coordenada no Brasil pela epidemiologista Edlaine Faria de Moura Villela, professora da Universidade Federal de Jataí/Goiás e líder do Grupo de Pesquisa EPICOL/CNPq. A terceira fase do estudo terá início nesta sexta-feira, 15. O questionário é simples e rápido, e apresentará novas questões muito importantes. Todos podem participar, independente de terem participado ou não da primeira fase. Para preencher o questionário, bem como ter acesso ao protocolo de pesquisa, basta acessar o link: www.icpcovid.com/pt-br/country/brasil

Resultados preliminares

Segundo ela, “os dados colhidos mostram que tivemos a participação de pessoas de todos os estados brasileiros e, felizmente, o estado de Goiás participou mais ativamente na segunda fase, sendo o segundo estado com maior participação. 54% dos participantes moram em área central da cidade, mas contamos com a participação de moradores de área rural também”, afirma a professora Edlaine.

Do total de entrevistados, a idade média dos participantes foi de 47 anos, sendo a maioria, mulheres. Quanto ao nível educacional, 88% possuem graduação. Com relação à atividade profissional, 70% dos participantes trabalham. Destes, 30% atuam no setor da saúde.

O estudo tem mostrado que o isolamento tem sido respeitado pela maioria, pois mais de 50% passaram a trabalhar em casa diante da pandemia, o que pode ter contribuído para atrasar o pico do número de casos no Brasil. No entanto, 42% ainda tiveram contato físico com pessoas fora da sua casa há mais de uma semana.

Em relação as medidas preventivas individuais, a professora mencionou que maioria dos participantes demonstraram aderir tais medidas de forma satisfatória. 92,6% mantêm a regra social de ficar distante das outras pessoas. A maioria das pessoas cobre a boca e o nariz quando espirra e lava as mãos depois (69,5%). Observou-se o aumento do uso da máscara facial, comparando os dados da primeira e segunda fase.

“Um resultado que chamou nossa atenção é que as pessoas passaram a apresentar maior preocupação com a própria saúde na segunda fase da pesquisa”, destacou a coordenadora do estudo. Na primeira etapa as pessoas não estavam preocupadas com a sua própria saúde, mas demonstravam grande preocupação com a saúde de seus familiares e amigos.

O Observatório de Epidemiologia e Serviços de Saúde (EpiServ), também coordenado pela professora, recentemente ganhou um site, que tem sido atualizado semanalmente pelos discentes envolvidos no ICPCovid. No momento, o EpiServ acaba de implantar sua Sala de Situação de Saúde. Acesse: episerv.com.br

O professor Robert Colebunders e Edlaine Faria de Moura Villela realizam conjuntamente projeto de pesquisa sobre oncocercose (doença parasitária causada por infestação de vermes nematódeos) fomentado pelo Governo de Goiás, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). O projeto foi interrompido por conta da pandemia do novo coronavírus, que criou oportunidade para esse novo estudo.

Edlaine explica que também está sendo feito um estudo global sobre o impacto da pandemia no cotidiano de pessoas que vivem com HIV/AIDS e de pessoas com epilepsia.

Seguem os links para participação dos grupos específicos:

HIV – https://www.icpcovid.com/pt-br/covid-19-e-pessoas-que-vivem-com-hiv

Epilepsia: https://www.icpcovid.com/pt-br/covid-19-e-pessoas-com-epilepsia

Governo na palma da mão

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