Diversos atores do ecossistema de Inovação de Goiás participaram nesta segunda-feira, dia 16, do I Fapeg Summit, uma iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) que teve como objetivo lançar editais de fomento à inovação e apresentar soluções que impulsionem o desenvolvimento de negócios empreendedores inovadores em Goiás. As atividades foram realizadas no Teatro Escola Basileu França, no setor Leste Universitário, em Goiânia, e reuniram cerca de 220 empreendedores.

A jornada de atividades envolveu lançamento de editais; Rodada de Oportunidades em que parceiros do Programa Centelha Goiás apresentaram produtos e serviços gratuitos como mentoria, coworking e cursos de capacitação para auxiliar no desenvolvimento de negócios inovadores do Estado; palestras de representantes das parceiras Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadora (Fundação Certi) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep); e apresentação dos resultados e estatísticas da primeira fase do Programa Centelha Goiás.

Apoio
O evento foi aberto pelo secretário de Desenvolvimento e Inovação de Goiás, Adriano da Rocha Lima, que comentou sobre a importância da rede de apoio para os empreendedores que querem desenvolver seus negócios. De acordo com o secretário, o Governo de Goiás está atuando em sinergia com a iniciativa privada e esse esforço coletivo nas várias esferas da sociedade acaba acelerando o crescimento econômico e social de Goiás.

“Nos últimos 15, 20 anos, a gente percebe uma revolução no mercado de trabalho. A nossa cultura está mudando e a gente percebe que cada vez mais a palavra empreendedorismo tem sido falada”, avaliou Lima. Para o secretário, as pessoas despertaram e passaram a acreditar em seu próprio potencial, explorando suas habilidades profissionais, sem achar que o futuro depende de um bom emprego em uma grande multinacional e “essa é a grande revolução que precisa ser estimulada, que precisa de mecanismos disponíveis para que ela aconteça.”

Ações da Fapeg
Durante o evento, o presidente da Fapeg, Robson Veira, apresentou o trabalho realizado pela Fundação neste ano, falou das metas para 2020. Vieira também destacou o objetivo da realização do primeiro summit da Fapeg, de dar visibilidade às ações da Fundação, que em 2019 passou por uma revisão em seu planejamento estratégico dando foco em inovação e pesquisa aplicada como estratégia para atravessar o momento crítico que as áreas de ciência e tecnologia estão atravessando no País.

O presidente da Fapeg destacou ainda o fomento dado a 57 eventos por meio do edital de realização de eventos científicos e tecnológicos, onde foram aplicados recursos em torno de R$ 777 mil, e do fomento de R$ 505 mil para apoiar a participação de pesquisadores em eventos científicos nacionais e internacionais. Robson Vieira lembrou ainda que, em 2019, a Fapeg investiu R$ 2,3 milhões para a realização da primeira Campus Party em Goiás, que reuniu 60 mil pessoas.

“O Centelha Goiás foi outro evento executado pela Fapeg e que demandou uma grande mobilização de agentes parceiros, conseguindo um resultado muito positivo, com 917 ideias submetidas e 2.185 empreendedores cadastrados de 64 municípios, o que demonstra a demanda e o potencial da inovação no interior e que uma das metas da Fapeg é o fortalecimento da inovação nos municípios”, avalou ainda o presidente da Fapeg.

2020

O planejamento para 2020, com algumas ações já iniciadas neste ano de 2019, prevê a criação, em parceria com a Universidade Federal de Goiás, do Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia), “que nasce diferenciado dos outros centros de excelência porque tem um viés para pesquisa aplicada para desenvolvimento de negócios”, explicou Robson Vieira. O CEIA está sendo criado com o objetivo de estimular a competitividade e a efetividade organizacional das instituições públicas e empresas privadas por meio do desenvolvimento de soluções tecnológicas e inovadoras baseadas em IA.

Entre as metas da Fapeg também está o Centro de Excelência em Internet das Coisas, em Rio Verde, que será lançado em fevereiro com foco na agricultura de precisão, drones, tratores autônomos com os objetivos de baratear a tecnologia para o pequeno e médio produtor e fortalecer o interior.

Robson Vieira anunciou ainda o lançamento de novos editais de Participação e Realização de Eventos a partir de janeiro de 2020 com uma linha dedicada ao segmento de inovação. Anunciou também o fomento para a realização da segunda Campus Party e os trabalhos para que seja lançado Centelha 2 durante o evento. O Projeto de Vitrine de Patentes será outra ação da Fapeg junto aos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs), que irá mapear e avaliar a viabilidade de conversão das patentes em produtos.

Editais

Também para 2020 a Fapeg estará executando os editais de Apoio à Estruturação e Consolidação das Incubadoras de Empresas do Estado de Goiás abrindo a oportunidade para instituições de ensino superior ou instituições de ciência, tecnologia e inovação instaladas no Estado de Goiás apresentarem propostas para estruturação e consolidação de suas incubadoras de empresas de base tecnológica como instrumentos de auxílio a empresas e empreendimentos nascentes e, consequentemente, como agentes de desenvolvimento socioeconômico sustentável do Estado de Goiás. A Fapeg lança edital nesta terça-feira, dia 17, e disponibiliza o formulário para inscrições no sistema OPP Fapeg, no site da Fundação a partir do dia 13 de janeiro até o dia 31 de março. A Chamada Pública prevê recursos do Tesouro Estadual da ordem de R$ 1,5 milhão, sendo R$ 1,2 milhão para a linha de estruturação e R$ 300 mil para a consolidação.

Ainda no final de 2019, Fapeg lança o edital Tecnova 2 em parceria com a Finep que contará com R$4,2 milhões, sendo R$ 2,8 milhões da Finep e R$ 1,4 milhão da Fapeg, para apoiar, por meio de subvenção econômica (recursos não reembolsáveis), projetos de inovação que envolvam significativo risco tecnológico associado a oportunidades de mercado.

O edital vai apoiar empresas goianas que apresentem uma receita bruta no último exercício igual ou inferior a R$ 16 milhões e que queiram investir no desenvolvimento de produtos ou processos inovadores para o desenvolvimento dos setores econômicos considerados estratégicos nas políticas públicas de inovação do Estado. Poderão submeter propostas de R$ 150 mil a R$ 300 mil. Será um edital temático, com 11 áreas prioritárias, Inteligência artificial, Internet das coisas, Robótica e veículos autônomos; Realidade aumentada e virtual; Agronegócio; Mineração e energia; Biotecnologia, biodiversidade, nanotecnologia e fármacos; Alimentos; Economia circular; Saúde e Confecção.

Parceria
O gerente da Finep, Marcelo Camargo, ressaltou que Goiás tem sido, na Região Centro-Oeste, um representante muito importante da Finep no sentido de alianças e parcerias para os programas de inovação. “A inovação é um desafio muito grande no Brasil. Precisamos, como agentes, promover uma mudança e integrar esforços no sentido de construir uma rede de atores que seja efetivamente sinérgica nessa questão da inovação”, considerou.

Marcelo Camargo falou sobre os fundamentos de um projeto de inovação e as perspectivas de financiamento. Inovação é a introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos, processos ou serviços, ressaltou e explicou os elementos para se caracterizar um bom projeto de inovação: risco tecnológico, abrangência e intensidade, barreiras, impactos e aderência ao negócio e externalidades.

Natureza e Inovação
Marcos Da-Ré, diretor executivo do Centro de Economia Verde da Fundação Certi foi um dos palestrantes do evento. Biólogo com atuação em estratégias de conservação da natureza, tanto em projetos de campo quanto em articulação de políticas públicas, falou sobre o  tema “Ecossistemas naturais inspirando o empreendedorismo inovador.” O diretor fez uma analogia entre os fatores que permitem o equilíbrio do ecossistema natural e a interação entre as startups, empresas, universidades, setor público, ambientalistas, pesquisadores, órgãos reguladores e outros atores no ambiente da inovação, ressaltando que a característica da diversidade é importante nos dois ecossistemas, no natural e no de inovação. “Não se faz um ecossistema sozinho. Quanto maior a diversidade de atores, parceiros, de mecanismos, mais robusto se torna o ecossistema, pois se tem mais chances para encontrar novas ideias na diversidade. Criamos assim, um ambiente favorável para a evolução de todo esse ecossistema”, declarou.

Centelha Goiás

O gerente de Inovação da Fapeg, Guilherme Resende apresentou os números e estatísticas do Projeto Centelha Goiás, que está na segunda etapa com 202 propostas selecionadas entre as 917 ideias inscritas inicialmente.

Ao final do evento, as instituições parceiras do programa Centelha apresentaram os vários produtos e serviços como mentorias, cursos de capacitação ou coworking, entre outros serviços disponíveis que podem apoiar os selecionados para a segunda etapa do Centelha, no aprimoramento de sua ideia e desenvolver seu negócio. Nesta fase eles vão elaborar e detalhar um plano de negócio executivo com o objetivo de demonstrar as chances da ideia gerar um bom negócio. A terceira fase, pela qual passam até 100 das propostas, consiste no desenvolvimento de um projeto de fomento, com apresentação detalhada do orçamento e do planejamento de execução do projeto. Ao final, até 28 projetos serão contemplados, cada um com R$ 60 mil em subvenção econômica.

Disponibilizaram seus produtos O Centro de Empreendedorismo e Inovação da Universidade Federal de Goiás, o Inovacentro (Proin) da Universidade Estadual de Goiás, a incubadora da PUC Goiás, o IFGoiano e polo Embrapii Rio Verde, a Secretaria de Indústria e Comércio, Atmosfera Inovação e Empreendedorismo e Ninho Consultoria. Ao final os palestrantes e toda a rede de parceiros da Fapeg participaram de um debate para esclarecer dúvidas dos participantes.

Assessoria de Comunicação da Fapeg
Texto: Helenice Souza
Fotos: Edinan Ferreira/Comunicação Sedi