I Colóquio Internacional Bullying Submerso debate religião e etnicidade na escola
Com a presença de pesquisadores nacionais e internacionais, foi aberto nesta terça-feira, 27, o I Colóquio Internacional Bullying Submerso com o tema Religião e Etnicidade na Escola, no Auditório do Bloco S, no Câmpus II da PUC Goiás. O evento, realizado pela universidade com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), faz parte da programação oficial o I Congresso de Ciência e Tecnologia e termina na quinta-feira, 29. Até lá serão realizadas oficinas, workshops e palestras centradas na violência contra segmentos religiosos, em especial aqueles com matrizes afro-brasileiras.
A abertura foi realizada pela professora Irene Dias, presidente da Comissão Organizadora do evento, que ressaltou a presença de mestrandos e doutorandos do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências da Religião e a importância da socialização da temática com professores da rede pública de ensino. Em sua reflexão, ela ressaltou a importância da percepção e do respeito ao outro, em suas crenças e valores, como ponto principal da construção da paz. “Não existe paz onde não há respeito. E a sala de aula é o lugar fundamental, a ponte nesta construção”, afirmou ela.
A conferência de abertura, ponto alto da programação do primeiro dia, foi realizada pela profa. dra. Denise Botelho, da Universidade Federal Rural do Pernambuco. Ela falou para os participantes sobre O mapa da violência nas escolas do Brasil e a intolerância religiosa. “Estamos em pleno século 21, onde há principio deveríamos estar em uma cultura de paz, mas o que temos percebido na sociedade brasileira é que tem crescido consideravelmente o número de violência e, em especial, as religiões africanas”.
Segundo a estudiosa, isso tem se demonstrado na escola a partir da negação da própria implementação da introdução da cultura afro-brasileira e africana e de casos de agressão física em relação àqueles alunos que se assumem seguidores de determinadas religiões. “Violência tem sido generalizada motivada pela intolerância religiosa. Esse tem sido um fenômeno social nacional”, afirma Denise. Em sua palestra, ela defendeu o papel da escola como fundamental para aprender o convívio afetivo e harmonioso com o outro. “A escola tem obrigação de instalar uma cultura da paz, onde as pessoas primeiramente possam conhecer as diversas culturas que compõem a realidade brasileira”.
Preconceito
Na continuidade da programação, foi realizada mesa redonda sobre Formas escondidas de preconceito (bullying submerso) presentes no cotidiano da educação, que teve como coordenadora a profa. Janira Sodré Miranda, coordenadora do Proafro da PUC Goiás. “Este é um avanço importante que lideranças religiosas e acadêmicas e pessoas interessadas nas liberdades em geral possam aprofundar sobre o atual momento do país e sobre a tolerância e respeito à liberdade religiosa e, em particular, sobre essas relações dentro da escola como espaço de socialização das novas gerações”.
Também participou da mesa redonda o antropólogo e babalorixá, Robson Max Souza, onde apresentou sua experiência com escola multicultural na Cidade de Goiás. “Quero recolher a experiência dos companheiros e contribuir com a minha vivência. Trabalhamos com isso no dia a dia sobre a diversidade e o respeito com crianças”, explica ele. Para o pesquisador, a solução está sobretudo na afetividade e no respeito.
Participaram ainda da abertura do evento a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, professora Milca Severeno, a coordenadora da Escola de Formação de Professores e Humanidades, profa. Clélia Brandão, o coordenador do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências da Religião, prof. Clóvis Ecco, a presidente da Fapeg, Zaíra Turchi e a representante da Secretaria Estadual de Educação, Silvone Melchior.
Fonte: PUC Notícias.