HC-UFG aplica teste molecular rápido para Covid-19 desenvolvido na universidade

Desde terça-feira, 23 de fevereiro, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás está disponibilizando aos pacientes atendidos na unidade o novo teste RT-LAMP com tecnologia desenvolvida a partir do Projeto “Diagnóstico Molecular Rápido baseado em RT-LAMP para COVID-19”. Para início da ação o projeto disponibilizará ao HC-UFG 500 testes que auxiliarão no diagnóstico rápido de pacientes que são atendidos na unidade de saúde.

Com a técnica RT-LAMP o teste detecta a presença do RNA do vírus Sars-Cov 2 na fase da infecção ativa, na mesma janela do exame padrão ouro, o PCR (3 a 10 dias). O grande diferencial é que o exame fica pronto em cerca de uma hora, o que pode ser decisivo no tratamento e isolamento do paciente. Além disso, o teste é mais barato e não necessita de instrumentação sofisticada. Os recursos para o desenvolvimento dos testes doados vieram do Ministério Público do Trabalho de Goiás (MPT-GO), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e do CNPq. Até o momento foram destinados cerca de R$ 1,7 milhão de reais ao projeto.

A coordenadora da pesquisa e professora do Instituto de Química da UFG, Gabriela Duarte, explica que o HC foi escolhido como projeto piloto por estar dentro da instituição e como gesto de devolução à sociedade dos investimentos de recursos públicos no projeto. Os biomédicos do hospital foram treinados para realização do exame pela equipe do projeto.

O diretor do Hospital das Clínicas da UFG, José Garcia, ressaltou que o teste tem ótima qualidade e, como fica pronto rapidamente, tem auxiliado com relação ao isolamento do paciente. Segundo ele, muitas vezes o paciente fica isolado até que o teste fique pronto, sem a certeza se está com a Covid-19 ou outra doença respiratória que exige tratamentos diferenciados. “No atual momento da pandemia, toda facilidade no diagnóstico é muito importante”.

Validação do teste
A pesquisa que teve início no primeiro semestre de 2020 na UFG já passou pela fase de validação e já aplicou cerca de mil testes na população. A próxima etapa é realizar a transferência de tecnologia para o maior número de instituições possíveis, públicas ou privadas, fazendo com que os benefícios alcançados com essa tecnologia sejam percebidos pela sociedade nos diferentes meios de assistência à saúde.

Em breve, deve ser disponibilizado um edital público para viabilizar essa transferência de tecnologia. “A equipe do projeto fará o treinamento das equipes de forma gratuita, fazendo com que este diagnóstico seja mais rápido e que possa salvar vidas”, afirma Gabriela Duarte. A professora do Instituto de Ciências Biológicas, Elisângela Lacerda, que também participa da pesquisa explica que a transferência da tecnologia do teste RT-LAMP UFG “é a etapa final do processo de desenvolvimento científico e tecnológico realizado na universidade, ela significa que a inovação tecnológica está em vias de se tornar acessível à sociedade, por meio de empresas e instituições com capacidade de produzir, fornecer ou comercializar na forma de novos produtos, processos ou serviços.”

Equipe:

Pesquisadores do Grupo de Pesquisa de Biomicrofluidica do Instituto de Química e do Laboratório de Genética Molecular e Citogenética do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás:

Profa. Gabriela Rodrigues Mendes Duarte IQ/UFG

Profa. Elisângela de Paula Silveira Lacerda ICB/UFG

Livia do Carmo Silva- Pós-Doutoranda IQ/UFG

Kézia Gomes de Oliveira – Doutoranda do IQ/UFG

Geovana de Melo Mendes – Doutoranda do IQ/UFG

Paulo Felipe Neves Estrela – Mestrando do IQ/UFG

Carlos Abelardo dos Santos – Mestrando do ICB/UFG

Marcio Neres de Souza Junior – Iniciação Científica IQ/UFG

Laura Souza Abdallah – Iniciação Científica IQ/UFG

Fonte: Secom UFG

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