Governo federal mobiliza 220 mil militares para orientar a população contra o Aedes aegypti

O Governo Federal realiza uma grande mobilização nacional contra o Aedes aegypti neste sábado, dia 13, com a participação de 220 mil militares do Exército, Marinha e Aeronáutica. Junto com profissionais dos estados e municípios, eles vão às ruas orientar a população sobre o combate aos criadouros do mosquito transmissor da dengue, da chikungunya e do vírus Zika. O reforço das Forças Armadas estará distribuído entre cerca de 350 municípios das 27 unidades federativas. Cerca de 4 milhões de panfletos informativos serão distribuídos durante a ação.

A região Sudeste irá receber o maior número de militares, com 104,4 mil homens atuando nas ruas. A região Centro-Oeste receberá 35 mil militares, seguida do Nordeste, com 28,6 mil; Norte, com 28,3 mil; e região Sul, com 23,7 mil militares.

Com caráter educativo, esta ação visa intensificar a conscientização da população para a importância de erradicar os criadouros do mosquito Aedes. Dentre os cerca de 350 municípios selecionados para a ação, estão as 115 cidades prioritárias, que tiveram incidência de dengue acima de 100 casos para cada 100 mil habitantes, nos meses de novembro e dezembro de 2015.

Durante todo o dia, serão distribuídos materiais informativos, com explicação das medidas de prevenção, além de orientações aos moradores sobre a importância do envolvimento de todos nessas ações.

Nas casas que estiverem vazias, o material informativo será deixado nas caixas de correspondência. Os donos de estabelecimentos comerciais também serão orientados a fixar cartazes em local visível e de fácil acesso.

Enquanto ainda existe disponível no mundo uma vacina para o vírus Zika, o combate aos focos do mosquito é a única forma de prevenção da doença, protegendo gestantes e crianças. Esse vírus tem sido associado ao aumento de casos de microcefalia em bebês quando as mães são infectadas durante a gestação.

Entre os dias 15 e 18 de fevereiro, haverá uma nova ação de combate ao foco dos mosquitos com a participação de 50 mil militares que estão sendo treinados para atuar nas regiões a serem indicadas pelas prefeituras e pelo Ministério da Saúde. Esta ação será de combate ao mosquito, e não apenas de orientação, e deverá incluir a aplicação de larvicidas e inseticidas.

Plano nacional
A iniciativa faz parte dos esforços do Governo Federal previstos no Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes e à Microcefalia, lançado pela presidente Dilma Rousseff em dezembro do ano passado. Ao todo, 19 ministérios e outros órgãos federais estão mobilizados para atuar conjuntamente neste enfrentamento, que contará também com a participação dos governos estaduais e municipais.

As visitas de rotina às residências para eliminação e controle do vetor ganharam o reforço das Forças Armadas, com mais de 2.400 militares capacitados até o momento, e de mais de 266 mil agentes comunitários de saúde, além dos 46,5 mil agentes de endemias que já atuavam regularmente nessas atividades. A orientação é para que esse grupo atue, inclusive, na organização de mutirões de combate ao mosquito em suas regiões.

Somam-se a esse esforço a mobilização voltada aos servidores públicos no dia 29 de janeiro, no chamado “Dia da Faxina”, cujo objetivo foi inspecionar e eliminar possíveis focos do mosquito nos prédios dos órgãos federais. A ação aconteceu em ministérios, autarquias, agências e demais órgãos vinculados, envolvendo cerca de 1,6 milhão de trabalhadores.

Sob a coordenação do Ministério da Defesa, as Forças Armadas fizeram um mutirão, entre os dias 29 de janeiro e 4 de fevereiro, para realizar a limpeza nas cerca de 1.200 unidades militares existentes no país.

Para reforçar as ações de mobilização dos servidores federais, foi publicado no Diário Oficial da União, no dia 2 de fevereiro, um decreto que determina adoção de medidas rotineiras de prevenção e combate ao vetor em todos os prédios públicos. Entre as medidas estão a realização de campanhas educativas, vistoria e retirada de criadouros do mosquito, além da limpeza das áreas internas e externas e o entorno das instalações públicas.

Como eliminar criadouros
Para erradicar o Aedes aegypti e todos os seus possíveis criadouros, o Ministério da Saúde recomenda à população a adoção de uma rotina com medidas simples para eliminar recipientes que possam acumular água parada. Quinze minutos de vistoria são o suficiente para manter o ambiente limpo. Pratinhos com vasos de planta, lixeiras, baldes, ralos, calhas, garrafas, pneus e até brinquedos podem ser os vilões e servir de criadouros para as larvas do mosquito. Outras medidas de proteção individual também podem complementar a prevenção das doenças, como o uso de repelentes e inseticidas para o ambiente.

O Brasil tem um programa permanente de prevenção e controle do Aedes aegypti, com ações compartilhadas entre União, estados e municípios, durante todo o ano. Além do desenvolvimento de ações de apoio a estados e municípios, responsáveis pela coordenação e execução destas ações, o Ministério da Saúde realiza a aquisição de insumos estratégicos, como inseticidas e kits de diagnósticos, para auxiliar os gestores locais no combate ao mosquito.

Os recursos federais destinados ao enfrentamento ao Aedes aegypti cresceram 39% nos últimos anos (2010-2015), passando de R$ 924,1 milhões para R$ 1,29 bilhão neste ano. Para 2016, a previsão é de um incremento de R$ 580 milhões, uma vez que o valor chegará a R$ 1,87 bilhão. Além disso, foi aprovado no orçamento um adicional de R$ 500 milhões para esta operação.

Microcefalia
O Ministério da Saúde e os estados investigam 3.670 casos suspeitos de microcefalia em todo o país. Isso representa 76,7% dos casos notificados. De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, 404 casos já tiveram confirmação de microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central, sendo que 17 com relação ao vírus Zika. Outros 709 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.783 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 30 de janeiro.

No total, foram notificados 76 óbitos por microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto (natimorto) ou durante a gestação (abortamento espontâneo). Destes, 15 foram investigados e confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central, sendo que cinco tiveram identificação do vírus Zika no tecido fetal. Outros 56 continuam em investigação e cinco já foram descartados.

Cabe esclarecer que o Ministério da Saúde está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central, informados pelos estados e a possível relação com o vírus Zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos além do Zika, como Sífilis, Toxoplasmose, Outros Agentes Infecciosos, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Viral.

Fonte: Ministério da Saúde.

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