Governo de Goiás lança programa Goianas na Ciência e Inovação
Fapeg anuncia três novos editais ainda para 2023 que foram desenvolvidos para incentivar a participação de mulheres tanto no meio acadêmico como na área de inovação
Ampliar a participação feminina nas áreas de ciência e de inovação é a meta do programa criado pelo Governo de Goiás chamado Goianas na Ciência e Inovação, lançado nesta quarta-feira, 17, no HUB Goiás, em Goiânia. Por meio do Goiás Social e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), o programa prevê a promoção de políticas públicas voltadas para o estímulo, para o desenvolvimento e para o apoio a meninas e mulheres em projetos de ciência, tecnologia e inovação.
O evento de lançamento contou com a presença da primeira-dama e presidente da OVG, Gracinha Caiado, do titular da Secti, José Frederico Lyra Netto, do presidente da Fapeg, Robson Vieira, entre outras autoridades. Durante o encontro, foi anunciado o lançamento de três editais de fomento, começando já no primeiro semestre deste ano, que vão contemplar startups, projetos de Instituições Científicas e de Inovação Tecnológica (ICT), alunas e professoras de graduação e pós-graduação.
A projeção é que sejam investidos R$ 4,5 milhões que vão beneficiar aproximadamente 2,5 mil mulheres em diversas faixas etárias (crianças, jovens e adultas), tanto com os novos editais de bolsa de incentivo via Fapeg quanto utilizando estruturas e programas já existentes do Governo, como o Sukatech, os Laboratórios Includes e as Escolas do Futuro de Goiás. “Estes três grandes editais da Fapeg tentam suprir um pouco a questão da demanda e da presença das mulheres em algumas áreas, como ciências exatas e engenharia, que a gente tem uma participação pequena de pesquisadoras. O mesmo acontece na área de inovação”, explica o presidente da Fapeg.
O programa foi dividido em três etapas: despertar, desenvolver e acelerar. Na primeira, serão desenvolvidos projetos que despertem o interesse de meninas e adolescentes pela ciência. Na etapa dois, serão escolhidos projetos voltados a empreendimentos e iniciação científica liderados por mulheres. Já a terceira etapa prevê o estímulo a startups e a mulheres cientistas na pós-graduação, especialmente aquelas focadas em Inteligência Artificial (IA) e Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). “Não podemos deixar metade dos nossos talentos no banco. Precisamos de todo mundo! E nós conhecemos tantas mulheres inspiradoras. E se a gente pudesse tornar o caminho delas mais fácil?”, questiona o secretário José Frederico Lyra Netto.
Gracinha Caiado vê como pioneira a atitude tomada pelo Governo de Goiás. “O Estado está entrando de forma vanguardista no que se trata de tecnologia e capacitação na ciência. Nós queremos ter cada dia mais mulheres atuando em todas as áreas e porque não também na ciência e na tecnologia?”, comenta a presidente da OVG.
Despertar, Desenvolver e Acelerar
Para aproximar as garotas da tecnologia e familiarizá-las com o raciocínio computacional, os laboratórios Include oferecerão vagas para meninas e jovens, de 8 a 20 anos, em cursos básicos de robótica e programação, com a utilização e criação de ferramentas digitais, e de internet das coisas, com duração de 4 meses. As vagas oferecidas pelos laboratórios serão ampliadas em 60% para atender a esta nova demanda, totalizando 900 vagas em 26 unidades, localizadas em 23 municípios goianos. As inscrições começam no dia 3 de julho e o início das aulas está previsto para o dia 31 de julho.
Já no Sukatech, com unidade em Goiânia, serão oferecidas turmas exclusivas, bimestralmente, para o público feminino, nos cursos de informática básica (duração de 04 semanas); montagem e manutenção de computadores (duração de 04 semanas); e robótica (duração de 06 semanas). Serão 50 vagas por bimestre, além da previsão de reserva de vagas nas demais turmas. As inscrições já estão abertas e as aulas começam no dia 22 de maio.
Por meio da Fapeg, serão selecionados até cinco iniciativas ou projetos de extensão das Instituições Científicas e de Inovação Tecnológica (ICT) de Goiás que incentivem a atração, participação e fixação de meninas vulneráveis e de baixa renda nas carreiras de STEM e que promovam discussões sobre temas relacionados à igualdade de gênero. O edital está previsto para o segundo semestre de 2023.
Para as mulheres cientistas ou empreendedoras que ainda não possuem empresa ou plano de negócio, as unidades da Escola do Futuro de Goiás (EFG) vão dar suporte para o desenvolvimento de produtos ou serviços. Serão oferecidos 1.500 horas-atendimento de monitores e consultores, atendendo até 12 ideias ou projetos em um ciclo de 4 meses.
O objetivo é colocar no mercado mais empresas lideradas por mulheres. O programa também prevê o lançamento, via EFGs, de um edital anual voltado para a captação e fomento de ideias de negócios lideradas por mulheres. A publicação do primeiro edital está prevista para o mês de julho.
Para estimular as mulheres goianas na área de pesquisa em inovação, inclusão e tecnologia, a Fapeg também vai ofertar bolsas de iniciação científica a alunas e professoras de cursos de graduação superior, de instituições públicas e privadas. Com investimento de mais de R$ 700 mil, a Fapeg vai lançar o edital em setembro deste ano.
Serão admitidas pesquisas de iniciação científica nas áreas de Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Biotecnologia, Nanotecnologia e Big Data; Agronegócio, Logística, Transportes, Mineração, Produção Industrial de Alimentos e Produção Industrial Fármaco-Química; Energias Renováveis, Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Transformação Digital; Saúde Coletiva, Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência, Educação Profissional e Tecnológica e Avaliação de Políticas Educacionais; e Ciências Sociais Aplicadas.
O Goianas na Ciência e Inovação também prevê o aporte financeiro às startups lideradas por mulheres ou que possuam pelo menos 50% de pessoas do gênero feminino em seu quadro societário, por meio de editais de incubação, aceleração e ações de inovação aberta. Inicialmente, serão atendidas dez startups, com a subvenção média de R$ 50 mil por startup em cada ciclo. A publicação do primeiro edital está prevista para o segundo semestre deste ano.
O programa também vai incentivar as mulheres cientistas na pós-graduação. Por meio da Fapeg, serão selecionados até dez projetos em Inteligência Artificial e outros dez em STEM, com aporte financeiro de R$ 60 mil e R$ 50 mil, respectivamente. O intuito é aumentar a presença de mulheres pós-graduandas, mestras, doutoras ou empreendedoras nestas áreas, além do fomento a startups de IA lideradas por mulheres. O edital será lançado no segundo semestre.
O Radar de Fomentos para Elas vai monitorar e divulgar diferentes editais de fomento a projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação, voltados para as mulheres. O intuito é estimular o ingresso e a formação de meninas e mulheres na ciência, tecnologia e inovação, especialmente meninas negras e indígenas.
As ações serão prioritárias e não restritas às áreas de conhecimento das Ciências Exatas, Engenharias e Computação, com foco em estudantes a partir do ensino médio, incluindo Educação para Jovens Adultos (EJA) e ensino profissional e tecnológico, à pós-graduação. Estima-se que a cada ano seja possível atender, no mínimo, os projetos das ICTs e escolas da rede estadual de Educação, contemplando mais de 1,5 mil goianas.
Mulheres na Ciência
Segundo dados da Unesco, no Brasil a média de mulheres em cursos de computação é de apenas 6 para um grupo de 30 alunos, ou seja 13%. Ainda, de acordo a Unesco, apenas 30% das cientistas no mundo são mulheres. No Brasil, a proporção é ainda menor: elas ocupam apenas 14% das posições na Academia Brasileira de Ciências.
Assessoria de Comunicação da Fapeg com informações da Assessoria de Comunicação da Secti
Fotos: Hegon Corrêa e Juliana Diniz