Governo de Goiás e Fundação Grupo Boticário lançam edital para fortalecer cadeia produtiva de frutos nativos do Cerrado
A Chamada Produtos e Serviços da Natureza conta com um aporte de R$ 1 milhão para fomento de projetos inovadores que fortaleçam a cadeia de sociobiodiversidade do Cerrado em Goiás. As inscrições já estão abertas
O Governo de Goiás, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), realizou na tarde desta terça-feira, 25, no Hub Goiás, no setor Leste Universitário, o evento de apresentação da Chamada 02/2023 – Produtos e Serviços da Natureza: Soluções para fortalecer as cadeias da sociobiodiversidade, uma iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza (FGB) em parceria com o governo goiano, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de soluções práticas e inovadoras para desafios naturais voltados para o fortalecimento das cadeias produtivas de frutos nativos do Cerrado de Goiás. Autoridades do executivo goiano e pesquisadores de várias instituições de ensino superior no Estado estiverem presentes para um conhecimento mais aprofundado sobre o edital e como poderão submeter suas propostas. Todo o evento foi transmitido ao vivo pelo canal do YouTube da Fapeg.
Para expor sobre o processo de inscrições e esclarecer dúvidas sobre o edital, o evento contou com dois momentos seguidos: o primeiro de alcance nacional com a Fundação Grupo Boticário (FGB), por transmissão de uma live pelo canal do Youtube da Fundação Grupo Boticário, sendo assistida pelos pesquisadores presentes no HUB Goiás por um telão montado pela Fapeg, dentro do auditório. A FGB apresentou informações sobre a Chamada da Teia de soluções, que selecionará propostas inovadoras para fortalecer as cadeias da sociobiodiversidade no Cerrado de Goiás, e também na Zona Costeira da Bahia e na Mata Atlântica (Paraná, sul de São Paulo, norte de Santa Catarina e 17 municípios do Rio de Janeiro). Em um segundo momento, a Fapeg conduziu a apresentação local com esclarecimentos relativos ao edital no que tange especificamente à cadeia produtiva de frutos nativos do cerrado e uma roda de conversa sobre o cerrado goiano e ações que estão sendo realizadas pelo setor público e academia. Ao final, pesquisadores goianos que já foram contemplados na primeira e segunda chamadas, realizadas por essa mesma parceria, fizeram relatos de suas pesquisas.
A subsecretária de Inovação e Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Goiás, Sheila Pires, disse na solenidade que o Governo de Goiás não mede esforços para o investimento em ciência por compreender que a pesquisa científica é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico do estado. “Falar de sustentabilidade e desenvolvimento é falar de ciência. Não tem como falar desenvolvimento social e econômico sem ter a pesquisa científica como fomentadora das melhorias de vida e da realidade de um povo. Assim, o governo goiano tem se desdobrado em esforços permanentes para que os pesquisadores goianos tenham a oportunidade de fazer dos seus trabalhos científicos fatores dessa transformação”, disse ela.
Gerente da Reserva Natural Serra do Tombador da Fundação Grupo Boticário, André Zecchin, participou do evento presencial, e ressaltou que este é o terceiro ano de parceria. ” São 15 projetos que estão sendo desenvolvidos no Nordeste goiano, projetos de fomento e pesquisa científica, de inovação e tecnologia, e de capacitação. A FGB é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que foi fundada em 1990, com o propósito de promover e realizar ações de conservação em todo o Brasil. Por isso que é com muita satisfação que a gente realizou essa parceria com a Fapeg em 2021 e vem até hoje como parceiro, porque a Fapeg está ajudando a gente, assim como a gente ajuda a Fapeg, em realizar nosso propósito “, disse.
O presidente da Fapeg, Robson Domingos Vieira, ressaltou a importância de ter o Cerrado como pauta de governo e que, em breve, mais ações serão realizadas em prol desse bioma. ” Estamos empenhados em construir projetos estruturantes olhando e protegendo o Cerrado”, enfatiza.
O edital
De acordo com o edital, a chamada será executada em duas etapas. Para esta primeira fase, as inscrições para a Chamada Teia de soluções já estão abertas e poderão ser feitas até o dia 02 de junho. As iniciativas devem propor ideias de soluções práticas para o desafio lançado, de forma multidisciplinar e colaborativa. Ao final do processo, as duas fundações vão investir recursos no valor global de até R$ 1 milhão na chamada que visa buscar, selecionar e aprimorar soluções para a conservação da natureza, ampliando o impacto socioambiental positivo no Cerrado. Cada proponente poderá receber até R$ 150 mil para o desenvolvimento de seus projetos.
A participação é gratuita. A seleção das propostas para apoio financeiro segue em duas fases. A primeira seleciona as propostas que seguirão para uma etapa de detalhamento, na qual os proponentes poderão contar com mentorias para aprimorar o impacto de suas soluções. A segunda fase determina o apoio financeiro. Em ambas, as propostas são analisadas por especialistas e representantes indicados pelas instituições organizadoras. O resultado com as soluções selecionadas para o apoio será divulgado em outubro. Os produtos da sociobiodiversidade são recursos e serviços oferecidos por comunidades locais a partir da natureza. São produtos nativos comercializados a partir de processos responsáveis e sustentáveis, sem impacto negativo ao meio ambiente. Pelo contrário, contribuindo com a conservação da natureza.
Fortalecer as cadeias produtivas de frutos nativos, por meio da inovação e atuação de base comunitária, é o recorte do desafio lançado para o Cerrado de Goiás. “Segundo maior bioma brasileiro, o Cerrado apresenta grande diversidade de frutos com alto valor nutricional, como o baru, o pequi e o buriti. O fortalecimento dessas cadeias produtivas tem o potencial de aumentar o impacto positivo de conservação da natureza, a redução da pressão sobre espécies e habitats e a inclusão de acesso ao mercado pelas comunidades agroextrativistas”, frisa o presidente da Fapeg, Robson Domingos Vieira.
Frutos do Cerrado
Alguns mais conhecidos como o cajuzinho, o pequi, buriti, murici, mangaba, mama-cadela, baru; outros nem tanto como o umbu, o araticum, o bacuri, a cagaita, o bocaiuva, o licuri. É grande a diversidade de frutos do segundo maior bioma brasileiro, o Cerrado. São frutos que possuem alto valor nutricional, sabor e aroma característicos e que são desconhecidos muitas vezes pelos brasileiros ou, quando conhecem consomem in natura, no máximo como um doce ou picolé.
A iniciativa tem como objetivo buscar na ciência e na tecnologia soluções para explorar estes alimentos e a partir deles elaborar novos produtos com valor agregado, novas aplicações, caracterizar novos compostos bioativos, novas formas de armazenamento, e ao mesmo tempo, firmar parcerias e atuar em várias frentes para enfrentar o desafio de conservar a natureza, proteger o ecossistema, gerar o bem-estar social, gerar renda para populações do nordeste goiano, promover o fortalecimento da economia num propósito único onde a natureza é a base de tudo e onde o conhecimento científico é um importante aliado. Este é o foco da parceria entre as duas fundações.
Teia de soluções
Com o objetivo de estimular a cocriação de soluções inovadoras, replicáveis e escalonáveis para desafios ambientais contemporâneos, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza lançou, em 2020, a Teia de Soluções, uma iniciativa que reúne diferentes processos de trabalho em rede para o desenvolvimento, aprimoração, mentoria e apoio técnico e financeiro de soluções aliadas à conservação da natureza brasileira. Dessa forma, a Fundação estimula a aproximação e a conexão de profissionais diversos de diferentes localidades. Em três anos, receberam suporte técnico e mentoria 882 participantes com propostas de solução para questões relacionadas ao turismo de natureza, Mata Atlântica, oceano, Cerrado e Baía de Guanabara. Ao todo, 60 soluções receberam apoio financeiro, somando cerca de 11,5 milhões.
Fundação Grupo Boticário
Com 32 anos de história, a Fundação Grupo Boticário é uma das principais fundações empresariais do Brasil que atuam para proteger a natureza brasileira. A instituição atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e em políticas públicas e apoia ações que aproximem diferentes atores e mecanismos em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Já apoiou cerca de 1.600 iniciativas em todos os biomas no país. Protege duas áreas de Mata Atlântica e Cerrado – os biomas mais ameaçados do Brasil –, somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques do Ibirapuera. Com mais de 1,2 milhão de seguidores nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas. A Fundação é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial.
Link Site Fundação Grupo Boticário
Chamada Pública 02/2023
Assessoria de Comunicação da Fapeg e Equipe de Comunicação Fundação Grupo Boticário