Goiás sai na vanguarda em investimentos em bioinsumos

A estruturação de um Centro de Excelência em Bioinsumos vai garantir a instalação de biofábricas dotadas de equipamentos a partir do início de 2022. O Centro terá foco em transferência de tecnologia ao produtor, realização de pesquisas e formação de mão de obra qualificada no setor. As biofábricas serão ligadas a instituições públicas de ensino e pesquisa

 

Goiás sai na frente com o projeto de estruturação de um Centro de Excelência em Bioinsumos (CEBIO) que começa a ser implantado para que 2022 seja o grande ano do bioinsumo nacionalmente e que Goiás possa abrigar o maior ecossistema de inovação do Brasil nessa área. O Centro será capacitado para o desenvolvimento e disseminação da tecnologia. Bioinsumos são produtos, processos e tecnologias de origem vegetal, animal ou microbiana, destinados ao uso nos diversos sistemas de produção agrícolas, pecuários, aquícolas e florestais.

O projeto teve início com a articulação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), que com apoio de parceiros, obteve, junto à Secretaria da Economia a destinação de um montante de R$ 8 milhões como capital para a implantação de nove biofábricas em várias localidades do Estado, a partir de 2022. “A ideia começa a ser concretizada com a aquisição das biofábricas e a estruturação de dois ou três laboratórios para fazer a metrologia e avaliar a qualidade do insumo que será operado”, explicou o presidente da Fapeg, Robson Vieira.

“Estamos em fase de construção do projeto. Paralelo às ações de implantação das biofábricas, vamos em busca de recursos para o custeio e bolsas de pesquisas para enriquecer o projeto, pois ele é amplo e tem foco em duas vertentes: ter unidades de transferência tecnológica do bioinsumo para o produtor e ter as unidades de referência onde serão realizadas a pesquisa e a inovação em bioinsumos com três grandes temáticas Doenças em plantas, Controle biológico de pragas e Crescimento e desenvolvimento de plantas”, explicou o presidente da Fapeg. Vieira destacou que pelo convênio, o Centro de Excelência em Bioinsumos atuará com projetos de pesquisa e inovação, projetos estratégicos no setor público e massificação do conhecimento para qualificar mão de obra nessa temática.

Segundo ele, os objetivos são desenvolver novas tecnologias e consolidar e garantir a segurança do uso de bioinsumos para o controle de doenças, pragas e na indução do crescimento. Segundo ele, o tema é um desafio nacional e terá a Embrapa Arroz e Feijão, que detém mais de 20 mil microrganismos mapeados, como um dos principais órgãos na liderança do projeto.

De acordo com o presidente da Fapeg, o projeto prevê a instalação de três Unidades de Referência em Bioinsumos (URBs); 10 Unidades de Transferência de Tecnologia em Bioinsumos (UTTs); Coleção de microrganismos: promotores de crescimento de cultivos; para controle de doenças em cultivos; e para controle de pragas em cultivos agrícolas; laboratórios para controle de qualidade ; e 13 biofábricas on farm.

“Esperamos ter essas urbs e essas utts espalhadas pelo estado em uma grande governança liderada pelo estado e os parceiros envolvidos para que a gente possa ter Goiás no pioneirismo e liderando o setor nacionalmente”, disse Vieira.

Evento na Seapa

evento bioinsumos na seapaOs equipamentos para as biofábricas começarão a ser adquiridos no início de 2022, com recursos do Tesouro Estadual. Nove biofábricas serão instaladas em unidades do IF Goiano, no interior do Estado; duas na Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Anápolis; e mais duas na Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia. A UEG prevê ainda o aporte de recursos em uma linha de pesquisa específica sobre bioinsumos.

Durante evento realizado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), na última terça-feira, dia 14, o titular da Seapa, Tiago Mendonça, destacou as vantagens dos insumos biológicos. “São produtos de baixo impacto ambiental, que reduzem custos e aumentam a qualidade da produção. Produzindo bioinsumos dentro da propriedade (on farm), o produtor reduz riscos e garante um maior controle da sua atividade”, afirmou. Para ele, neste momento de grande dificuldade provocada pelo aumento dos preços dos insumos importados, os bioinsumos “surgem como uma luz e já são uma das grandes pautas do agro no mundo todo em relação à segurança alimentar”.

Mendonça ressaltou o empenho do governador Ronaldo Caiado para viabilizar a iniciativa. “Goiás foi pioneiro na aprovação de uma Lei Estadual de Bioinsumos e que está servindo de modelo para outros Estados. Com todos trabalhando juntos e estes investimentos a caminho, ganharemos novo impulso na pesquisa e disseminação de conhecimento sobre bioinsumos”, pontuou.

Uma das principais parceiras da iniciativa, a Embrapa Arroz e Feijão foi representada no evento por seu chefe-geral, Elcio Guimarães. Guimarães sublinhou o papel de liderança de Goiás no tema dos bioinsumos. “Devemos não apenas falar de bioinsumos, mas fazer. O líder é seguido pelo que ele faz. Goiás está demonstrando isso. A Seapa é importante nesse processo de liderança, e precisamos trabalhar junto com a Secretaria. A equipe da Embrapa é fantástica em termos de pesquisa, mas ela não trabalha sozinha. E vocês são os parceiros de que precisamos pra fazer com os resultados impactem quem precisa”, disse.

Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás, Robson Vieira explicou que parte das estruturas adquiridas para as biofábricas serão destinadas para pesquisa e inovação, outra parte para avaliação de qualidade do produto e transferência de conhecimento ao produtor. “É necessária a pesquisa e também a transferência de conhecimento de forma cuidadosa, com qualidade, criando metodologia, de forma a propiciar redução de custo e aumento da produção lá na ponta”, argumentou. “Este é um trabalho que vai começar no ano que vem e que vai se desenvolver pelos próximos 10 ou 11 anos”, acrescentou.

Independência
O chefe-geral da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro da Silva Neto, lembrou que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) pesquisa bioinsumos desde sua fundação, na década de 1970. O órgão ligado ao Governo Federal tem uma expertise reconhecida no assunto. “Os bioinsumos funcionam, sou testemunha disso como pesquisador”, reforçou. Neto disse estar emocionado por ver a iniciativa em favor dos insumos biológicos prosperar dentro de uma secretaria estadual. “Essa jornada é importante porque vai dar independência ao produtor. Que Goiás seja líder nesta área.”

Já o presidente do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), Rogério Vian, defendeu que os bioinsumos são tecnologias acessíveis para produtores de todos os portes, do pequeno ao grande. Ele elogiou o Programa Estadual de Bioinsumos do Governo de Goiás: “É um trabalho muito bem feito. Não é um programa de Estado, é um programa de País”. Vian, que é produtor de soja e utiliza bioinsumos em sua propriedade em Mineiros, no Sudoeste do Estado, garantiu os benefícios proporcionados pelos bioinsumos são fatos. “Eles já estão revolucionando a agricultura”, declarou.

Também se manifestaram na reunião o presidente da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Pedro Leonardo; o secretário de Estado de Desenvolvimento e Inovação, Marcio Cesar; o coordenador Leonardo Machado, representando o Sistema Faeg/Senar/Ifag; o presidente da Associação dos Produtores de Soja, Milho e Outros Grãos Agrícolas do Estado de Goiás (Aprosoja), Joel Ragagnin; o presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa) e do Instituto Goiano de Agricultura (IGA), Carlos Moresco; a pesquisadora Gisele Vilela, representando a direção da Embrapa Territorial; e a superintendente Raíssa Rodrigues, representando a Secretaria da Retomada. Além deles, o chefe de gabinete, Renato Faria, e o superintendente de Produção  Rural Sustentável da Seapa, Donalvam Maia, apresentaram detalhes do Programa Estadual de Bioinsumos.

SAIBA MAIS

Lista completa de órgãos, empresas e instituições que participaram da reunião:

  • Embrapa Arroz e Feijão
  • Embrapa Territorial
  • Embrapa Cerrados
  • Embrapa Hortaliças
  • Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa)
  • Universidade Federal de Goiás (UFG)
  • Universidade de Rio Verde (UniRV)
  • Universidade Estadual de Goiás (UEG)
  • Instituto Federal Goiano (IF Goiano)
  • Faculdade Sul-americana (Fasam)
  • Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg)
  • Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS)
  • Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural, e Pesquisa Agropecuária (Emater)
  • Secretaria da Retomada
  • Secretaria de Desenvolvimento e Inovação (Sedi)
  • Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)
  • Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg)
  • Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás)
  • Conselho Estratégico do Programa Nacional de Bioinsumos
  • Associação Goiana de Produtores de Algodão (Agopa)
  • Associação dos Produtores de Soja de Goiás (Aprosoja)
  • Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR)
  • Banco do Brasil

Assessoria de Comunicação da Fapeg e Comunicação Setorial da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa)

Governo na palma da mão

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