Fapeg participa de evento do Confap com a União Europeia

Foto: CNPq.

O Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), realizou na última terça-feira, 4, evento que discutiu os mais de dez anos da cooperação internacional em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) entre o Brasil e a União Europeia. O evento foi realizado na sede do CNPq, em Brasília.

Entre as autoridades presentes estavam a presidente do Confap, Maria Zaira Turchi, o presidente do CNPq, Mario Neto Borges, e a diretora para Cooperação Internacional da Direção Geral de Pesquisa e Inovação da Comissão Europeia, Maria Cristina Russo. Também participaram a chefe da Delegação da União Europeia no Brasil, Claudia Gintersdorfer, o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC), Álvaro Prata, e o diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Álvaro Ribeiro.

O evento, que contou com a participação de representantes de 23 Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs), foi aberto à participação de representantes dos departamentos de relações internacionais de Instituições de Ensino Superior e da comunidade de inovação em geral. O objetivo principal foi apresentar o que foi desenvolvido nos últimos dez anos em termos de cooperação internacional e disseminar as oportunidades no âmbito do Horizon 2020.

Cooperação
Em sua fala, Zaira Turchi destacou a importância da colaboração entre as FAPs, por meio do Confap, CNPq, Finep e União Europeia para que tantas pesquisas e programas pudessem ser desenvolvidos. “Essa rede de pessoas aqui presentes é o que permite a disseminação das oportunidades oferecidas pelos editais lançados. E este trabalho só tem sentido por que existem pesquisadores interessados, que buscam os parceiros internacionais e constroem, juntos, projetos de altíssima relevância”, ressalta.

A presidente discorreu sobre o histórico de parcerias entre Confap e União Europeia e afirmou que o Conselho tem trabalhado muito para que essa parceria tenha um futuro ainda mais exitoso e promissor. Ela ainda destacou o quanto a visita da Comissão da União Europeia ao Brasil e a participação no evento demonstram que o País é um parceiro de extrema relevância.

Para Mario Neto Borges, o mundo pede, hoje, por esse tipo de colaboração. “Este é um momento histórico para o CNPq, receber a comissão da União Europeia para celebrar esta parceria tão exitosa. E é um sinal de que, daqui para frente, teremos ainda mais portas abertas para os pesquisadores brasileiros”, revela.

A chefe da Delegação da União Europeia no Brasil, Claudia Gintersdorfer, concorda que o Brasil é e continuará sendo um parceiro estratégico da UE. Ela explica que o sucesso da parceria se deve ao engajamento de ambos os lados, o que possibilita o avanço da cooperação, que, desde 2007, tem investido mais de 50 milhões de euros no desenvolvimento de pesquisas e projetos de pesquisadores brasileiros e britânicos.

Novos editais
De acordo com Álvaro Prata, ser parceiro da UE dá ainda mais relevância aos projetos brasileiros. Ele destaca que o MCTIC antevê novas possibilidades de programas e editais advindos desta parceria. Já Fernando Ribeiro, da Finep, ressalta que o Brasil, no que se refere à ciência e tecnologia, tem desafios muito grandes a serem enfrentados.

“Superar essas dificuldades vai demandar forte colaboração com outros países, justamente para que possamos desenvolver, adquirir e dominar conhecimento e tecnologias necessárias ao enfrentamento destes desafios tanto na área econômica quanto na área social”, afirmou ao destacar que o fortalecimento da cooperação do Horizonte 2020 é certamente uma boa forma de lidar esta questão.

Foto: CNPq.

Horizonte 2020
Maria Cristina Russo se mostrou emocionada pelas boas vindas de todos os presentes e também por observar tantos pesquisadores interessados nas oportunidades oferecidas pela parceria. Ela reforçou a importância mútua da cooperação e ressaltou que a União Europeia encontrou no Brasil uma grande riqueza em potencial humano e em pesquisas.

Segundo a diretora, o Brasil já participou em 151 projetos dentro do Horizonte 2020, “mas temos que desenvolver ainda mais. É um ótimo resultado, mas que deve ser melhorado com a implementação dos novos arranjos administrativos assinados recentemente”. Ela ainda apresentou alguns projetos advindos do financiamento mútuo.

Recentemente, a cooperação Brasil-UE foi reforçada por um acordo administrativo assinado entre a Directorate-General for Research and Innovation of the European Commission, o Confap, o CNPq e a Finep.

Projetos
Durante o evento, quatro pesquisadores cujos projetos foram fomentados pela parceria Brasil-UE apresentaram os resultados obtidos nas pesquisas. Entre os projetos está “ZikaPLAN – Rede Latino-Americana de Preparação para Zika”, contemplado na categoria Pesquisa & Inovação do Horizonte 2020. A responsável por explicar o estudo foi a pesquisadora da Fiocruz, Celina Turchi, considerada em 2016 pela revista Nature uma das 10 cientistas de maior destaque no mundo exatamente por uma pesquisa que associa o aumento exponencial de casos de microcefalia ao Zika Vírus.

Já o coordenador geral de Oceanos, Antártica e Geociências do MCTIC, Andrei Polejack, apresentou o projeto “AANChOR – Todo o Atlântico para Pesquisa Oceânica e Inovação”, fomentado no H2020 de Coordenação e Apoio a Pesquisa. Em seguida, o pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas, Helvecio Della Coletta, discorreu sobre a pesquisa “Xylella fastidiosa em Oliveiras no Brasil: conhecendo os atores (bactérias e vetores) para o manejo sustentável”, também contemplada na categoria Pesquisa & Inovação do H2020.

O último dos projetos apresentados, fomentado a partir de Acordo de Implementação ERC-Confap, foi “ALEXANDRIA – Fundações para Recuperação Temporal, Exploração e Análise em Arquivos Web”. O coordenador do grupo de pesquisa em Neurociência Computacional e Sistemas Cibernéticos do Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande, Dante Augusto Couto, foi o responsável pela pesquisa.

Training Camp
O período vespertino foi reservado para que fossem detalhadas as parcerias entre Brasil e UE, como os projetos H2020 Incobra e H2020 Enrich Brazil. Além disso, foram apresentadas as oportunidades de cooperação com o European Research Council (ERC) e as possibilidades dentro do Euraxess Brazil.

A coordenadora para cooperação internacional União Europeia-Brasil do Confap, Elisa Natola, ainda apresentou os mecanismos de cofinanciamento do Brasil e as chamadas, dentro do Horizonte 2020, de potencial interesse para brasileiros, bem como as formas de se candidatar a cada um destes editais. Ao final foi realizado um debate com as agências de fomento para identificar modelos de cooperação, elementos críticos e alinhar modalidade de fomentos europeus e do Brasil.

O evento foi apoiado pelo projeto H2020 Incobra, que visa a orientar, aumentar e aprimorar as atividades de cooperação em atores de Pesquisa e Inovação do Brasil e da União Europeia.

Fonte: Coordenação de Comunicação Social do Confap.

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