Dia de Campo da Embrapa discute Plantas Alimentícias Não Convencionais
A Embrapa Arroz e Feijão apresentará no dia 23, próxima sexta-feira, no “V Dia de Campo da Fazendinha Agroecológica”, estudos realizados com Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), abordando pesquisas com espécies de hortaliças comestíveis comumente subutilizadas, negligenciadas e até consideradas plantas daninhas, quando surgem entre os cultivos mais conhecidos.
Durante o evento, os pesquisadores da Embrapa Hortaliças, Nuno Madeira e Neide Botrel, farão palestra tratando das propriedades nutritivas, alimentícias e agronômicas de mais de 30 plantas que compõem o grupo de PANC, como: moringa, araruta, cubiu, ora-pro-nobis, peixinho, taioba, beldroega, cará-moela e melão-croá, entre outros.
Apesar de pouco difundidas, as PANC são alternativas de alimentação e melhoria de renda para agricultores familiares, podendo, também, ser cultivadas em quintais urbanos, agregando valor alimentar às refeições e, até mesmo, dando um toque exótico a alguns pratos. Hortaliças PANC têm por características a rusticidade, resistência a intempéries, longevidade e grande adaptabilidade a climas e regiões diversas. São, em geral, menos exigentes em fertilidade e irrigação, de fácil manutenção, podendo ser plantadas por meio de sementes ou mudas.
Com possibilidades extremamente diversificadas de sabores e características nutricionais muito interessantes, as PANC contribuem para a melhoria da dieta local nas comunidades envolvidas, sendo, ainda verdadeiro resgate cultural. Dentro da definição do nome, essas plantas se distinguem também por serem consideradas de consumo localizado, regional e/ou sazonal, com distribuição limitada e sem cadeia produtiva estabelecida.
Moringa
Uma das plantas que serão apresentadas na exposição, pelos pesquisadores será a moringa, árvore considerada de múltiplo uso. As folhas da moringa são ricas em proteína, caroteno, ferro e ácido ascórbico, além de metionina e cistina, aminoácidos que normalmente estão deficientes na maioria dos alimentos. A árvore possui rápido crescimento, atingindo 5m de altura em pouco mais de um ano. A porcentagem de proteína da moringa varia de acordo com alguns fatores como idade, parte da planta e também frequência de corte, podendo variar de 15,7 a 22,1% em intervalos de cortes de três meses e de 5,5 a 7,9% em intervalos de corte de seis meses.
Partes da moringa são utilizadas na alimentação humana (flores, frutos e sementes), parte na animal (ramos e folhas), sendo também adotada na medicina (o extrato da planta contém zeatina, hormônio de crescimento) e na produção de biodiesel. As sementes são utilizadas, ainda, para o tratamento de águas turvas. É uma boa opção para reduzir a falta de alimento no período seco.
Araruta
Uso tradicional na forma do polvilho extraído das raízes (rizomas). O polvilho seco e peneirado e usado para fazer bolos, biscoitos e mingau. Também engrossa molhos, cremes e sopas.
Cubiu
Pode ser consumido ao natural, ou processado na forma de sucos, doces, geleias e compotas. Também é usado na caldeirada de peixe ou como tempero de pratos à base de carne e frango
Ora-pro-nobis
A combinação mais usada em pratos tradicionais em Minas Gerais é com frango ou com angu. Pode ser usado em sopas, recheio, mexidos e omeletes. Pode-se usar as folhas secas e moídas no preparo da farinha múltipla, complemento nutricional no combate à desnutrição.
Peixinho
Suas folhas podem ser utilizadas no preparo de sucos, refogados, sopas, omeletes, e recheios diversos. Quando preparadas à milanesa tomam sabor de peixe.
Taioba
As folhas são usadas refogadas ou cozidas com frango, carne moída ou arroz. Faz-se também omeletes e suflês. São tóxicas quando cruas. Os rizomas podem ser usados como o inhame.
Beldroega
São utilizados os talos e as folhas em saladas cruas, sucos, sopas e caldos, conferindo característica consistência cremosa.
Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) vai participar do V Dia de Campo da Fazendinha Agroecológica, organizado pela Embrapa Arroz e Feijão. A Fazendinha Ecológica fica no município de Santo Antônio de Goiás (GO).
A pesquisadora da Emater, Taís Ferreira de Almeida, será a responsável técnica pela unidade demonstrativa de plantas medicinais montada pela Agência. Durante a atividade, a pesquisadora vai orientar sobre o cultivo dos 26 tipos de mudas que estarão em exposição.
Para informações sobre o evento: (62) 3533-2105.
Henrique de Oliveira (MTb/GO 1.960)
Embrapa Arroz e Feijão
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