Com apoio do Governo de Goiás, laboratórios de nanotecnologia e nanociência atuam no enfrentamento do coronavírus

laboratório ufg
Unidades formam primeiro complexo do centro-oeste a integrar Sistema Nacional de Laboratórios de Nanotecnologias do MCTIC.

O Estado de Goiás tem o primeiro complexo de laboratórios da Região Centro-Oeste selecionado para integrar o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNANO), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Com o apoio do Governo de Goiás, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), o Sistema de Laboratórios de Suporte e Pesquisa em Nanociência e Nanotecnologia (SLNano), da Universidade Federal de Goiás (UFG) está entre os 23 laboratórios de nanotecnologia e nanociência no Brasil que passam a compor a segunda etapa do SisNANO 2.0.

A união dos laboratórios já traz resultados nesta época de pandemia do novo coronavírus. O coordenador do projeto goiano selecionado por meio da Chamada Pública CNPq/MCTIC nº 18/2019, o pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFG, Jesiel Freitas Carvalho, explica que, entre os laboratórios que compõem o Sistema, o Centro Regional para o Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CRTI), o Laboratório Multiusuário de Microscopia de Alta Resolução da UFG (LabMic) e o Centro de PD&I em Produtos Farmacêuticos (FarmaTec) estão atuando em vários projetos. “Esta parceria dos laboratórios se torna ainda mais necessária. Várias iniciativas estão sendo adotadas, vários projetos estão surgindo e outros sendo adaptados para atender as necessidades em várias frentes de atuação”, explicou.

De acordo com o pesquisador, o CRTI está trabalhando principalmente no apoio à produção de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), tanto na fabricação dos protetores faciais como também no esforço para caracterização dos materiais utilizados para a fabricação de máscaras e aventais. “Temos apoiado também com a caracterização de propriedades de outros utensílios que têm sido utilizados nesse processo em fase de aquisição ou em fase de uso, para certificar as características dos materiais.”

O LabMic tem atuado e apoiado na realização de processos analíticos para atender a demanda de pesquisadores que estão envolvidos no esforço de combate à pandemia, principalmente nas análises de microscopia eletrônica.Laboratórios ufg

Já o Farmatec tem atuado também nesse esforço através da produção de álcool gel e no apoio ao desenvolvimento de outros procedimentos relacionados à fabricação de álcool glicerinado, além de oferecer suporte instrumental para diversas atividades de pesquisadores no processo de testes do pessoal contaminado com essa doença, ressalta o professor. Jesiel Carvalho explica que a UFG já vinha desenvolvendo projetos de testes rápidos com outros patógenos, que agora vão ser adaptados, e outros podem surgir.

Rede de laboratórios
A Chamada Pública CNPq/MCTIC prevê o aporte global de R$ 6 milhões até 2023 provenientes do orçamento da Secretaria de Empreendedorismo e Inovação do MCTIC. O SLNano/ UFG, aprovado na categoria Laboratórios Associados deve disponibilizar no mínimo 20% do seu tempo de uso, em horas, e sua estrutura laboratorial, equipamentos e expertise a usuários externos, tanto públicos quanto privados.

Para Jesiel de Freitas Carvalho, “a parceria com a Fapeg está na raiz do sucesso dessa iniciativa”. O projeto do SLNano/UFG conta com apoio adicional da Fapeg no valor R$ 3,5 milhões para concessão de bolsas e custeio. Dois projetos somam este valor e já foram aprovados pelo Conselho Superior da Fundação, o projeto de Apoio para a realização de procedimentos analíticos junto ao CRTI por pesquisadores e empresas, e o outro, Soluções de biotecnologia para o setor farmacêutico.

O apoio da Fapeg ao SLNano/UFG e, consequentemente ao Programa SisNANO envolve ainda a promoção de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) na área de nanotecnologia, difusão da informação e articulação entre a academia e o setor produtivo para o desenvolvimento de soluções tecnológicas baseadas em nanotecnologias no Estado de Goiás e no Centro-Oeste brasileiro.

Para Goiás será um instrumento estratégico, pois o SLNano/UFG conta com expertise para atendimento a demandas por soluções tecnológicas e inovadoras para vários setores da economia como indústria de transformação; atividades profissionais, científicas e técnicas; agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura; indústrias extrativas; água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação; além de demonstrar alta interação com o setor produtivo e cooperações internacionais com países de excelência na área.

Além de fortalecer o ecossistema de PD&I envolvendo nanotecnologias em Goiás, a parceria vai universalizar o acesso da comunidade científica e do setor produtivo à infraestrutura avançada nesta área. Vai também estimular o empreendedorismo de base tecnológica em nanotecnologia, além de estimular a divulgação e popularização da nanotecnologia para o público leigo e especializado.

O SLNano/UFG
O SLNano é um sistema de laboratórios multiusuários dispondo de uma variada infraestrutura instrumental, que dá suporte ao desenvolvimento de atividades de pesquisa em várias áreas do conhecimento, em linhas diversificadas.

Quatro estruturas laboratoriais compõem o SLNano UFG: o Centro Regional para o Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CRTI), Laboratório Multiusuário de Microscopia de Alta Resolução da UFG (LabMic), Laboratório Multiusuário de Computação de Alto Desempenho (LaMCAD) e Centro de PD&I em Produtos Farmacêuticos (FarmaTec). Os três primeiros são constituídos por instalações inteiramente multiusuárias, voltadas para o atendimento de demandas diretas de pesquisadores acadêmicos e empresas ou para o desenvolvimento de projetos de PD&I, enquanto o quarto laboratório (FarmaTec) é um centro de pesquisa em produtos farmacêuticos que conta com parte de suas instalações voltada para utilização aberta e atualmente está implantando uma divisão multiusuária de pesquisas por imagem em nanomedicina. A Fapeg, por meio de cooperação técnica e acadêmica contribuiu, no passado, para a estruturação do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Tecnológica em Fármacos, Medicamentos e Cosméticos – Farmatec e para a viabilização do CRTI.

Histórico
A Nanotecnologia vem registrando um papel estratégico na aceleração da inovação de base tecnológica, desenvolvimento de novos produtos e elevação da competitividade nacional. O Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia foi instituído pela Portaria MCTI n° 245, de 5 de abril de 2012, que foi alterada pela Portaria MCTIC N° 2.376, de 16 de maio de 2019, como um dos eixos estratégicos da Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia (IBN). O SisNANO é formado por um conjunto de laboratórios direcionados à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação (PD&I) em nanociências e nanotecnologias, tendo como característica essencial o caráter multiusuário e de acesso aberto a instituições públicas e privadas, mediante submissão de propostas de projetos de PD&I ou de requisição de serviços.

A primeira fase do SisNANO, iniciada em 2013 e encerrada em dezembro de 2018, teve como principais resultados: mais de 200 projetos em parceria com ICTs e empresas; mais de R$ 6 milhões em prestação de serviços de alta complexidade; cento e vinte e dois projetos em parceria com instituições e empresas internacionais; participação em cerca de 380 eventos e reuniões, promovendo a divulgação do Programa e dos serviços oferecidos; o depósito de 180 patentes envolvendo nanotecnologias; o apoio, em média, a 105 bolsistas por ano, de maneira a garantir os recursos humanos necessários para dar suporte técnico e científico aos usuários dos laboratórios; entre outros. O primeiro edital apoiou 26 laboratórios, que receberam recursos financeiros para melhorar a infraestrutura, garantir o custeio de materiais e a manutenção do corpo técnico- científico qualificado.

Para dar continuidade ao fortalecimento e implantação de Centros e Laboratórios Multiusuários, com base nos resultados anteriores, a segunda chamada foi aprimorada no acompanhamento dos laboratórios e com foco na promoção da inovação e aumento da interação com o setor produtivo, de forma alinhada ao Plano de Ação de CT&I para Tecnologias Convergentes e Habilitadoras – Nanotecnologia – 2018-2022 e à Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação – ENCTI 2016-2022.

Assessoria de Comunicação – Fapeg

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