CNPq e MCTIC investem em sustentabilidade de biomas brasileiros

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Presidente do CNPq, Mario Neto Borges, abre o Seminário,ao lado do secretário do MCTIC, Álvaro Prata, e do diretor do CNPq, Marcelo Morales.

Aconteceu, na semana passada, no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a primeira reunião de avaliação das Chamadas Públicas Nexus I e Nexus II, que buscam soluções sustentáveis para as populações que moram no Cerrado, na Caatinga, no Pampa, no Pantanal e na Mata Atlântica. A ideia é possibilitar o desenvolvimento econômico e social desses lugares mantendo e promovendo um meio ambiente adequado à vida, com a integração das seguranças hídrica, energética e alimentar. A inovação das Chamadas está em unir num mesmo estudo esses três tipos de seguranças, integrando grupos e instituições.

O presidente do CNPq, Mario Neto Borges, e o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (SEPED/MCTIC), Álvaro Prata, abriram oficialmente o evento, no dia 18, e falaram sobre a importância da parceria CNPq e MCTIC no fomento de projetos de pesquisas que integram as seguranças hídrica, energética e alimentar e destacaram o volume de recursos empregados nessa ação. As chamadas, apoiadas pelas instituições, selecionaram 30 propostas com prazo de execução de 36 meses, prorrogáveis, cujos valores variam entre R$ 300 e R$ 500 mil, totalizando cerca de R$ 12 milhões.

Conforme o Presidente do CNPq, Mario Borges, “são R$ 12 milhões investidos para promover uma sinergia sustentável com produção de alimentos dentro dos biomas nacionais. Só a ciência, tecnologia e inovação podem fazer com que o Brasil cresça como celeiro mundial preservando seu meio ambiente, fazendo uso adequado dos nossos biomas para gerar riqueza e oportunidades”. O diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde (DABS) do CNPq, Marcelo Morales, comentou que a reunião atende o disposto no Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei nº 13.243/2016) que é a avaliação e o acompanhamento periódico das pesquisas. O secretário da SEPED afirmou que é importante o foco nos resultados. “Que possamos mostrar para a sociedade os resultados dos investimentos que fazemos em ciência e tecnologia”.

O encontro durou dois dias e contou com sessão de pôsteres, palestras sobre divulgação científica, aplicação adequada dos recursos e prestação de contas, além de mesas redondas sobre os temas das chamadas.

Ao final do Seminário, o Comitê Avaliador das Chamadas sugeriu a releitura dos editais para readequação dos projetos para aproveitar possibilidades como inclusão de outros pesquisadores, alteração das modalidades de bolsas e criação de plataforma digital para divulgação de informações e resultados. Os pesquisadores que receberam o financiamento puderam apresentar suas propostas e formar grupos com a intenção de rever os objetivos de cada estudo e integrar esforços no sentido de conseguir racionalizar os recursos, compartilhar e difundir os conhecimentos produzidos e construir soluções criativas e sustentáveis para as comunidades que vivem nos referidos biomas.

 

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O Seminário contou com a presença dos coordenadores dos projetos aprovados pelas chamadas Nexus.

Projetos

Um dos projetos aprovados para a Mata Atlântica é voltado para a conservação das matas ciliares e criação de agroflorestas. “São muitos os desafios quando pensamos no potencial dos produtos da biodiversidade local, como o pinhão, a araucária e o butiá”, afirmou a pesquisadora Gabriela Coelho, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS).

 

No Pampa, o projeto coordenado pelo pesquisador Adalberto Miura, da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas (RS), visa o manejo e a restauração da vegetação nativa. “Com isso, queremos alcançar o desenvolvimento sustentável com geração de renda, envolvendo as comunidades nos sistemas de produção”, explicou.

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Sessão de pôsteres mostrou um pouco das pesquisas propostas pelos projetos aprovados

Outro projeto aprovado no edital Nexus busca o desenvolvimento de soluções para os impactos da estiagem na Caatinga. “Estamos estudando como usar água do esgoto para produção de alimentos e forragem para animais, modelagem climática para reduzir efeitos negativos da seca sobre rebanhos e também as plantas que usam pouca água para produzir combustíveis”, disse o pesquisador Rômulo Menezes, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Para a pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB) Mercedes Bustamonte, que coordena um projeto no Cerrado, a chamada Nexus oferece a oportunidade de reunir várias iniciativas em andamento no bioma, para mapear o potencial do Cerrado na intensificação da agricultura com segurança alimentar, hídrica e energética. “Vamos trazer várias camadas de informações sobre os impactos da agricultura no bioma, formas de lidar com a diversidade social do Cerrado, mapear os territórios das comunidades tradicionais e povos indígenas e o quanto podem ser afetados e, também, traçar planos para que os territórios sejam preservados”, relatou.

Já no Pantanal, o esforço dos pesquisadores é para garantir a subsistência de pescadores e ribeirinhos. “É uma das principais atividades econômicas da região e sofre influência das variações ambientais, o que faz com que os pescadores estejam sempre buscando alternativas de renda. Então, vamos estudar formas sustentáveis de geração de renda para essas famílias, como extrativismo da bocaiuva, quintais agroecológicos e apicultura”, disse a pesquisadora Débora Marques, da Embrapa Pantanal, no Mato Grosso do Sul.

Fonte: Coordenação de Comunicação Social do CNPq com Ascom/MCTIC

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