CNPq articula parcerias para fomento a redes de pesquisa em biodiversidade
Com o objetivo de ampliar a competência técnico-científica e a abrangência temática e geográfica das pesquisas em biodiversidade no Brasil, o CNPq está articulando com parceiros o cofinanciamento de uma chamada pública robusta para o fomento a redes de pesquisa em biodiversidade. “A nova ação visa fortalecer a capacidade nacional de gerar conhecimento em escala e de modo mais convergente e integrado, com maior aporte de recursos para pesquisa, formação de recursos humanos e estruturação de base de dados e de gestão do conhecimento sobre a Biodiversidade Brasileira”, salienta o Diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde, Marcelo Morales.
Esta iniciativa vai ao encontro dos compromissos assumidos pelo Brasil no âmbito da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), incluindo as Metas Nacionais de Biodiversidade para 2020, buscando incentivar pesquisas que subsidiem o alcance dos objetivos estratégicos para o cumprimento das metas nacionais de Aichi, a saber: a) tratar das causas fundamentais da perda da biodiversidade, fazendo com que as preocupações com a biodiversidade permeiem governos e sociedade; b) reduzir as pressões diretas sobre a biodiversidade e promover o seu uso sustentável; c) melhorar a situação da biodiversidade protegendo ecossistemas, espécies e diversidade genética; d) aumentar os benefícios advindos do conhecimento da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos; e) promover a implementação das metas por meio de planejamento participativo, gestão de conhecimento e capacitação.
“A ideia leva em conta a posição do Brasil como o país de maior diversidade biológica do mundo, em um contexto de capital natural e de serviços ecossistêmicos essenciais para setores importantes para a economia nacional, tais como agricultura, energia, pesca, silvicultura, extrativismo e saúde. A urgência da continuidade no financiamento de pesquisas na temática considera ainda que embora reconhecida como essencial para o desenvolvimento ambientalmente sustentável e alicerce para o bem estar humano, a biodiversidade vem enfrentando perdas e ameaças em todos os biomas brasileiros, em um contexto mundial de declínio, abrangendo genes, espécies e ecossistemas, especialmente devido às crescentes pressões sobre a biodiversidade, em grande parte como consequência das ações antrópicas, conforme o Quarto Panorama da Biodiversidade Global”, diz Morales.
O fomento à pesquisa em biodiversidade é considerado estratégico no planejamento das políticas de ciência, tecnologia e inovação, onde o CNPq tem buscado executar de modo articulado o financiamento, a implementação, o acompanhamento e a avaliação de ações de fomento à pesquisa nessa temática, como o Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBIO), o Programa Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade (SISBIOTA Brasil), o Programa Plantas do Brasil: Resgate Histórico e Herbário Virtual para o Conhecimento e Conservação da Flora Brasileira (REFLORA), o Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (PELD), a Rede Centro Oeste de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação (PRÓ-CENTRO-OESTE), a Rede de Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (BIONORTE), o Programa de Capacitação em Taxonomia (PROTAX), o Programa Arquipélago e Ilhas Oceânicas (Proarquipélago).
Conforme a experiência do Programa SISBIOTA Brasil, por exemplo, o fomento à pesquisa integrada em redes reforça uma mudança de paradigma na forma de se fazer ciência e formar cientistas no Brasil, possibilitando a troca de conhecimentos e experiências entre os pesquisadores e alunos, enriquecendo as possibilidades de interação e de aprendizado, bem como os modos de interação com a sociedade, por exemplo, por meio da integração das ações de educação, divulgação, políticas públicas para o uso, conservação e gestão da biodiversidade, entre outros.
A nova ação de fomento buscará apoiar pesquisas em rede em torno da gestão do conhecimento sobre a biodiversidade; apoio à implantação e manutenção de redes de inventário da biota; padrões e processos relacionados à biodiversidade; impactos sobre a biodiversidade (mudanças de uso e cobertura da terra, mudanças climáticas, poluição, sobreuso, efeitos de estradas, alteração de regime hidrológico, entre outros); relações entre biodiversidade, serviços ecossistêmicos e bem-estar humano; bem como produtos e usos da biodiversidade.
“Também é importante a internacionalização de redes de pesquisa brasileiras em biodiversidade em concordância com a legislação e políticas nacionais, promovendo o fortalecimento da cooperação científica e técnica entre países signatários da Convenção sobre Diversidade Biológica e seguindo os pilares da CDB de conservação, uso sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade. Nesse sentido já conseguimos a importante participação do Fundo Newton para essa chamada e estamos em contato com parceiros de outros países.”, comenta Morales.
“Ressaltamos que a adesão de cofinanciadores nos distintos estados brasileiros será fundamental, tendo em vista a articulação nacional e o fortalecimento da capacidade regional de pesquisa pretendidos, aprimorando a gestão da biodiversidade também no âmbito estadual. Também estamos articulando com a Capes e programas de pós-graduação, tendo em vista fortalecer a formação de recursos humanos em redes interdisciplinares de pesquisa em Biodiversidade”, ressalta Morales.
Instituições de fomento à pesquisa e à formação de recursos humanos que tenham interesse no cofinanciamento de propostas poderão solicitar informação e comunicar sua adesão à Diretoria de Ciências Agrárias, Biológicas e da Saúde, encaminhando mensagem para o endereço dabs@cnpq.br com copia para cgctm@cnpq.br.
O lançamento da Chamada está previsto para julho de 2017.