Brasil terá acesso a dados de satélites europeus de alta resolução

Satélite
Ingresso no programa Copernicus permite que o Inpe tenha acesso aos dados da série de satélites Sentinel. Foto: ESA/Divulgação

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) assinou acordo com a União Europeia, que permite o acesso do Brasil aos dados de satélites da Agência Espacial Europeia (ESA). Com isso, poderão ser obtidas, por exemplo, imagens de desmatamento da Amazônia, inclusive em dias de alta incidência de nuvens, quando a captação de dados fica comprometida na região.

O acordo estabelece a participação do Brasil no programa Copernicus e determina que o acesso aos dados dos satélites Sentinel ficará sob responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao MCTIC.

Para o ministro do MCTIC, Gilberto Kassab, novamente, o Brasil é pioneiro na América Latina em parcerias com a União Europeia para o aprimoramento das pesquisas científicas. Segundo ele, o programa Copernicus tem papel fundamental para garantir o acesso independente da Europa e agora do Brasil à informação geoespacial estratégica de apoio a muitas políticas públicas.

“As nações hoje que não promoverem a cooperação com outros países estão fadadas a ficar para trás na corrida tecnológica. O Inpe ganha mais um importante instrumento para aprimorar suas pesquisas e observações sobre a floresta amazônica”, afirmou o ministro.

O diretor do Inpe, Ricardo Galvão, explicou que os satélites usados pelo Inpe no monitoramento da Amazônia, por exemplo, não conseguem captar imagens da floresta nos dias de alta nebulosidade. “Já os satélites da Agência Espacial Europeia que utilizaremos nesse acordo são os do tipo de radar que podem ver através das nuvens. Com esse convênio, teremos esses dados gratuitamente. Atualmente, o Inpe paga pelo uso de equipamentos desse tipo”, disse Galvão.

Além de contribuir para as ações de controle e combate ao desmatamento da Amazônia, o acordo com os europeus aprimora o monitoramento de biomas sensíveis, como o Cerrado, da costa brasileira e do crescimento urbano.

Hub

Segundo Galvão, o Inpe será “hub” regional dos dados do programa Copernicus na América Latina. Ao receber as instalações necessárias para o “downlink” de dados da nova constelação de satélites Sentinel, o instituto amplia a capacidade do seu centro de dados, além de assegurar acesso à próxima geração de tecnologias de observação da Terra. Isso significa a oferta de novos produtos de sensoriamento remoto de última geração para a comunidade da América Latina.

“Na Europa, desde que esse programa foi lançado, já são mais de 600 empresas fazendo negócios com base nesses dados disponíveis livremente. O mais interessante é que a maior parte são empresas com menos de dez funcionários, startups, provendo serviços para a sociedade”, ressaltou o diretor do Inpe.

Fonte: Ascom MCTIC

Governo na palma da mão

Pular para o conteúdo