Brasil e Espanha intensificam cooperação para promover a capacitação de educadores
Brasil e Espanha assinaram, nesta quinta-feira, 8, um memorando de entendimento para aprofundar a cooperação acadêmica e educacional e melhorar a capacitação de servidores e gestores da área da educação nos dois países. O acordo foi firmado pelo ministro da Educação, Rossieli Soares, e o embaixador do Reino da Espanha no Brasil, Fernando García Casas, em Brasília.
As ações têm o apoio da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI). O secretário-geral da instituição, Mariano Jabonero, também participou da cerimônia. O memorando permitirá uma intensificação do Programa Ibero-americano de Difusão da Língua Portuguesa da OEI, que viabiliza acordos bilaterais com países vizinhos ao Brasil para ensino de português e espanhol em regiões fronteiriças, por meio, principalmente, da formação de professores.
Após a cerimônia, o ministro Rossieli Soares comentou que, uma vez assinado o memorando, o país deve começar a firmar esses acordos. Alguns países, como a Colômbia, já mostraram interesse. “Estamos em negociação bilateral com apoio da OEI com todos os países vizinhos. Vamos espelhar as escolas, para que sejam escolas irmãs e aprendamos dos dois lados. Nosso objetivo é atingir de 30 a 40 escolas nas regiões de fronteira e depois ampliar para outras regiões, já que o Brasil tem muitos imigrantes morando dentro do país”, ressaltou Rossieli.
O ministro também destacou a importância dessa parceria com a Espanha. “Nossas raízes linguísticas são muito próximas e temos muito a compartilhar”, disse. “A língua não pode ser uma barreira, temos muito conhecimento científico em ambos os países e essa aproximação é fundamental. Difundir o aprendizado dessas línguas entre países irmãos permite conhecer mais da cultura dos países ibero-americanos”, acrescentou.
De maneira semelhante, o embaixador espanhol destacou a possibilidade que esse projeto abre de aproximar povos que, apesar de vizinhos, às vezes esbarram em diferenças idiomáticas. “Vamos ter mais estudantes, mais professores, mais pesquisadores na Espanha e no Brasil se comunicando entre si”, afirmou García Casas. “Isso é um motor de desenvolvimento para a geração de conhecimento científico e nas ciências sociais, no âmbito do turismo e, também, no âmbito do compartilhamento de conhecimentos, para que eles sejam compartilhados não apenas em inglês, mas em português e espanhol”, enfatizou García Casas.
Espanhol e português estão entre as cinco línguas mais faladas do mundo, com mais de 800 milhões de habitantes integrando os países ibero-americanos. Esses idiomas também são tidos como oficiais em muitas organizações internacionais, o que reforça a necessidade de difusão do aprendizado. Todas as ações de cooperação dentro dos projetos propostos pelo memorando serão desenvolvidas com recursos da OEI. Entre essas ações, além da capacitação de professores para o ensino bilíngue estão, por exemplo, a confecção de materiais didáticos e documentos bilíngues, a realização de congressos binacionais e a criação de uma nova certificação em língua portuguesa.
Assessoria de Comunicação Social do MEC