Bolsistas de mestrado para grupos sub-representados preparam retorno ao Brasil

Helenice Ferreira, da Assessoria de Comunicação Social da Fapeg

Attyla, Jéssica, Enoe, Isabelle Cristine e Ayanda devem voltar ao Brasil entre agosto e setembro deste ano, quando concluem, após cerca de um ano, seus mestrados full time em universidades de alto perfil do Reino Unido. São jovens com graduação acadêmica em diversas áreas do conhecimento que foram selecionados e receberam bolsas de mestrado por meio de uma chamada pública inovadora realizada pela parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e o British Council, dentro do Fundo Newton, com as propostas de fortalecer a participação de grupos sub-representados na ciência como mulheres, negros, indígenas e minorias sexuais e de gênero; de influenciar práticas e políticas inclusivas e de apoiar o ambiente científico e de inovação no Estado.

A iniciativa alia a educação, a ciência e a inclusão para a superação de desigualdades. Na bagagem eles vão trazer, além do conhecimento e das novas experiências, o desejo de divulgar e prosseguir os seus estudos, e principalmente, o início da realização de um grande sonho: os primeiros passos para a possibilidade de colocar novos protagonistas que representem a diversidade no campo de ação e decisão da ciência, tecnologia e inovação.

Estes bolsistas são jovens engajados em movimentos e organizações sociais, ou mesmo promoviam alguma iniciativa pessoal no Brasil no sentido de realizar ou participar de políticas sociais dentro do contexto social de cada um e que voltam com a esperança de aliar o conhecimento científico adquirido a ações de fortalecimento de suas identidades e de estratégias de promoção da equidade. Eles fazem parte de uma lista de seis que foram selecionados na primeira Chamada Pública Diversidade e Inclusão na Ciência – Bolsa de mestrado para grupos sub-representados na ciência no Brasil, que foi lançada pela Fapeg em dezembro de 2016.

O programa acontece em quatro etapas: curso de inglês de três meses e preparação para o exame IELTS no Brasil; curso de inglês de verão de três meses no Reino Unido; mestrado (integral) no Reino Unido; e atividades de disseminação de impacto quando retornarem ao Brasil. O valor da bolsa é de até 40 mil libras esterlinas para o custeio dos cursos de inglês, taxa de exame IELTS, tradução juramentada de documentos para candidatura universitária no Reino Unido, taxa de vistos, voo internacional, ajuda de custo e taxa de matrícula.

Ações afirmativas da Fapeg
Os desafios para atender a demanda desse público em Goiás e no Brasil são grandes. Formatar programas, projetos e ações de apoio a esse segmento de jovens pesquisadores é de fundamental importância e se traduz em uma das missões da Fapeg. Uma segunda chamada pública desse edital foi lançada pela Fapeg, em março deste ano, já com resultado final divulgado e com os preparativos que antecedem a viagem sendo providenciados. A presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Apoio à Pesquisa (Confap) e da Fapeg, Maria Zaira Turchi, lembra que estas chamadas são um passo dado na questão da política de ação afirmativa, mas que o caminho a ser percorrido entre políticas e práticas para promover o acesso a essas oportunidades de pesquisa e redução de assimetrias é longo.

Como desdobramento, a Fapeg lançou uma nova chamada pública, a 05/2018, com o objetivo de conceder bolsas de formação em nível de mestrado ou de doutorado a alunos que ingressaram em Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu (PPGSS) de Instituições de Ensino Superior e Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação em Goiás, recomendados pela Capes, por meio de programas de ações afirmativas existentes, em qualquer área do conhecimento. O objetivo é apoiar a formação de recursos humanos altamente qualificados e fortalecer os PPGSS no Estado de Goiás. Serão oferecidas 20 bolsas de mestrado (no valor de R$ 1.350,00) e cinco de doutorado (R$ 2.000,00), totalizando um investimento de R$ 1.128.000,00. A submissão das propostas pode ser feita até o dia 25 de junho.

                                                                                                                   Os Bolsistas

Attyla
Attyla Fellipe Sousa Lino, MSc Computer Science, faz mestrado na Queen Mary University of London

Attyla: “Um passo na direção de resolver um viés histórico”

“A chamada é uma conquista incrível e histórica para a comunidade científica como um todo, pois é um passo na direção de resolver um viés histórico que vicia a comunidade científica com a falta de diversidade. No entanto, ela precisa vir acompanhada de um compromisso institucional que perpasse a chamada e se estenda a toda a organização no sentido de se garantir como uma organização diversa e inclusiva em todas as decisões institucionais”, entende Attyla Fellipe Sousa Lino, graduado em Engenharia de Controle e Automação pelo Instituto Federal de Goiás (IFG) e que está na Queen Mary University of London concluindo seu mestrado em Ciência da Computação, com foco em ciências de dados, aprendizado de máquina e Big Data.

Para ele, a diversidade traz visões de mundo e experiências completamente diferentes, que são o potencial brasileiro para inovação de verdade em um contexto científico global. “A ciência, e principalmente a inovação, ganham muito com iniciativas como essa, mas a transformação profunda vem de planejamento estratégico para lidar em várias frentes com questões como racismo estrutural, machismo institucional, marginalização da produção artística de minorias raciais, entre outros”, ressalta ele.

A tese de Attyla propõe uma avaliação e caracterização de sensores elásticos sob a óptica da ciência de dados, em contraste com as técnicas tradicionais que usam a física. Os sensores utilizados são sensores de baixo custo (DIY), fabricados com malhas, tricot, crochet, e outros tecidos (e-textiles). A qualidade dos dados obtidos será avaliada usando em aplicações de Biomecânica (Análise da marcha). Com isso, espera-se contribuir com a democratização dos estudos de performance física. “Países em desenvolvimento têm necessidades tecnológicas específicas que nem sempre são atendidas pela comunidade científica internacional, focada em países desenvolvidos. A ideia do baixo-custo e da caracterização de materiais e técnicas simples (crochet, tricot) como forma de produzir dados de qualidade suficiente para aplicações diversas, é vista por mim como forma de promover uma ciência cidadã e acessível. Em tempos de inclusão digital, projetos que têm como pauta baixo custo, DIY (Do it yourself), biohacking etc. são uma forma de promover a capacitação digital para aqueles que foram incluídos e ainda espalhar essa inclusão para os que não foram, ou seja, garantir uma educação tecnológica mais democrática”, conclui ele.

Quando voltar ao Brasil, Attyla pretende continuar desenvolvendo aplicações nesse sentido, e espera contar com o apoio de empresas e incubadoras. Pretende ainda, apoiar projetos que propõem capacitar cientificamente e tecnologicamente a comunidade fora da academia. “Pretendo, dentro do viável, utilizar os espaços de divulgação: palestras, plataformas online etc para mostrar ao máximo de pessoas possível, as conquistas das ciências, o método científico em si e tentar promover um empoderamento científico que resgate as identidades brasileiras”.

Enoe: “Chamada promove diálogos nacionais e internacionais que podem resultar em redes de solidariedade e promoção de equidade”

Para Enoe Isabela Baía de Moraes, graduada em Psicologia e fazendo mestrado em Psicologia sobre os impactos das estruturas sociais nas formações identitárias e saúde/qualidade de vida da população negra, na Universidade de Huddersfield, “a Chamada Pública para grupos específicos é fundamental para que nossas vozes, silenciadas por anos nos espaços legitimados de (re)produção da ciência, possam ser ouvidas. É importante tanto para que nos instrumentalizemos com conhecimentos que foram sempre dominados por populações hegemônicas (branca, heterossexual, masculina e frequentemente, rica) quanto para que possamos inserir e desenvolver nossos modos de produzir e o conteúdo que produzimos, no campo científico institucional”, afirma.

Segundo Enoe, a particularidade de uma chamada como esta desenvolvida pela Fapeg, oferece uma perspectiva ainda mais inclusiva ao programa. A chamada, para ela, incentiva estudantes cujas identidades não são devidamente representadas a perseguirem carreiras científicas; descentraliza e amplia a representatividade nos meios científicos apoiando o árduo trabalho que já tem sido feito, e promove diálogos nacionais e internacionais que podem resultar em redes de solidariedade e promoção de equidade.

Enoe sub-representados
Enoe Isabela Baía de Moraes conclui mestrado na University of Huddersfield. Foto: Arquivo pessoal

Ela explica que, o mestrado no Reino Unido dá continuidade ao seu trabalho de conclusão de curso no Brasil intitulado “Tornar-se negro, tornar-se livre: desafios da construção identitária, que consistiu em uma revisão bibliográfica que teve como objetivos investigar o processo de construção identitária das pessoas negras no Brasil por meio de uma análise psicanalítica e psicossocial em diálogo com dados informativos do atual contexto do País. Para ela, “apropriar-se de conhecimento sobre si (enquanto indivíduo e componente de um coletivo) e sobre os mecanismos de controle social é fundamental para que se possa exercer uma maior e mais democrática participação social”, e, nesse sentido, Enoe revela que sua pesquisa tem, a princípio, um caráter político e educativo, de promoção de conhecimento sobre mecanismos sociais, culturais, históricos e psíquicos que afetam a saúde da população negra. Ela espera proporcionar o conhecimento sobre estratégias de promoção de saúde e empoderamento, e os impactos, segundo ela, seriam “o fortalecimento identitário e visualização de um horizonte mais amplo de estratégias de controle social para promover a equidade”.

Jéssica: “Ainda existe um desequilíbrio quando se trata da proporção de mulheres em posição de liderança nas áreas de ciências, tecnologia e inovação no Brasil”

Jéssica
Jéssica Vieira Teixeira – University of Leeds. Foto: Arquivo pessoal

Desde a infância e adolescência, Jéssica Vieira Teixeira estudou em escolas públicas no interior do Estado e, entrar em uma universidade pública era para ela um grande desafio. Venceu, e ingressou no curso de licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás. Ela conta que a sua trajetória acadêmica – estágio supervisionado na Embrapa, e programas como o PIBIC e Ciência sem Fronteiras – proporcionou desenvolver um olhar mais crítico a respeito da educação pública e do ensino de ciências no Brasil, “ e ao mesmo tempo me aproximou da pesquisa científica, que muitas vezes parece tão distante do nosso dia a dia. Acredito que a minha formação acadêmica me forneceu as ferramentas necessárias para construir uma carreira como pesquisadora e ao mesmo tempo criar esse link entre a pesquisa e o ensino de ciências”.

Para Jéssica, a participação de mulheres nas áreas de ciências, tecnologia e inovação no Brasil avançou consideravelmente nas últimas décadas. “Apesar disso, ainda existe um desequilíbrio quando se trata da proporção de mulheres em posição de liderança nessas áreas. Acredito que ações como esta Chamada Pública possam ajudar a mudar a questão da representatividade na ciência, desde que existam condições para dar continuidade ao trabalho nas universidades brasileiras. Assim como eu fui inspirada por mulheres ao longo da minha carreira, eu acredito que também possa inspirar outras meninas que desejam seguir na trajetória acadêmica”, comenta Jéssica, que pretende focar suas ações quando retornar ao Brasil para compartilhar as conclusões acadêmicas na educação pública, por meio de palestras e projetos no ensino de ciências.

Segundo a pesquisadora, a iniciativa da Fapeg “é um passo inicial para promover mudanças efetivas e criar ferramentas para tornar o ambiente acadêmico mais representativo.

No Reino Unido, Jéssica desenvolve na University of Leeds, o projeto de mestrado intitulado “Impactos do manejo de culturas de pequenos produtores na biodiversidade funcional de formigas em plantações de dendê em Ghana, África”. O projeto tem por objetivo contribuir para a conservação da biodiversidade em sistemas de produção agrícola de pequena escala em regiões tropicais ameaçadas pela expansão da agricultura. “Dado o alto desenvolvimento agrícola em várias regiões do Brasil, incluindo o Estado de Goiás, acredito que a aplicabilidade no setor será possível e de extrema importância, visto que existe uma preocupação crescente em aliar sustentabilidade, desenvolvimento socioeconômico e produção de alimentos. Ao mesmo tempo, é impossível dissociar questões ambientais e sociais, portanto acredito que estarei mais preparada para lidar com problemas relacionados à conservação da biodiversidade e recursos naturais a partir da perspectiva socioeconômica de cada região, além de fatores relacionados a tradições e valores de cada comunidade”, acredita ela.

Isabelle Cristine: “O que foi feito aqui é um começo e espero que isso seja consistentemente expandido”

Isabelle Cristina -
Isabelle Cristine da Costa -University of Manchester. Foto: Arquivo pessoal

Apaixonada por ciência desde pequena, Isabelle Cristine da Costa acabou por se graduar em Biotecnologia pela Universidade Federal de Goiás. Ela conta que entrou no universo acadêmico sendo aluna de escola pública e foi na universidade e com a convivência com a pluralidade de ideias naquele ambiente acadêmico que se envolveu com questões que até então não faziam parte do seu cotidiano, como feminismo, movimento negro e outros. Hoje, Isabelle faz um um Master of Research em Biological Sciences na University of Manchester. Nesse programa, ela explica que tem duas “rotations” em dois labs diferentes, portanto duas dissertações. Na primeira Isabelle trabalhou com células-tronco para o desenvolvimento de células sanguíneas com enfoque em doenças do sistema hematológico, como leucemia. Na segunda e atual rotation, está trabalhando com criação de leveduras híbridas como características superiores aos parentais para aplicações industriais. Como futura pesquisadora, ela afirma que o presente mestrado ajudou na decisão de qual área de pesquisa pretende seguir e fazer um doutorado em biologia do câncer é a sua intenção. “Espero ser bem-sucedida e contribuir para o desenvolvimento de terapêuticos ao longo da minha carreira”, revela.

Para compartilhar as conclusões acadêmicas e sua experiência pessoal no Reino Unido, Isabelle pretende trabalhar no Brasil com mentoring de outros alunos que estejam buscando uma carreira científica ou tenham interesse em ciência. “Essa é uma oportunidade que comecei a explorar na minha própria casa, com minha irmã, que acabou de entrar na UFG. Também gostaria de retribuir para a comunidade como professora voluntária de inglês”.

Isabelle considera crucial o investimento em chamadas específicas para grupos sub-representados, “principalmente quando olhamos a desigualdade de investimento em pesquisa dentro do próprio Brasil. Oportunidades locais são muito bem-vindas. Apoio ações como a do presente edital, embora ache que um número maior de pessoas precisa ter essa oportunidade. O que foi feito aqui é um começo e espero que isso seja consistentemente expandido, temos muito mais alunos qualificados em pesquisa para enviar ao exterior”, opina Isabelle.

“O aspecto fundamental com o qual devemos nos importar é a formação de recursos humanos qualificados internacionalmente em termos de pesquisa e com um background mais diverso que represente mais grupos sociais. Acho extremamente ingênua a mentalidade de que alguns alunos com mestrado no exterior terão contribuições decisivas na ciência brasileira, principalmente no presente cenário de falta de investimentos na área. É preciso ter uma visão plural do processo e criar perspectivas que nos permitam explorar toda “expertise” ganha no exterior. Não importa o quão especializado em termos de técnicas um pesquisador seja, se ele não tem a oportunidade de empregá-las no Brasil. Acredito que um debate sobre o reconhecimento da importância de ciência e tecnologia pela sociedade e governo é o que deveríamos reivindicar”, entende Isabelle Cristine.

Ayanda: “O desenvolvimento da ciência e novas tecnologias requerem novas competências e habilidades. A maior diversidade de gênero e inclusão de minorias é o caminho para a criação de tecnologias de qualidade e mais inclusivas”.

Ayanda Dantas Silva - De Montfort University. Foto: Arquivo pessoal
Ayanda Dantas Silva – De Montfort University. Foto: Arquivo pessoal

A opinião é de Ayanda Dantas Silva, formada em Farmácia pela Universidade Estadual de Goiás, Campus de Itumbiara. Ela está fazendo mestrado em Biotecnologia Farmacêutica na De Montfort University, em Leicester, no Reino Unido. Veja a entrevista que ela concedeu para a universidade no final do ano passado sobre a sua experiência.

Sua dissertação envolve a análise laboratorial e bioinformática de fatores de transcrição no mecanismo de controle de qualidade mitocondrial associados com a doença de Parkinson. Ela explica que o Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva, ainda sem cura, caracterizada por complicações motoras, cuja etiologia ainda permanece desconhecida, mas que fatores genéticos e ambientais têm sido associados ao surgimento da doença. O tratamento farmacológico da doença de Parkinson visa a melhoria da qualidade de vida do paciente através da redução dos sintomas. Acredita-se que o diagnóstico precoce da doença possa reduzir as chances de progressão da mesma. Assim, a pesquisa científica nessa área, segundo Ayanda, pode proporcionar um conhecimento muito mais profundo sobre as causas genéticas que possam estar correlacionadas com a doença de Parkinson, e contribuir para o desenvolvimento de produtos farmacêuticos mais eficientes.

Ayanda revela que a Chamada Pública pela qual foi selecionada está dando oportunidade para obter conhecimentos acerca de inovações tecnológicas utilizadas na pesquisa e desenvolvimento de fármacos que poderão ser aplicados aos métodos de ensino superior no Brasil de forma otimizada. “Buscando parcerias com empresas locais e agências de fomento e projetos de pesquisa, principalmente na Graduação, contribuindo assim, positivamente na formação de profissionais qualificados”, ressalta.

“Através do programa será possível inspirar, dar visibilidade, criar oportunidades e desmitificar como algo inalcançável a atuação plena de mulheres e minorias étnicas no âmbito da ciência”, comemora Ayanda.

Em números
Dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) mostram que dos 12.780 pesquisadores brasileiros que receberam bolsas de pesquisa internacional em 2014, com base na autodeclaração, 64,8% eram brancos, enquanto 3% orientais, 16,4% eram mestiços e 2,4% negros. Além disso, das bolsas de estudo nacionais concedidas pelo CNPq em 2015, no âmbito da participação das mulheres, 59% foram atribuídas a mulheres brancas e 26, 8% a mulheres negras. Com relação aos homens, 56,3% foram alocados aos brancos e 24,3% aos negros.

   Foram selecionados neste edital:
• Attyla Fellipe Sousa Lino, MSc Computer Science – Queen Mary University of London
• Enoe Isabela Baía de Moraes, MSc Psychology, University of Huddersfield
• Isabelle Cristine da Costa, MRes Biological Science, University of Manchester
• Jéssica Vieira Teixeira, MSc Biodiversity and Conservation, University of Leeds
• Ayanda Dantas Silva, MSc Pharmaceutical Biotechnology, De Montfort University
• Amanda Tolintino, MSc Media Psychology, University of Salford

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