Bailarina campeã do Itego faz parte de rede de pesquisa fomentada pela Fapeg
Helenice Ferreira, da Assessoria de Comunicação Social da Fapeg
Carolyne Freitas Galvão, 17 anos, foi classificada na lista dos oito melhores bailarinos do mundo. Ela ganhou Becca na 46ª edição do Prix de Lausanne, no último sábado, dia 3, na Suíça. Fruto de muito talento, dedicação, preparação e ensaios, com uma rotina de mais de oito horas por dia, de segunda a sábado, a bailarina é aluna do Teatro-Escola do Instituto Tecnológico de Goiás em Artes Basileu França (Itego em Artes Basileu França), uma instituição pública voltada para o ensino das artes, em Goiânia.
O Prix é uma das maiores competições na área da dança clássica do mundo. Carolyne sagrou-se uma das oito prize winners (bailarinos vencedores) a receber becca – prêmio que consiste em bolsa integral para estudar e se profissionalizar no balé, à sua escolha, em 72 escolas ou companhias parceiras do Prix, em diversas partes do mundo. Ela também recebeu o Prêmio da Audiência Pública – escolhida pelo público de todo o mundo que assistiu ao espetáculo e votou pela internet como a bailarina de melhor performance durante a competição.
Entre os objetivos do Prix de Lausanne está o de escolher oito jovens bailarinos como os melhores do mundo e ajudá-los na iniciação da carreira profissional. O Prix teve nesta edição, 380 participantes de 38 países sendo que 78 candidatos foram selecionados, 21 chegaram à final e oito foram prize winners. Carolyne agora deixa o Itego em Artes Basileu França para continuar sua carreira em balé, que teve início na instituição em 2012 com as professoras e ensaístas Simone Malta, Olga Dolganova e Carol Segurado.
O papel da ciência no aperfeiçoamento técnico e artístico
Ela, assim como outras alunas do corpo de balé do Basileu, conta também com o olhar atento do professor doutor Adriano Bittar, da Universidade Estadual de Goiás/ESEFFEGO, com seu projeto “A Preparação Poética nas Artes Cênicas”, realizado em parceria com o Basileu França. O projeto está sendo compartilhado na Rede Brasil/Reino Unido em Medicina e Ciência da Dança, criada em 2016 com o fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), British Council e Fundo Newton.
A Rede BR-UK em Medicina e Ciência da Dança (MCD) foi idealizada e inicialmente organizada pelo fisioterapeuta, pesquisador, professor-doutor Adriano Bittar e pelo professor Matthew Wyon, da Escola de Artes Performáticas de University of Wolverhampton e hoje conta com diversos parceiros. A primeira ação para a implantação dessa Rede foi a realização de um workshop, também fomentado pela Fapeg, que reuniu em Goiânia um grande número de pesquisadores do Reino Unido e do Brasil para que cooperassem no sentido de criação da rede.
Adriano Bittar conta que a partir do financiamento da Fapeg e da existência da Rede BR/UK, os serviços nesta área puderam estruturar-se melhor, pesquisas foram sendo feitas e o resultado foi o crescimento de todos os profissionais e, principalmente, dos bailarinos atendidos. Assim, o Basileu França em Goiás, foi um dos serviços beneficiados pela Rede. “Desde o apoio recebido, diversas atividades foram desenvolvidas nesta área no Basileu, o que com certeza criou um impacto positivo para que a bailarina goiana tivesse sucesso na Suíça”, comenta o professor.
Segundo ele, Carolyne participou de duas pesquisas, fez aulas de Pilates e uma série de atividades que promoveram uma melhor performance da artista que pode ser melhor preparada e educada para se mostrar mais potente em cena. “Uma grande campeã se forma com fomento, e o fomento da Fapeg e do British Council são a prova do sucesso. Somos vários parceiros na Rede, criando serviços, trocando informações, fazendo pesquisa, promovendo a interação de todos os fatores que possibilitam ao artista obter seu melhor desempenho em cena. São fatores que vão desde o treinamento da própria técnica cênica, como o balé, até o trabalho complementar de suporte ao corpo, obtido pela musculação, o Pilates, Gyrotonic, exercícios aeróbios, a Terapia Craniossacral, massagens terapêuticas e tantos outros tipos de assistências que o corpo cênico precisar. Além da preparação, o projeto disponibilizado na Rede incentiva o desenvolvimento e compartilhamento de pesquisas nas áreas de educação física, fisioterapia, artes cênicas e medicina, dentre outras, estreitando as relações entre academia e comunidade”.
Ele explica que o projeto busca parcerias com escolas, grupos, companhias de dança ou teatro para realizar um trabalho especializado com a preparação poética, para fazer uma ponte entre os conhecimentos científicos e artísticos fisioterápicos, da educação física, medicina, do teatro e dança produzidos na universidade e a sabedoria da comunidade artística goiana.
O intuito de construir a Rede BR-UK em Medicina e Ciência da Dança é de trabalhar por mais 15 anos para o bem-estar do artista cênico, preferencialmente de baixa renda e em risco social.
No ano passado, Carolyne frequentou por uma temporada o Houston Ballet School, nos Estados Unidos. Entre as premiações estão: Diploma de Honra no International Ballet Competition de Moscou, na Rússia, pelo Teatro Bolshoi, Medalha de Ouro por dois anos no Festival de Dança de Joinville, finalista do Prix de Lausanne e Youth America Grand Prix, em Nova Iorque, além da participação desde as primeiras grandes produções dos Balés de Repertório de Dança do Basileu França. Em julho, Carolyne participa de outro concurso internacional, desta vez na Bulgária.