Concurso do Laboratório Nacional de Astrofísica estimula o interesse dos jovens pela astronomia

O Telescópio Soar está em Cerro Pachón, uma montanha dos Andes Chilenos com altitude de 2.700 metros acima do nível do mar. Foto: LNA.

Já imaginou indicar uma galáxia ou aglomerado de estrelas para ser observado e fotografado por um grande telescópio? Jovens de todo o país terão essa chance no Concurso de Astronomia para Estudantes, promovido pelo Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Para participar, alunos do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e médio devem pesquisar um objeto astronômico interessante do ponto de vista científico e visual e explicar porque ele deve fotografado pelo Telescópio Soar. As inscrições vão de 15 de agosto a 15 de outubro.

Serão premiadas uma proposta do ensino fundamental e uma do ensino médio. Os objetos indicados, que podem ser galáxias, nebulosas ou aglomerados de estrelas, por exemplo, serão registrados digitalmente pelo Soar. Além disso, as escolas dos alunos vencedores receberão a visita de um astrônomo do LNA, que fará uma palestra sobre o laboratório, o telescópio e o objeto astronômico. O trabalho pode ser feito individualmente ou em duplas.

Segundo o astrônomo Luciano Fraga, presidente da comissão organizadora do concurso, o objetivo é despertar o interesse dos estudantes pela astronomia e divulgar a estrutura nacional de telescópios. “Este concurso tem como objetivo instigar a curiosidade dos estudantes por astronomia. Para escrever a justificativa de escolha do objeto, de um modo geral, eles realizam uma pesquisa profunda sobre o objeto e seu contexto na astronomia. O concurso também tem como objetivo divulgar a astronomia brasileira e sua infraestrutura telescópios e instrumentação astronômica”, explica.

Estudantes
Em 2016, os estudantes do ensino médio Michael Galindo e Caio Moreira Gomes venceram o concurso do LNA com a indicação da galáxia NGC 1672. Para escrever a proposta, eles precisaram pesquisar os objetos na internet e filtrar os resultados até escolherem uma galáxia espiral barrada, classe a que pertence a Via Láctea. Hoje, os dois cursam Engenharia da Computação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e desenvolvem projetos em conjunto.

Como prêmio pelo primeiro lugar, os dois conheceram o Soar, na Cordilheira dos Andes. Para Michael, a visita serviu de inspiração. “Pretendo seguir a carreira de desenvolvimento de tecnologias. Porém, ver os observatórios de perto me deu um choque em relação à magnitude dos projetos que podemos criar, podendo levar isso para qualquer área além da astronomia”, destaca.

Caio também tem planos de trabalhar na área da computação e vê muitas ligações entre esse campo e a astronomia. “Pretendo seguir uma carreira provavelmente na área de processamento de dados. Atualmente trabalho com inteligência artificial e chatbots (programas que respondem à interação como se fossem humanos) e estou entrando na área de Big Data, bem utilizada na área de astronomia e astrofísica”, conta.

Soar
O Soar (Southern Astrophysical Research Telescope, em inglês) tem abertura de 4,2 metros e foi projetado para produzir imagens de qualidade melhor que as de qualquer outro observatório do mundo em sua categoria. Situado em Cerro Pachón, uma montanha dos Andes Chilenos com altitude de 2.700 metros acima do nível do mar, o equipamento foi financiado por um consórcio entre o Brasil (representado pelo MCTIC), o Observatório Nacional de Astronomia Óptica (NOAO, na sigla em inglês), a Universidade da Carolina do Norte (UNC, na sigla em inglês) e a Universidade Estadual de Michigan (MSU, na sigla em inglês).

O Brasil é o parceiro majoritário, com direito a 31% do tempo de observação. O LNA é o escritório brasileiro do Soar, sendo responsável pelo gerenciamento do acesso dos astrônomos nacionais ao equipamento e pelas operações científicas do tempo brasileiro.

Serviço
Para acessar o regulamento do concurso, clique aqui.

O LNA também fornece um guia para ajudar os estudantes na escolha do objeto astronômico.

Os resultados do concurso devem ser divulgados em novembro.

Fonte: MCTIC.

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