“Expedição Araguaia” fica com o primeiro lugar na categoria Imprensa do 23º Prêmio Seriema
A premiação é um chamado à ação e à transformação que reconhece iniciativas e profissionais comprometidos com a sustentabilidade e o uso consciente dos recursos naturais. O documentário conta com apoio financeiro da Fapeg por meio do programa Araguaia Vivo 2030
O documentário Expedição Araguaia brilhou na cerimônia de entrega do 23º Troféu Seriema – Prêmio Crea de Meio Ambiente que aconteceu na última quinta-feira, 27, em Goiânia. A premiação é conhecida como o Oscar da Sustentabilidade e reconhece iniciativas, obras e profissionais comprometidos com a sustentabilidade, a inovação e a proteção do meio ambiente e é tido como um dos mais importantes prêmios ambientais do Brasil. O filme conta com patrocínio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), por meio do programa Araguaia Vivo 2030 que busca estabelecer uma base científica robusta para orientar o desenvolvimento sustentável no rio Araguaia e integrar comunidades e líderes locais às atividades.
Vencedor em primeiro lugar na Categoria Imprensa, o documentário, de 19 minutos e 25 segundos, é dirigido pela professora Mariana Telles, coordenadora-geral do Programa Araguaia 2030 e professora da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) e da Universidade Federal de Goiás (UFG), e pela professora Thais Oliveira, coordenadora do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás (UEG). O documentário foi produzido em parceria entre PUC Goiás, Fapeg, TWRA, UEG e Universidade Federal de Goiás.
Filmado em fevereiro de 2025, durante uma expedição científica do Araguaia Vivo 2030 em parceria com o PPBio Araguaia (Programa de Biodiversidade financiado pelo CNPq e executado pela PUC Goiás), a expedição percorreu diferentes trechos da bacia do rio Araguaia a bordo de um barco-hotel, coletando dados, estudando e monitorando a biodiversidade do rio Araguaia, e avaliando impactos ambientais e dialogando com comunidades locais. “Enquanto isso, o documentário pôde transformar os dados coletados, as pesquisas e as descobertas científicas realizadas, em narrativas audiovisuais que agora estão aproximando a ciência da sociedade por meio de uma linguagem mais acessível, conectando conhecimento acadêmico ao público em geral”, conta Thais Oliveira.
O Troféu Seriema reconhece práticas e reúne iniciativas em diversas áreas como educação ambiental, inovação, proteção à biodiversidade, gestão sustentável, pesquisa, comunicação, projetos ligados à preservação dos recursos naturais e valorização de práticas sustentáveis que impactam positivamente a sustentabilidade e a conscientização ambiental em uma conexão que muda perspectivas e inspira cada vez mais protagonistas compromissados com o esforço para a sustentabilidade do planeta.
Expedição Araguaia – Festivais
Segundo a professora Thais, o documentário tem alcançado diversos festivais nacionais e internacionais, levando a pesquisa realizada em Goiás e o Rio Araguaia para o mundo. A obra foi selecionada para integrar a programação de dez festivais nacionais e internacionais. Além do Troféu Seriema, foi eleito o melhor filme ambiental do Festicini (4º Festival Internacional de Cinema Independente-SP ).
A primeira seleção ocorreu no Science Film Festival 2025, evento internacional de comunicação científica que é realizado de 1º de outubro a 20 de dezembro, em cerca de 20 países. Promovido pelo Goethe-Institut, em colaboração com organizações locais, escolas e instituições culturais, o festival tem como objetivo aproximar a ciência do público de forma acessível, educativa e envolvente, por meio de documentários, animações, filmes independentes e outras produções audiovisuais. Parceiro oficial da Década das Nações Unidas para a Restauração do Ecossistema, o festival traz em 2025 o tema “Empregos verdes”, destacando profissionais e iniciativas fundamentais para promover a sustentabilidade, proteger o meio ambiente e enfrentar os desafios climáticos. Rio de Janeiro.
Além desta importante seleção, o documentário participou do Festival Latinoamericano de la Cultura Científica, realizado durante o XIX Congresso RedPOP 2025 em setembro, na cidade de Puebla, México. Trata-se de um evento bienal de comunicação científica que possibilita o intercâmbio de experiências em divulgação científica, oferecendo espaço para reflexão, desenvolvimento profissional e, sobretudo, promovendo a participação do público.
O documentário compõe ainda a programação do V PLANETA.doc – Festival Internacional de Cinema Socioambiental, que ocorre de 22 de setembro a 31 de dezembro de 2025. O evento promove o diálogo entre ciência, arte e sociedade e estimula novas perspectivas sobre sustentabilidade e conservação ambiental. Florianópolis (SC)
Em mais uma participação em nível internacional, o filme foi selecionado para o V International Riom Scientific Short Film Festival, que foi realizado de 20 a 22 de novembro de 2025, na cidade de Riom, na França. A participação ampliou o alcance global do projeto e sua contribuição para a difusão do conhecimento científico e ambiental junto a diferentes públicos. As professoras participaram do evento presencialmente.
A produção foi indicada também como finalista da 23ª edição do Troféu Seriema, na categoria Imprensa, premiação dedicada ao reconhecimento de obras que destacam a biodiversidade e a cultura do Cerrado, reforçando o papel da UEG na valorização do patrimônio natural e cultural da região. A cerimônia de premiação aconteceu no dia 27 de novembro e o filme foi vencedor.
Para a professora Thais Oliveira “a visibilidade do filme destaca a importância de transformar ciência em audiovisual, possibilitando que pesquisas realizadas no Centro-Oeste brasileiro alcancem um público mais amplo. Já temos mais de 26 mil visualizações no Youtube. Essa abordagem permite que o conhecimento científico seja comunicado de forma acessível e envolvente, ampliando a visibilidade do filme e beneficiando todos os envolvidos – pesquisadores, comunidades locais e o público em geral. É fundamental que o Cerrado seja conhecido e valorizado por outros estados do Brasil e no exterior. Além disso, a produção evidencia o trabalho de ponta desenvolvido por diversos pesquisadores por meio do Programa Araguaia Vivo, que, em parceria com as comunidades locais, tem contribuído para novas descobertas sobre a região do Araguaia.”
Mariana ressalta que “a experiência de poder inserir este tipo de linguagem, que é nova para a maioria dos pesquisadores, foi um aprendizado importante para a nossa equipe de pesquisadores, pois mostrou na prática o quanto é essencial a diversificação da linguagem para que a pesquisa que está sendo realizada chegue de fato em outras camadas da sociedade, assim como alcance a própria comunidade que está sendo impactada com as pesquisas que estão sendo realizadas naquela região, intensificando a importância da comunidade ribeirinha na conservação e uso sustentável. Além disso, possibilitou também mostrar a importância ambiental e a beleza cênica desse patrimônio nacional e de sua comunidade para o mundo, uma vez que em um mês já existia mais de 23 mil visualizações do documentário no youtube !”





