Ciência e gestão pública: Fapeg se firma como um dos pilares do desenvolvimento em Goiás
Neste 8 de julho, Dia Nacional da Ciência e Dia Nacional do Pesquisador Científico, a Fapeg destaca a importância de uma agência de fomento à pesquisa para o desenvolvimento de um estado ou nação
Prestes a completar 20 anos de atuação, em 12 de dezembro, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) se consolida como protagonista na promoção do desenvolvimento científico no Estado. Cumprindo o compromisso de apoiar, fomentar e estimular a ciência feita pelos pesquisadores de Goiás, em todas as áreas do conhecimento (Ciências Exatas, da Natureza e Humanas) em busca de soluções efetivas para o bem-estar diário dos cidadãos, a Fapeg também investe em ações pioneiras que estão fortalecendo a tecnologia e inovação, impulsionando a aplicação de inteligência artificial e levando Goiás ao reconhecimento nacional.
Com dotação orçamentária que vem se ampliando ano após ano, está sendo possível duplicar anualmente o número de convênios e editais o que tem contribuído para auxiliar na instalação e modernização de laboratórios de pesquisa, no fomento a pesquisas para a preservação do meio ambiente e garantia de alimentos, no apoio a editoras de instituições de ensino superior, na participação e realização de eventos científicos, suprindo gargalos e preenchendo lacunas do conhecimento.
Neste 8 de julho, Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, a Fundação destaca a importância de uma agência de fomento à pesquisa, seja para o financiamento de pesquisas científicas básicas ou aplicadas, simples ou complexas, de curta ou longa duração, mas que na prática deem retorno para a população e preparam para o enfrentamento de problemas futuros, como pandemias e sustentabilidade do planeta. A boa prática da ciência da Fundação é executada com transparência, criatividade, ética, parceria e qualidade, num movimento que busca ouvir as carências da sociedade, propor parcerias público-privadas que, além de contribuir para a formação de pesquisadores qualificados, reduzir gargalos de conhecimento e fortalecer programas de pós-graduação, também contempla o empoderamento do pesquisador goiano, seja com ações para a interiorização da pesquisa ou de cooperações internacionais para uma maior visibilidade e fortalecimento da pesquisa realizada no Estado.
PPSUS
Um exemplo de resultado positivo do grande esforço coletivo é o Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS GO) que tem proporcionado significativas descobertas científicas e inovações tecnológicas capazes de melhorar o atendimento à população do estado de Goiás prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Este ano foi lançada a oitava edição do Programa que contará com investimento recorde de R$ 4 milhões, sendo R$ 3 milhões do Ministério da Saúde repassados via CNPq e R$ 1 milhão da Fapeg. O edital deverá contemplar 26 propostas de pesquisadores doutores, que poderão receber até R$ 150 mil para auxiliar cada projeto de pesquisa. O edital está em andamento, e o resultado preliminar da seleção deve sair em agosto. Os eixos temáticos das pesquisas são definidos previamente para que sejam encontradas soluções inovadoras, científicas e tecnológicas, para as áreas mais críticas, urgentes e carentes da saúde pública no estado de Goiás.
O programa é executado, em Goiás, em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde. É uma iniciativa do Ministério da Saúde por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Decit/SECTIS/MS) — e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O PPSUS tem como objetivo apoiar financeiramente e fortalecer pesquisas que busquem soluções para as prioridades de saúde e atendam às peculiaridades e as especificidades de cada Estado, representando também uma grande contribuição para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação em saúde no contexto do SUS e para a tomada de decisão de gestores públicos da área.
Na edição anterior do PPSUS, 20 pesquisas receberam apoio e foram colocadas à disposição da Secretaria Estadual da Saúde para possível aplicação no atendimento do SUS. Na sétima edição, foram investidos R$ 2.137.500,00, sendo R$ 1,5 milhão repassados pelo CNPq e R$ 637.500,00 pela Fapeg. Os pesquisadores se debruçaram em estudos que apostaram, por exemplo, no uso da inteligência artificial e ensaios para desenvolver larvicidas ecossustentáveis contra o Aedes aegypti; na nanobiotecnologia sintetizada a partir de uma planta do Cerrado para o controle de carrapatos e caramujos fazendo prevenção de doenças como a febre maculosa e a esquistossomose; num conjunto de estratégias rápidas para o monitoramento do descarte indiscriminado de antibióticos que podem contribuir para a resistência antimicrobiana da população, em efluentes no Rio Meia Ponte; na identificação do impacto de variáveis clínicas, formas de organização do serviço e fluxos de atendimento especializado ou não especializado nos desfechos do tratamento de pacientes com câncer de boca considerando tratamento cirúrgico, terapias adjuvantes, recidiva, sobrevida livre de doença e global, atendidos no âmbito de um hospital de referência do SUS (CACON) em Goiás. Também foi realizado um estudo que investiga a relação entre doença causada por fungos e alteração genética para contribuir para um tratamento mais eficiente. Estudo também avaliou marcadores capazes de predizer uma melhor resposta clínica em mulheres com câncer de mama, entre outras pesquisas.
Centros de Excelência
A política pública de criação de centros de excelência também tem mostrado resultados positivos. Os Centros têm se tornado referência em suas áreas e desempenham um papel essencial no desenvolvimento científico e tecnológico do Estado de Goiás. São aproximadamente R$ 159 milhões que estão sendo investidos (repassados ao longo dos anos de acordo com o cronograma de cada unidade) dos nove centros de excelência apoiados pela Fapeg, que ao final passarão a ser autossuficientes. O Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA) – R$ 39.133.080,00 – pioneiro nas iniciativas de IA no Brasil por desenvolver tecnologias inovadoras e de alto impacto por meio do uso de dados e inteligência artificial para diversos segmentos da sociedade conquistou reconhecimento nacional por sua atuação. Desde sua criação, o CEIA firmou parcerias com mais de 120 projetos, conectando ciência e mercado, e envolveu cerca de 780 pesquisadores. O Centro de Excelência em Bioinsumos (CEBIO) – R$ 20.430.092,56 – com suas fábricas de bioinsumos e unidades de transferência de tecnologia conta com cientistas, professores e alunos fazendo pesquisas para garantir uma produção agrícola mais sustentável, finalizando projetos capazes de reduzir a dependência por insumos químicos convencionais importados, e diminuir custos de produção e emissão de CO₂, entre outros.
O Centro de Excelência em Agricultura Exponencial (CEAGRE) – R$15.000.000,00 – desenvolvendo várias pesquisas para o agro tecnológico e sustentável, gerando negócios focados em inovação, e soluções tecnológicas de alto valor agregado, beneficiando do pequeno ao grande produtor, além da formação de profissionais qualificados para o setor. O Centro de Excelência em Segurança Hídrica do Cerrado (CEHIDRA CERRADO), que atua em frentes como monitoramento da quantidade e qualidade da água, educação para a segurança hídrica e apoio estratégico para políticas públicas em questões como qualidade e disponibilidade de água para o consumo humano, agricultura e indústria e formas de recuperar ecossistemas aquáticos degradados e pesquisas para o enfrentamento das mudanças climáticas.
O CERISE (Centro de Excelência em Redes Inteligentes sem Fio e Serviços Avançados) – R$24.000.000,00 – que permite estruturação de projetos de pesquisa aplicada a setores estratégicos com utilização de redes de comunicações avançadas e inteligentes, tem potencializado a geração de conhecimento e inovação (artigos, patentes, sistemas e aplicativos. O CEHTES (Centro de Excelência em Hidrogênio e Tecnologias Energéticas Sustentáveis) – R$24.000.000,00 – que vai impulsionar a transição para economia de baixo carbono em Goiás; o CEMPA CERRADO (Centro de Excelência em Estudos, Monitoramento e Previsões Ambientais do Cerrado) – R$4.082.005,65 – no detalhamento espacial inédito com previsão integrada de tempo e qualidade do ar. Além da agropecuária, que passa a se apoiar em estimativas mais precisas e detalhadas de temperatura, precipitação e água disponível no solo, os serviços oferecidos pelo Centro auxiliam outros diversos setores produtivos. O CETI-SAÚDE (Centro de Excelência em Tecnologia e Inovação em Saúde) – R$14.620.061,35 – para a prospecção, avaliação e apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS) no processo de incorporação de novas tecnologias de saúde, com ênfase em vacinas, imunobiológicos e terapias gênicas, para prevenção e tratamento de uma série de condições prioritárias de saúde incluindo doenças infecciosas e oncológicas.
E o nono Centro, o CEGGen (Centro de Excelência em Genética e Genômica) – que receberá R$ 15.009.200,00 – foi lançado este ano e terá entre suas principais ações a criação de biobancos e biorrepositórios, a capacitação de profissionais especializados e a implementação de tecnologias de sequenciamento genômico. O centro vai impulsionar pesquisas inovadoras em saúde humana e animal, agricultura sustentável e conservação da biodiversidade. Após o período de cinco anos de fomento, a ideia é que o Centro se torne autossustentável por meio da prestação de serviços à comunidade e ao setor privado.
As ações de estímulo e fomento da Fapeg vão ao encontro da política do Governo de Goiás, que recentemente criou a Lei Estadual de Fomento à Inovação em Inteligência, dando um importante e decisivo passo rumo ao desenvolvimento socioeconômico do Estado de Goiás.
Foto: Juliana Diniz – Solenidade de entrega do Prêmio Goiano de Ciência, Tecnologia e Inovação – Edição 2023, aos pesquisadores

