Apenas 5% dos brasileiros são proficientes em letramento científico

Apresentar os resultados da pesquisa que mediu o índice de letramento científico da população brasileira, realizada pelo Instituto Abramundo, em parceria com o Instituto Paulo Montenegro e a Associação Ação Educativa. Este foi o objetivo da conferência “ILC: Índice de Letramento Científico para o Brasil”, realizada dia 15 na 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

A apresentação foi feita pelo pesquisador do Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e consultor do Instituto Abramundo, Anderson Gomes, que falou sobre as conclusões da pesquisa, sua inserção nos contextos nacional e internacional e as desigualdades entre as regiões.

Gomes iniciou sua apresentação explicando que não existe uma definição universal para o que seria o letramento científico, mas que ele está relacionado à capacidade de ler, compreender e expressar opinião sobre assuntos de caráter científico. O pesquisador também explicou que uma pessoa cientificamente letrada deveria conseguir “apreciar e compreender o impacto da ciência e da tecnologia na vida cotidiana, tomar decisões pessoais informadas, ler e compreender os pontos essenciais de relatos da mídia sobre o tema, refletir criticamente sobre as informações transmitidas em tais relatos e participar de forma confiante das discussões que envolvem a ciência”.

O objetivo da pesquisa foi oferecer ao País um indicador que possa orientar políticas públicas. Para tanto, explicou o pesquisador, ela foi realizada com base nas perspectivas de alfabetismo, letramento e caráter não escolar, além de levar em consideração as dimensões de domínio da linguagem científica, saberes práticos e visões de mundo relacionadas à ciência.

A pesquisa foi feita a partir de um questionário aplicado com 2.002 pessoas de nove regiões metropolitanas do Brasil, que tiveram seus resultados classificados em quatro níveis. O primeiro classificado como letramento “não científico”, o segundo como “rudimentar”, o terceiro como “básico” e o quarto como “proficiente”. Como resultado, constatou-se que 48% da população têm apenas um entendimento rudimentar de ciência, enquanto somente 5% apresentam um nível proficiente de conhecimento científico. Algo enfatizado por Anderson Gomes foi que, apesar do questionário ter uma duração de uma hora e meia, as pessoas não apresentaram problemas em parar para respondê-lo, o que demonstra haver um interesse da população pelo tema.

No momento, Gomes questiona o que é possível fazer para mudar esse quadro no menor período de tempo possível. “Obviamente, isto não é algo que se muda da noite para o dia, mas se não começarmos de noite, a manhã chega e você ainda não tem nada feito”, acredita o pesquisador, que também afirma que o objetivo é consolidar o ILC e promover novas versões da pesquisa, colocando a aprendizagem de ciências como uma prioridade nacional. Detalhes da pesquisa podem ser conferidos no portal do Instituto Abramundo (http://www.abramundo.com.br).

Fonte: MCTI.

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