Plantio e conservação do solo é tema do Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha, em Goiânia

A 15ª edição do Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha propõe atividades direcionadas para o tema "Palha, Ambiente e Renda".
A 15ª edição do Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha propõe atividades direcionadas para o tema “Palha, Ambiente e Renda”. Foto: Adriana Silva.

A evolução e as perspectivas de tecnologias da produção agrícola serão discutidas nos próximos dias na UFG, que recebe pesquisadores, professores, estudantes da área de Agronomia, bem como produtores, consultores agropecuários, técnicos e extensionistas rurais para o 15º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha. O evento foi oficialmente aberto na noite de ontem (20/9) com solenidade no Centro de Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, no Câmpus Samambaia, e prossegue com discussões e apresentações de pesquisas e práticas voltadas ao setor de produção de alimentos, meio ambiente e geração de renda até amanhã, dia 22/9. Mesas-redondas, conferências, mini-cursos e um dia de campo também estão na programação.

A solenidade de abertura teve a presença de representantes das instituições organizadoras, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Confederação das Associações Americanas para uma Agricultura Sustentável (CAAPAS), além da conferência de abertura sobre oportunidades e desafios no agronegócio, com o analista político e financeiro, Miguel Daoud. O evento é realizado pela Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP), UFG, Embrapa Arroz e Feijão. Instituições como a Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Goiás (Emater-GO), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (Crea GO), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) são parceiros na organização.

Plantio Direto
O Sistema de Plantio Direto (SPD) está ligado à agricultura conservacionista e preceitos de sustentabilidade. O presidente da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha, Alfonso Adriano Sleutjes destacou uma preocupação do setor: a conservação do solo. “Temos 33% de áreas degradadas no âmbito mundial. No Brasil, estamos próximos de 60 milhões de hectares em plantio. Desse total, apenas 35 milhões utilizam o plantio direto, dentre os quais apenas 14% estão adequados aos padrões de qualidade, com rotação de cultura e respeitando toda a prática de conservação e manejo do solo”, alertou.

O representante do Mapa, Elvison Nunes Ramos, valorizou o evento como oportunidade de obtenção de resultados importantes para orientar políticas públicas. “Temos hoje um desafio pela frente, não só o sistema de plantio direto, mas o próprio o plano de agricultura de baixa emissão de carbono, cujo plantio direto faz parte. Precisamos realmente desses resultados, dessas informações geradas aqui para que possamos avançar”, avaliou. Segundo Ramos, um dos desafios atuais do setor é fazer com que essas tecnologias cheguem ao produtor rural. “Os produtores precisam tomar essa decisão de adotar essa tecnologia para que a gente produza de uma forma sustentável que a sociedade hoje exige e, principalmente, para que consiga melhorar sua renda e sua qualidade de vida”, comentou.

Em discurso, o reitor da UFG, Orlando Amaral, destacou que o evento volta a ser realizado em Goiânia após 20 anos e falou da importância do setor agropecuário para a economia nacional ao mencionar o quadro de instabilidade econômica e política do país. “No Brasil, em particular, não se pode falar em crescimento sem falar do papel da atividade do agronegócio brasileiro. Somos o segundo maior produtor de grãos do mundo. Safras recordes não seriam alcançadas no Brasil sem a dedicação e estudo de professores, alunos, pesquisadores, empreendedores, produtores e vocês que participam desse evento”, declarou.

Pedro Arraes, presidente da Emater, destacou os avanços da tecnologia de plantio discutida no Encontro. “Temos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável. Eu tenho certeza de que muitos desses objetivos estão diretamente ligados aos assuntos que estão sendo discutidos aqui nesta reunião. Muito se avançou na questão do plantio direto, mas muito ainda tem se que avançar, pesquisas têm que ser feitas para efetivamente, principalmente nas regiões mais quentes, possam ter essa cobertura na palha, que é benéfica para os microorganismos e para a conservação do grande patrimônio que essa tecnologia alcança: o solo”, defendeu.

História
Iniciado há quatro décadas no Brasil, o sistema de plantio direto na palha foi enaltecido pelo presidente da Fundação Agrisus – Agricultura Sustentável, Antônio Roque Dechen. “O Brasil produtivo hoje é resultado de pessoas com empenho, garra, visão de futuro e conservacionismo que plantaram há 40 anos o sistema de plantio direto na palha. Plantaram, naquela data, a sustentabilidade no agronegócio brasileiro”, destacou ao enaltecer o trabalho do agricultor brasileiro e o agronegócio brasileiro como agente de grande representatividade econômica no Brasil. Na solenidade de abertura do encontro precursores do sistema no Brasil foram homenageados.

Fonte : Ascom/UFG.

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