Pesquisadores do Reino Unido e do Brasil mostraram resultados de estudos e puderam trocar experiências relacionadas à utilização racional dos recursos hídricos, saneamento e produção de energias alternativas durante workshop sediado no IFG – Câmpus Goiânia, nesta quinta-feira, 15. O evento tem sido realizado em Goiânia desde o dia 13, porém, hoje foi o único dia em que o público em geral pôde conferir as discussões acerca da temática do workshop.

A ideia de promover a interação entre os pesquisadores partiu da parceria entre o Instituto Federal de Goiás (IFG) e a University College London(UCL). “Essa colaboração é uma oportunidade para trazermos futuras parcerias entre o Reino Unido e o Brasil, principalmente aqui em Goiás”, destaca a professora Luiza Campos, da UCL.

Ela elogia a disponibilidade de instituições como o IFG e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), que fomentou parte da realização do evento, e enfatiza o campo existente no Brasil para a realização de pesquisas na área de saneamento e energias. “No Reino Unido, a implementação de instalações piloto é muito cara. Aqui é mais fácil. Então, essa oportunidade é uma coisa que atrai”, afirma. O Workshop também recebeu fomento do Conselho Britânico, por meio do Fundo Newton, dentro da parceria estabelecida entre a instituição e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), entidade da qual a Fapeg faz parte.

Um dos principais objetivos deste evento, proposto pelo Câmpus Goiânia, é a redução de custos nos serviços de abastecimento de água e saneamento, tanto para o Brasil, quanto para o Reino Unido. Na oportunidade, os pesquisadores estrangeiros puderam saber um pouco mais sobre projetos desenvolvidos pela Saneago, Celg, Funasa e FIEG, apresentados durante mesa-redonda intitulada “Atividades de extensão com a Indústria”.

Experiência britânica
Além de aprender sobre os sistemas brasileiros de saneamento e experiências com comunidades onde o acesso à água e esgoto é mais escasso, os pesquisadores da University College London apresentaram modelo de abastecimento e tratamento de resíduos, cujo foco está na manutenção sustentável.

Professora da UCL, Luiza Campos explica que esse modelo consiste em acompanhar o fluxo da água desde sua nascente, passando pelo abastecimento das residências, o tratamento do seu resíduo, até sua reutilização e descarte. “A água, o esgoto e a energia, eles estão integrados”, conclui.

Nesse modelo, o resíduo da água, que seria descartada, recebe tratamento e, por sua vez, acaba se transformando em matéria-prima para produção de fertilizantes ou para energia. “É o que chamamos de gold green (ouro verde). Tanto a água residuária, quanto do lôdo, eles têm um grande potencial para se recuperar. Deles, podemos retirar nutrientes para produzir fertilizantes e, também, energia. A gente está querendo explorar isso no sistema de água e esgoto, tentando fechar o ciclo, e também desenvolver o sistema de apoio às pequenas comunidades, para que elas sejam mais sustentáveis e, com isso, demandem menos energia”, detalha a professora.

Colaboração
O Câmpus Goiânia do IFG – por meio dos cursos de graduação e pós-graduação na área ambiental – possui diversas pesquisas que abordam a reutilização da água, além do uso de fontes alternativas para a geração de energia. A relevância dos estudos atraíram parcerias com demais universidades internacionais, como Universidade de Poiters, na França, além de instituições na Finlândia, Itália e Alemanha – vale lembrar que será realizado na próxima semana, no Câmpus Goiânia, o 6º Encontro Brasileiro-Alemão com o tema: “Tecnologias de valorização de resíduos e coprodutos da indústria da cana-de-açúcar”.

Ex-aluna do IFG – quando a instituição ainda recebia o nome de Escola Técnica Federal de Goiás – Luiza diz que essa parceria é produtiva não apenas pelo intercâmbio de pesquisadores e conhecimento, mas pela possibilidade de aproximar os objetos de estudo da comunidade. “As pessoas possuem o sistema de água e esgoto encanados, mas não sabem para onde vai o resíduo depois que se dá descarga. Não sabem quais são os custos disso, o que se pode fazer com ele. Nós precisamos de centros de tecnologias, onde nós possamos abrir as portas para a comunidade, para as crianças virem e poderem aprender que os resíduos que produzimos em casa podem ser coletados e reaproveitados”, reforça a professora.

Workshop
O workshop sobre Água, Saneamento e Energia Conexa busca contribuir para a interação entre doutores do Brasil e do Reino Unido, pesquisadores e comunidade, além de instituições de saneamento, água e energia em Goiás. O evento, que segue com atividades nesta sexta-feira, 16, é coordenado pelos professores do IFG – Câmpus Goiânia, Warde Antonieta da Fonseca – Zang e Fernando Schimidt, que propuseram a ideia do encontro entre Brasil e Reino Unido, além da professora Luiza Campos, da University College London. A iniciativa conta ainda com colaboração da Coordenação de Relações Internacionais do IFG, por meio da coordenadora Suelene Vaz da Silva e da servidora Ingrid Lucy Klein.

Nesta quinta-feira, prestigiaram as atividades o diretor-geral do IFG – Câmpus Goiânia, Alexandre Silva Duarte; o reitor em exercício, Adelino Candido Pimenta; e a presidente da Fapeg, Maria Zaira Turchi. Marcaram presença também pesquisadores de instituições como o Instituto Federal Goiano, Instituto Federal de São Paulo, Universidade Federal de Goiás, dos núcleos de pesquisa do Câmpus Goiânia, além de gestores do IFG.

Participaram da mesa-redonda “Atividades de extensão com a Indústria” o engenheiro eletricista do setor de tecnologia e pesquisa da Celg, Rafael Nielson; a presidente da Funasa, Márcia Coutinho; e Mauro Aparecido de Sousa, da Saneago.

As atividades foram abertas com apresentação da Banda Sinfônica Nilo Peçanha, formada por alunos do curso técnico integrado em Instrumento Musical.

Confira aqui mais imagens do evento.

Fonte: Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia.