Fapeg realiza seminário final do Programa de Pesquisa para o SUS

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), abriu hoje, 23, no Hub Goiás (Centro de Excelência em Empreendedorismo Inovador), em Goiânia, o Seminário de Avaliação Final da 7ª edição do Programa de Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS). O evento prossegue até amanhã, 24, e reúne professores, pesquisadores, representantes dos governos estadual e federal e gestores de saúde para apresentar, discutir e avaliar os resultados de 20 projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação financiados pelo Programa.

Os projetos foram selecionados através do edital 05/2020, que investiu R$ 2.137.500,00, sendo R$ 1,5 milhão do Decit/SCTIE/ do Ministério da Saúde, repassados pelo CNPq e R$ 637.500,0 da Fapeg/Tesouro do Estado de Goiás para capital e custeio e bolsas IDTI, mestrado e doutorado. Cada projeto recebeu um valor máximo de R$ 150 mil.

Os coordenadores dos projetos de pesquisa estarão apresentando suas pesquisas para uma banca de avaliadores de alto nível e gestores de saúde. As pesquisas foram desenvolvidas em vários eixos temáticos em busca de novos medicamentos, novos embasamentos para políticas públicas, novos protocolos e diagnósticos, prevenção, tratamento e controle de doenças num trabalho que envolve estratégias como o uso da nanotecnologia, da inteligência artificial, da biomedicina e uma infinidade de áreas de conhecimento. São produtos que têm potencial para serem incorporados nos atendimentos prestados pelo SUS à população goiana.

Abertura
A mesa inicial foi composta pelo secretário estadual da Saúde, Sérgio Vencio, pela coordenadora Nacional do PPSUS, Marge Tenório, pelo presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), Marcos Arriel, e pelo diretor Científico e de Inovação da Fapeg, Cláudio Leles.

O secretário da Saúde abriu a solenidade classificando como “brilhante o Programa para o SUS: Gestão Compartilhada, de fomento à pesquisa científica com resultados aplicados em benefício da população, principalmente por ser um programa contínuo, uma política pública de Estado”. O secretário destacou a marca do Governo Caiado de empenho e motivação para o apoio à pesquisa, que é a base do conhecimento e o motor para o desenvolvimento.

Em seguida, a coordenadora nacional do PPSUS, Marge Tenório, enalteceu a força dos pesquisadores desta edição do Programa que “ao receber os recursos públicos de fomento para a execução dos projetos foram pegos de surpresa pela pandemia de Covid-19, e hoje conseguem entregar os seus resultados de conhecimento científico em forma de produto para a população. Os resultados vêm em forma de novos protocolos, de mudanças de fluxos, novos medicamentos”.  Falou da importância da parceria da Secretaria da Saúde na Oficina de seleção dos eixos temáticos para elaboração do edital, onde são detectadas as reais carências da população usuária do SUS e na colaboração durante os seminários de avaliações parciais e finais. Destacou, ainda, a parceria com a Fapeg para o encaminhamento do processo administrativo, “tudo dentro da complexidade do Manual do PPSUS que foi cumprido com excelência”.

A Fapeg atua na etapa de elaboração e publicação da chamada pública, submissão das propostas, enquadramento, avaliação ad hoc, análise pela Comissão de Especialistas, a Comissão de Avaliação Presencial, aprovação final pelo Comitê Gestor. Depois da contratação das pesquisas pela Fapeg, acontece a etapa de acompanhamento e avaliação, quando são realizados os Seminários de Avaliação Parcial e Final dos trabalhos de pesquisa.

 Marge Tenório falou da necessidade de todos os atores envolvidos trabalharem de forma alinhada e adiantou que a próxima edição do PPSUS – a oitava – trará inovações e maior volume de recursos a serem investidos. A coordenadora lembrou que o PPSUS é uma iniciativa de gestão compartilhada, com a coordenação do Ministério da Saúde, mas toda a operacionalização é sempre discutida e definida com a Secretaria da Saúde e Fapeg em prol das carências da população. 

Agradecimento
Um discurso de agradecimento pelo sucesso da 7ª edição do programa foi feito pelo presidente da Fapeg, Marcos Arriel, ressaltando que a Fapeg está preparada para participar da próxima edição do PPSUS. Agradeceu a parceria do PPSUS, da Secretaria da Saúde, do CNPq, das equipes de servidores da Fapeg, dos avaliadores dos projetos, dos pesquisadores que escolheram o edital para dividirem seus projetos de forma a aproximar o conhecimento científico para dar respostas aos problemas da sociedade. “A expectativa é que grande parte destas pesquisas seja implementada e possa impactar de imediato e positivamente a população usuária do SUS”, comentou Arriel.

Avaliações
Em seguida, o gerente científico da Fapeg, Fritz Kasbaum, conduziu os trabalhos de apresentação e de avaliação de mérito técnico-científico e de avaliação de relevância sócio sanitária das pesquisas.

Primeira infância
A primeira pesquisadora a presentar seu estudo foi a professora doutora Luciane Ribeiro de Rezende Sucasas da Costa, professora de Odontopediatria do curso de Odontologia da Universidade Federal de Goiás (UFG) que coordenou uma equipe multiprofissional para a pesquisa Avaliação prospectiva do desenvolvimento da primeira infância junto à estratégia saúde da família em Goiânia-Go. Eles acompanharam equipes da Atenção Primária do SUS da Unidade de Saúde da Família Estrela D’Alva, em Goiânia, para uma avaliação do Desenvolvimento na Primeira Infância. Os pesquisadores analisaram a aplicação de políticas públicas voltadas a este segmento.

Por meio de avaliações médicas, odontológicas e psicológicas a equipe descobriu que um terço das crianças de zero a cinco anos de idade tem suspeita de atraso de desenvolvimento, tem obesidade ou desnutrição, que suas mães estão de uma forma preocupante com níveis de depressão e que os agentes comunitários de saúde ainda não se sentem capacitados para promover o desenvolvimento dessas crianças nesta faixa etária nas visitas domiciliares e outros níveis de atenção. A ideia é que os dados produzidos sejam indicadores que possam fundamentar ações de qualificação da Estratégia Saúde da Família em competências voltadas à promoção do desenvolvimento na primeira infância, entre outras ações.

Pesquisas
Neste primeiro dia do seminário também estão sendo apresentados os resultados das seguintes pesquisas: Estado nutricional, consumo alimentar e saúde mental na gestação e pós-parto e desfechos materno-infantis; Avaliação do valor preditivo e prognóstico de linfócitos infiltrantes ao tumor e células tronco tumorais em mulheres com câncer de mama; Fatores prognósticos associados aos desfechos do tratamento do câncer de boca: impacto das variáveis clínicas e fluxo de atenção no contexto do SUS; Avaliação de estratégias no enfrentamento dos impactos psicossociais da pandemia de covid-19 no Estado de Goiás.

No período da tarde serão apresentadas as pesquisas:Rastreamento de papilomavírus humano, Chlamydia trachomatis, Neisseiria gonorrhoeae, e Herpesvirus humano na cavidade oral e orofaringe: prevenção de infecções sexualmente transmissíveis em populações em situações de vulnerabilidade socioeconômica; Pesquisa de infecção por riquétsias do grupo da febre maculosa em cães, equinos, capivaras e em seus respectivos carrapatos em regiões sob vigilância epidemiológica no município de Goiânia – Goiás; Formulação mineral de baixo custo e reduzido impacto ambiental para controle do vetor da febre maculosa brasileira (amblyomma sculptum); Descoberta de inseticidas eco-sustentáveis para o controle populacional de aedes aegypti utilizando inteligência artificial; Nanobiotecnologia verde aplicada ao controle de vetores e hospedeiros intermediários de importância médica (projeto nanomed verde).

O PPSUS
O PPSUS: Gestão Compartilhada é uma iniciativa do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do Ministério da Saúde (MS), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES) e constitui uma ferramenta potencialmente indutora para que os principais problemas de saúde da população figurem entre as linhas prioritárias de investigação dos pesquisadores brasileiros. Além disso, contribui para aumentar a experiência e a produção científica dos pesquisadores.

Fotos: Secretaria Estadual da Saúde (SES)/Comunicação

Assessoria de Comunicação da Fapeg

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