Com apoio da Fapeg, pesquisa desenvolve feijão resistente à doença quarentenária

O feijão é um alimento base no prato do brasileiro e é a principal fonte de proteína de muitas famílias. Pensando na importância social e econômica dessa cultura, a Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a Embrapa Arroz e Feijão, vem desenvolvendo variedades de feijão que possuem o gene que confere resistência à bactéria Psedomonas syringae pv. phaseolicola, que ocasiona o Crestamento Bacteriano Aureolado do Feijoeiro, doença capaz de ocasionar grandes perdas na produção. Essa bactéria é considerada um patógeno quarentenário, ou seja, ainda não está disseminada por todo o território brasileiro e apresenta alto risco para a agricultura do país, já que está presente em países da América do Sul, como a Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Venezuela.

Para o melhoramento preventivo, foram realizados os cruzamentos de duas fontes de resistência à doença com a cultivar de grãos carioca BRS Estilo, que apresenta alto potencial produtivo e estabilidade de produção. O estudo conta com duas variedades desenvolvidas: uma possui um gene que confere resistência a sete raças (raças 2, 3, 4, 5, 7, 8 e 9) e outra com resistência a quatro raças (raças 1, 5, 7 e 9).

A pesquisa, ainda em andamento, utilizou várias gerações, entre o cruzamento, a colheita das sementes, acompanhamento das etapas e processos laboratoriais, para que se tivesse a certeza de uma planta que contivesse os genes de resistência. Como é uma condição não presente no Brasil, a inoculação e, por consequência, o teste prático desta variável não são possíveis, mas representam uma etapa crucial. Nesse sentido, para que se estabeleça uma cultivar, estado em que a semente está pronta para ser comercializada, serão necessárias as parcerias com instituições internacionais, a fim de se comprovar a eficácia.

Enquanto perspectiva para pesquisas futuras, a união dos dois genes em uma mesma planta confere a resistência de oito raças (1, 2, 3, 4, 5, 7, 8 e 9), das nove conhecidas da bactéria. Já para a raça 6, caracterizada como menos virulenta, serão necessários outros estudos, capazes de indicar qual o gene que confere resistência à bactéria.

Parcerias

Com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a doutoranda em Genética e Melhoramento de Plantas da Escola de Agronomia (UFG), Laysla Morais Coêlho é orientada pelo professor e pesquisador Thiago Lívio Pessoa Oliveira de Souza, e conduz a pesquisa na Embrapa Arroz e Feijão, como parte do Programa Nacional de Melhoramento Genético Preventivo. O objetivo é desenvolver variedades de feijão-comum da classe comercial carioca resistentes ao Crestamento Bacteriano Aureolado. “São muitos anos de pesquisa para conseguir uma variedade resistente. Antes mesmo que a bactéria chegue, o ideal é que essas cultivares já estejam disponíveis para que não se tenha muitos prejuízos. O valor social e econômico para o Brasil e para o brasileiro é muito grande”, afirma Laysla, ao abordar a importância da prevenção principalmente de bactérias, que não possuem produtos específicos para o seu controle, além das cultivares resistentes e técnicas de manejo.

Fonte: Secom-UFG ( Texto de Maria Eugênia Nalini)

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