Presidente da Fapeg palestra sobre pesquisa aplicada à economia 4.0 no II Integra

Vieira fala sobre envolvimento de instituições e pesquisadores para garantir recursos públicos, como a pesquisa contribui para economia 4.0 e como ela se concretiza no Brasil e em Goiás

II Integra - Palestra RobsonCom o tema “A pesquisa na era da economia 4.0”, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), Robson Vieira, palestrou na quinta-feira, 26, no último dia de trabalhos do evento virtual II Integra, promovido pelo Instituto Federal Goiano (IFGoiano). A mediação do encontro foi realizada pelo Prof. Dr. Nadson Carvalho Pontes, do IFGoiano-Campus Morrinhos.

O presidente da Fapeg abriu a palestra pontuando que é necessário um envolvimento de instituições e pesquisadores para que as estratégias de fomento à pesquisa no Brasil sejam monitoradas, pois sem a consistência de recursos, a ciência não evolui. Vieira ressaltou que há leis estaduais que destinam recursos à pesquisa e que é necessário estar atento a elas. O presidente da FAPEG também destacou a importância de uma articulação no Estado para a criação de um Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia e de uma Academia de Ciência e Tecnologia. Para isso, a área de pesquisa deve se aproximar da política e de políticos, tanto na esfera nacional quanto estadual, para debater e garantir projetos que destinem recursos para pesquisa em Goiás.

Pesquisa e Economia 4.0

Em se tratando da pesquisa aplicada à Economia 4.0, o presidente da Fapeg afirma que pode ser definida conceitualmente como a produção e inserção de conhecimento nos diversos processos produtivos e organizacionais que levam a soluções inovadoras em todas as áreas econômicas. De acordo com ele, quanto maior o ‘estoque de conhecimento’ de um país ou região, maior o número de inovações. O que caracteriza o estoque de conhecimento é o investimento em Projetos de Desenvolvimento e Pesquisa (P&D), que no Brasil está concentrado 90% em Universidades, mas também em Centros de Pesquisa, P&D de Empresas e Startups.

Em um ranking nacional de inovação, Goiás ocupa a 20ª colocação quando considerados os indicadores de Investimento Público em P&D; Patentes;  Bolsas de Doutorado e Mestrado; Empreendimentos Inovadores e Pesquisa Científica. Para alavancar essa posição, Vieira destaca que a Fapeg tem buscado aumentar a captação de recursos públicos e privados para investimento em P&D, realizou um convênio com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) para treinar pesquisadores sobre o processo e a importância da propriedade intelectual e tem disponibilizado bolsas de pesquisa, inclusive com um novo edital previsto para ser lançado em dezembro. “Houve uma melhora de Goiás nesse ranking de 2019 para 2020 e tem sido investidos recursos para melhorar ainda mais em dois anos”, afirma o presidente da Fapeg.

Sobre as áreas de investimento da Economia 4.0, Vieira destacou quatro: Agricultura, Saúde, Indústria e Cidades Inteligentes. Dentro dessas áreas, existem as chamadas tecnologias exponenciais, capazes de dobrar em poder de inovação a cada 12 e 24 meses e das quais ele evidenciou seis para investimento massivo:  Materiais Avançados, Inteligência Artificial (IA), Biotecnologia, Segurança Cibernética, Estoque de Energia e Computação Quântica.

“Inteligência Artificial têm sido uma área de muita evidência em nível mundial e um dos tópicos prioritários aqui em Goiás. No entanto, ao contrário de países como China, Canadá e Dinamarca, que possuem metas bem definidas para investimento em IA, o Brasil ainda não possui um plano final, com metas bem estabelecidas. A Portaria nº 1.122, que trata do tema, por ora, apenas traça eixos verticais e transversais sobre tecnologias habilitadoras ou exponenciais”, ressalta o presidente da Fapeg.

Para Vieira, apesar de alguns entraves, o Brasil possui iniciativas importantes em IA que já estão em curso. Entre elas estão os Centros de Pesquisa, a chancela Empresa Brasileira de Pesquisa Inovação Industrial (Embrapii) e o fomento a autores de pesquisa. Trazendo para o nível estadual, a Fapeg tem investido em quatro principais premissas que são: captar recursos da iniciativa privada, fortalecer e desenvolver bons projetos para trazer e fixar talentos em Goiás, aumentar o número de Centros de Excelência (CEs) com foco na conversão de pesquisas em produtos – atualmente existem dois (Ceia e Ceagre) e com a previsão para lançar mais três- e fomentar pesquisadores.

O presidente da Fapeg encerrou apresentando dois exemplos concretos da Economia 4.0 aplicada com recursos da fundação em parceria com outras instituições. O Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia) foi criado junto com a Universidade Federal de Goiás (UFG). Em um ano de existência, o Ceia ultrapassou as metas estabelecidas de captação de recursos e de bolsistas de outros estados, obteve uma das três chancelas Embrapii existentes em Goiás e implantou dois projetos para aplicação no governo do Estado: o Chatbot para casos suspeitos de Covid-19 e a Plataforma de Correção Automática de Redação e possui mais dois projetos em fase de desenvolvimento.

Já o Centro de Excelência de Agricultura Exponencial (Ceagre) é resultado da parceria entre a Fapeg e o IF Goiano em Rio Verde e será lançado oficialmente no próximo dia 3. O Centro de Excelência vai ser pioneiro na implantação da tecnologia 5G no País aplicada à Fazenda Modelo para testar tecnologias exponenciais. O objetivo é executar projetos de inovação para desenvolver o ecossistema do sudoeste goiano e gerar soluções de baixo custo para alcançar pequenos e médios produtores rurais utilizando e disponibilizando ferramentas como Internet das Coisas, Biotecnologia, Big Data e Inteligência Artificial.

Assessoria de Comunicação da Fapeg

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