I reunião virtual do fórum do Confap fala em união para fortalecer a ciência

Pela primeira vez na história, o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) promove o seu fórum nacional, virtualmente, como medida de segurança para os participantes, devido à pandemia do novo coronavírus. O encontro aconteceu nesta sexta-feira, 3, e contou com a participação de presidentes e representantes das 26 Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) dos Estados, além de representantes de entidades acadêmicas e científicas, ministérios e agências de fomento federais e internacionais, como Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Academia Brasileira de Ciências (ABC), Iniciativa para Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.br), Setor de Pesquisa e Inovação da delegação da União Europeia no Brasil, Wallonie-Bruxelles International, Embaixada do Reino Unido, Fundação Bill & Melinda Gates/Global Health Strategies e British Council. O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), Robson Vieira e a diretoria da instituição participaram do evento.

Na parte da manhã, o fórum foi aberto ao público e transmitido pelo canal do Confap no YouTube. Da mesa diretora participaram o presidente do Confap, Fábio Guedes Gomes; o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich; o presidente da Capes, Benedito Aguiar; o presidente da Finep, general Waldemar Barroso; e o presidente do CNPq, Evaldo Vilela, que representou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes.

Um discurso afinado marcou as falas dos participantes: o fórum se traduz em uma oportunidade para buscar a união de esforços e planejamento conjunto de ações dos que promovem a ciência, tecnologia e inovação no sentido de programar um plano para recuperar o setor após a pandemia, já que o Brasil enfrenta, além da crise sanitária, uma grave crise econômica.

Ainda durante o evento, foram lançados os Programas Peld e Protax, uma parceria do CNPq e Confap; a chamada pública de Modernização e Qualificação de Laboratórios Emergentes para Infraestrutura NB3, entre MCTIC/Finep/Confap; anunciado ainda para este mês, o lançamento da Chamada do Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação – Parcerias Estratégicas nos Estados, Capes/Confap ; e feita a divulgação da parceria entre Confap e CLP-Liderança Pública: Ranking de Competitividade dos Estados.

“Temos que pensar em um futuro pós-pandemia. Como o Brasil vai sair dessa recessão tremenda que estamos enfrentando? Como vamos evitar a fragilização do país em futuras pandemias que podem ocorrer, em futuros desastres que podem vir? Esse é o desafio que todos nós temos, comunidade acadêmica, gestores de Fundações de Amparo à Pesquisa, CNPq, Capes, Finep”, ressaltou o presidente da ABC, Luiz Davidovich.

Ele apontou como um grande desafio a luta pela recuperação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), criado em 1969 com o objetivo de financiar a inovação e o desenvolvimento científico e tecnológico, com vistas a promover o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Segundo Davidovich, o orçamento aprovado do FNDCT para o setor previa a destinação de R$ 5,2 bilhões, mas destes, R$ 4,6 bilhões estão contingenciados. “É preciso recuperar esse fundo. Essa situação é muito grave e prejudica a inovação das indústrias. Estamos vivendo uma desindustrialização severa o que transparece na queda crescente dos números de pesquisadores em tempo integral nas empresas”. Em 2002, aponto ele, 40% da força de pesquisadores em tempo integral estavam em empresas, em 2011 o percentual caiu para 26%, disse ele.

O presidente da Finep apresentou o mapa da inovação da Finep, e as ações que a instituição está fomentando, neste momento, que vão implicar na redução dos impactos da pandemia de Covid-19 no sentido de proteger e salvar vidas. Ele ressaltou a importância do trabalho conjunto para combater a pandemia e sobre as novas formas de apoio e linhas de financiamento que a Finep disponibilizou para o combate ao coronavírus.

Benedito Aguiar falou da trajetória da Capes, que está completando 69 anos de fundação desempenhando um papel fundamental na expansão e consolidação da pós-graduação no País e falou do lançamento da chamada do Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação – Parcerias Estratégicas nos Estados que prevê a concessão de 1.800 bolsas de pós-graduação (mestrado, doutorado e pós-doutorado) aos programas de pós-graduação considerados emergentes e em fase inicial de implantação, com notas 3 ou 4 na avaliação.  “Esse programa vai contribuir para reduzir assimetrias e identificar as vocações regionais. Também falou do orçamento que foi reduzido e sobre como melhor utilizar o recurso em prol do desenvolvimento social e econômico a partir do olhar regional.

Representando o ministro Marcos Pontes, o presidente do CNPq, Evaldo Vilela, ressaltou a qualidade da produção acadêmica das universidades e institutos e falou da necessidade de união para a busca de novos recursos para manter laboratórios, bolsas. Ele acredita que a pandemia colocou a ciência no centro das atenções, popularizou muitos conceitos e que o setor precisa aproveitar esse gancho para abrir cortinas em outras áreas. Ressaltou o importante papel do Confap e suas Fundações ao conectar agências federais e internacionais e as demandas reais de cada estado, pois as fundações estão onde os problemas existem, aplicando a ciência independente de bandeiras políticas”. Somente com a união, entende ele, será possível colocar a ciência como pedra basal para o desenvolvimento, seja com pesquisa básica, aplicada ou de fronteira.

O presidente do Confap e também presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal), Fábio Guedes, ressaltou que, além da paixão, a visão de que a ciência é um eixo estruturante do desenvolvimento econômico e social do País é o que une os participantes do fórum. Ressaltou o papel do Confap na coordenação de um plano macro e coletivo com as fundações de amparo e parceiros nacionais e internacionais para o desenvolvimento de grandes projetos em prol da sociedade. Ressaltou ser a ciência o eixo estruturante do desenvolvimento econômico e social do país e, o Confap e as FAPs são uma força coletiva. “Nesse momento de pandemia, 18 FAPs fizeram 21 Chamadas que chegaram a R$100 milhões, o que representa um número expressivo e, mostra que as Fundações também têm trabalhado muito nesse momento”, comentou.

O Fórum, que continuou com os trabalhos internos (sem transmissão pelo canal YouTube) foi ainda uma oportunidade para se fazer um balanço das atividades executadas até então em 2020, visto que praticamente todas as ações tiveram que ser replanejadas e reconfiguradas em razão da pandemia causada pela Covid-19. Também na pauta: as perspectivas em relação às parcerias internacionais.

Assessoria de Comunicação – Fapeg

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