ICPCovid Brasil avalia impacto da flexibilização das medidas restritivas no País

ICP Covid BrasilO foco da quarta etapa da pesquisa International Citizen Project Covid-19 (ICPCovid) realizada por um consórcio internacional formado por 20 países será conhecer o impacto da flexibilização das medidas restritivas no País por conta da pandemia do novo coronavírus. O questionário será disponibilizado a partir do próximo sábado, 6, no site https://www.icpcovid.com/pt-br/country/brasil .

A pesquisa tem como objetivo estudar o comportamento e as condições de vida da população durante os períodos de distanciamento social para conter a disseminação do novo coronavírus. O International Citizen Project Covid-19 (ICPCovid) é liderado pelo Prof. Dr. Robert Colebunders, da Universidade de Antuérpia, na Bélgica. No Brasil, o projeto é liderado pela bióloga epidemiologista, Dra. Edlaine Faria de Moura Villela, professora da Universidade Federal de Jataí/Goiás. Os pesquisadores realizam conjuntamente projeto de pesquisa sobre oncocercose (doença parasitária causada por infestação de vermes nematódeos) fomentado pelo Governo de Goiás, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). O projeto foi interrompido por conta da pandemia do novo coronavírus, que criou oportunidade para esse novo estudo.

Conheça alguns resultados preliminares
As fases anteriores da pesquisa já somaram mais de 30 mil questionários respondidos online. “Tivemos a participação de pessoas de todos os estados brasileiros. Observamos que estados com menos participantes na primeira fase marcaram presença na segunda fase e na terceira fase, como é o caso do estado de Goiás”, afirma a professora Edlaine.

“A partir da terceira fase, começamos a investigar pessoas diagnosticadas com Covid-19. Descobrimos que 32% dos participantes apresentaram sintomas gripais na primeira quinzena de maio. Pelo menos 7,1% tiveram contato com um caso confirmado. Do total de participantes, apenas 143 foram testados para a COVID-19 e 12,6% deram positivo. Dos casos confirmados, apenas 19,8% foram colocados em quarentena”, relatou a professora.

O estudo tem mostrado que o isolamento tem sido respeitado pela maioria, pois mais de 50% passaram a trabalhar em casa diante da pandemia, o que pode ter contribuído para atrasar o pico da pandemia no Brasil. 10% relataram que mudaram de residência por conta da pandemia. 57% relatam não ter tido nenhum contato com pessoas fora de casa há mais de uma semana. A professora ressalta que, “em relação às medidas preventivas individuais, a que mais chama atenção diante de uma comparação entre as fases do estudo é o uso da máscara facial: no início de abril, 45,5% não utilizavam, no final de abril 10% e após a primeira quinzena de maio, apenas 3% afirmaram não utilizar”.

“Um resultado que chamou nossa atenção é que pessoas 26% consideram que sua saúde mental tem sido afetada negativamente. Nesse contexto, 32% já apresentavam comorbidades antes da pandemia começar e 11% dos participantes foram diagnosticados com uma comorbidade no mês de maio. As principais enfermidades relatadas foram hipertensão, diabetes e asma. As pessoas apresentaram maior preocupação com a própria saúde no final do mês de abril, no entanto observamos uma queda na terceira fase, que ocorreu entre 15 e 20 de maio”, destacou a coordenadora do estudo.

O Observatório de Epidemiologia e Serviços de Saúde (EpiServ), também coordenado pela professora, recentemente ganhou um site, o qual tem sido atualizado semanalmente pelos discentes envolvidos no ICPCovid. No momento, o EpiServ acaba de implantar sua Sala de Situação de Saúde. Acesse: episerv.com.br

Monitoramento
No Brasil, a primeira etapa da pesquisa aconteceu de 3 a 9 de abril. As informações estão sendo coletadas em intervalos regulares para monitorar as mudanças de comportamento e os indicadores de baixa adesão geral ou em grupos populacionais específicos. Os resultados parciais estão sendo divulgados em websites e mídias sociais. As autoridades sanitárias que tiverem interesse nas informações sobre o estudo para auxiliar nas estratégias e intervenções a serem adotadas podem entrar em contato com a pesquisadora responsável no Brasil: edlaine@ufg.br.

Edlaine explica que, posteriormente, o grupo internacional fará um comparativo com os dados dos países participantes do consórcio. Além de servir de orientação para as políticas públicas, o estudo pode auxiliar a lidar com possíveis episódios recorrentes e na preparação de futuras pandemias. O estudo, ao ser realizado em diferentes países, vai possibilitar a identificação de estratégias mais eficazes ao fazer uma comparação dos dados locais obtidos nos questionários.

Grupos específicos

O ICP Covid também está sendo feito um estudo global sobre o impacto da pandemia no cotidiano de pessoas que vivem com HIV/AIDS e de pessoas com epilepsia.

Seguem os links para participação dos grupos específicos:

Epilepsia: https://www.icpcovid.com/pt-br/covid-19-e-pessoas-com-epilepsia

HIV – https://www.icpcovid.com/pt-br/covid-19-e-pessoas-que-vivem-com-hiv

Governo na palma da mão

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