Pesquisadores da UFG recebem premiação por métodos inovadores em toxicologia
Helenice Ferreira, da Assessoria de Comunicação Social da Fapeg
O Laboratório de Ensino e Pesquisa em Toxicologia In Vitro (Tox In), que reúne um grupo de pesquisa coordenado pela professora doutora Marize Campos Valadares, da Faculdade de Farmácia, da Universidade Federal de Goiás (UFG) recebeu o Prêmio “The 2018 Lush Prize”, na Categoria “Training and Education”, com o projeto intitulado: “Disseminando métodos alternativos no Brasil e na América do Sul: educação e treinamento para a substituição de animais na Ciência”. A professora Marize recebeu no último dia 16, em cerimônia realizada em Berlim, Alemanha, a premiação, considerada o “Oscar” na área de métodos inovadores em Toxicologia.
O Prêmio é uma iniciativa da Lush Prize Fund e da Ethical Consumer Research Association, instituições inglesas, que premiam grupos de destaque mundial em atividades que promovam a substituição dos animais no ensino e pesquisa.
O Projeto
“O homem não é um camundongo de 70 kg” – essa premissa norteia as atividades desenvolvidas pelo Laboratório de Ensino e Pesquisa em Toxicologia In Vitro (Tox In). O projeto vencedor mostrou as atividades do grupo de pesquisa, coordenado pela professora Marize, em treinamentos em metodologias substitutas ao modelo animal para estudantes, pesquisadores da academia e indústria e pesquisadores de agências regulatórias, no Brasil e América Latina. As atividades da pesquisadora no ensino com a introdução dos princípios da Toxicologia do Século 21 para estudantes de graduação e pós-graduação também receberam destaque. “Esse Prêmio levou o nosso trabalho desenvolvido na UFG ao pódio, mostrando ao mundo a nossa competência e habilidades para uma Ciência Inovadora” – afirma a professora Marize.
Apoio da Fapeg
“O prêmio traz recursos para a UFG, no valor de 50.000 libras (cerca de 240 mil reais), que serão extremamente importantes para a continuidade e avanços dos trabalhos deste grupo. Ao longo dos anos, a Fapeg tem contribuído em outros projetos do grupo Tox In, os quais desencadearam, em parte, os treinamentos”, ressalta a coordenadora do grupo.
São ideias desenvolvidas em território goiano, dentro da UFG, que levam o Brasil em destaque e à frente de instituições do mundo inteiro. Entre os finalistas do prêmio que concorreram com o Laboratório Tox In estavam diferentes organizações de toda parte do mundo, tais como China (“Guangzhou Chn-Alt Center for Alternative Research & Evaluation”), Eslováquia (“MatTek In Vitro Life Science Laboratories”), Japão (“Ms Kumiko Tatsumi”) e duas instituições da Holanda (“Syrcle Systematic Review Centre for Laboratory Experimentation – Department for Health Evidence Radboud University Medical Center” e “FCS-free database team, 3Rs-Centre Utrecht Life Sciences”).
O Laboratório Tox In também faz parte da Rede Brasileira de Desenvolvimento Humano (RedEH), que também foi premiada no mesmo evento com 50 mil libras na categoria “Lobbying”. A RedEH foi ganhadora pela ação, junto ao Conselho Nacional de Experimentação Animal (Concea), que resultou na Resolução Normativa nº 38, de 17 de abril de 2018, que proibirá o uso prejudicial de animais para o ensino superior em aulas demonstrativas e cognitivas a partir de 2019.
Outros prêmios
Em 2017, o grupo de pesquisa Tox In foi destaque em diferentes momentos. O aluno de doutorado da professora Marize, Renato Ivan de Ávila, também levou o grupo de pesquisa ao pódio: foi contemplado pelo “The 2017 Lush Prize”, na categoria “Young Reseacher Americas”, trazendo 10 mil libras para a UFG, recursos esses fundamentais na finalização de seu doutorado (data da sessão pública de defesa: 7 de dezembro de 2018, às 14 horas, Auditório da Faculdade de Farmácia – UFG). Renato foi contemplado com parte do seu trabalho de doutorado, 100% desenvolvido na UFG, intitulado “Applicability of the association of micro-DPRA and photo-micro-DPRA to identify the photosensitization potential of “real-life” mixtures”.
O também aluno da Marize, Artur Christian Garcia da Silva, conquistou o terceiro lugar na categoria “Desenvolvimento Tecnológico e Inovação” do Prêmio “MCTIC de Métodos Alternativos à Experimentação Animal”, com projeto intitulado “Modelo epitelial 3D aplicado a investigação de toxicidade ocular para suporte à inovação no Brasil”. Esse prêmio foi organizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e Comunicações (MCTIC), com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e colaboração institucional da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e patrocínio do Grupo Boticário. Artur também ganhou menção honrosa no XX Congresso Brasileiro de Toxicologia (CBTOX), com o trabalho intitulado “Reconstructed human Cornea-like Epithelium test for ocular toxicity assessment of eyebrow henna”.
Outro membro do grupo, Edvande Xavier dos Santos Filho, que finalizou seu doutorado esse ano, também foi destaque em primeiro lugar no XX CBTOX, na modalidade apresentação oral, com o trabalho intitulado “Effects of a mucoadhesive formulation containing curcuminoids (Zingiberaceae) and Bidens pilosa L. (Asteraceae) extract for prevention and treatment of oral mucositis”.