Conferência sobre o papel da Ciência na redução das desigualdades marca abertura do V Cepe

(Foto: CeCom UEG)

“A ciência é movida a perguntas. Então, eu começo perguntado a vocês: O que é desigualdade? ”, foi com essa provocação que a professora Maria Zaira Turchi, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), iniciou a Conferência de abertura do V do Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Estadual de Goiás (Cepe|UEG).

A palestra foi ministrada no Auditório do Câmpus Pirenópolis, na noite desta quarta-feira, 17.

Segundo Maria Zaira, quando se trata de desigualdades, quando pensamos nesse conceito filosófico, ético e político, é preciso levar em consideração uma série de aspectos, como: o que nos difere uns dos outros, o que uns possuem e outros não, a diferença de acesso a recursos materiais e simbólicos, a disparidade de capacidades e de oportunidades.

“E como podemos enxergar as desigualdades no cotidiano? ”, indagou outra vez a palestrante, afirmando em seguida que essa é uma questão que deve inquietar os educadores, já que o seu papel é formar pessoas que podem transformar realidades. “Há desigualdade de direitos, competitivas, regionais, nacionais, sociais”, citou, afirmando que ainda vivemos com muitas desigualdades.

Maria Zaira lembrou, porém, que já houveram avanços fundamentais na compreensão acerca dos direitos humanos, do respeito à diversidade de gênero, do que deve ser feito para reduzir as desigualdades sociais. “Nós somos diferentes, mas precisamos ter direitos iguais. E aí está uma outra palavra muito importante: equidade. Nós vivemos num mundo em que há várias diferenças e elas devem aparecer, porque nos caracterizam. Mas, nós temos que criar possibilidades para que haja equidade”, ponderou.

Nesse sentido, a presidente da Fapeg colocou que a busca por alternativas, por respostas aos problemas ainda não solucionados é tarefa de cada um, sobretudo daqueles que estão na universidade, que entendem que a educação e a ciência podem contribuir para encontrar os caminhos para reduzir as desigualdades.

E como a ciência pode atuar no enfrentamento às desigualdades?

(Foto: CeCom UEG)

Mais do que visionar o que a ciência pode fazer, para Maria Zaira é importante recordar o que já pôde ser feito por meio da ciência na história da humanidade, o quanto já se caminhou por meio dela para melhorar a vida das pessoas.

Nesse ponto, a professora apresentou ações concretas e exitosas que foram realizadas por algumas universidades, inclusive a UEG, com o apoio da Fapeg e que atingem justamente questões de desigualdade presentes na realidade goiana e brasileira, por exemplo: a disparidade de acesso à pós-graduação de mulheres e minorias raciais, de acesso a um atendimento de qualidade na área da saúde, de acesso à terra, de acesso a alimentos de maior qualidade.

Foram realizados editais específicos que contemplam grupos sub-representados, houve financiamento de diversas pesquisas na área de saúde, no setor agrário, na área da segurança e tudo isso mostra que a Ciência é instrumento de empoderamento e de inclusão, que a Ciência pode explicar os fenômenos sociais e apontar caminhos, que a Ciência é fonte de novos meios de produção e que é fundamental para a tomada de decisões.

Nesse sentido, a presidente da Fapeg destacou que a UEG tem trilhado um caminho de consolidação, porque continua investindo fortemente na graduação, na extensão e, principalmente, na pesquisa e pós-graduação. E os resultados têm sido uma produção de qualidade, são frutos de referência.

Para encerrar, Maria Zaira apontou as perspectivas de uma sociedade mais igualitária baseada no conhecimento científico: “A Ciência cria oportunidades, o conhecimento amplificado possibilita educação, gera riquezas e aumenta o bem-estar social e a qualidade de vida. A gente tem certeza e temos lutado por isso!”.

(Foto: CeCom UEG)

Cerimônia de abertura

Foi com o auditório repleto de estudantes, professores e diretores de diversos câmpus que a quinta edição do Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Estadual de Goiás (Cepe|UEG) foi aberta oficialmente na noite desta quarta-feira, 17.

A cerimônia de abertura contou com a presença do reitor da UEG, professor Haroldo Reimer; da presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), professora Maria Zaira Turchi, que no ato representou o governador do Estado, José Eliton; do pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Ivano Alessandro Devilla; do pró-reitor de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis, professor Marcos Torres; da pró-reitora de Graduação, professora Maria Olinda Barreto; e do representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico do Estado de Goiás (SED), o Gerente de Educação Superior, Rogério Emídio de Moura.

Representando toda a comissão de organização do V Cepe, o professor Marcos Torres afirmou que todos anos o Congresso se refaz como um espaço de diálogos, de encontros, de críticas e de reflexões. “É um espaço que constrói a identidade da UEG”. O pró-reitor também enfatizou que a inserção na sociedade do conhecimento deve ocorrer não apenas para se conhecer, mas, a busca deve ser pela obtenção de conhecimento para a transformação de vidas.

(Foto: CeCom | UEG)

Em sua fala, o professor Haroldo Reimer destacou que o Cepe foi “idealizado para ser uma possibilidade efetiva para discentes e docentes da UEG se perceberem, no conjunto, muito maiores do que o são na individualidade, nos seus câmpus e departamentos”.

O reitor agradeceu a equipe de organização do V Cepe e pediu desculpas aos estudantes, primeiramente, pelos transtornos causados devido ao atraso no pagamento das bolsas e também pelos contratempos ocorridos no deslocamento de alguns câmpus até Pirenópolis.

Haroldo Reimer convidou a todos a aproveitarem as ricas oportunidades que o Cepe proporciona em termos de compartilhamento de pesquisa, investigações, projetos, leituras e resultados, os quais mostram que a UEG contribui de forma marcante com a superação de assimetrias em Goiás.

“Porque de fato nós acreditamos que com ciência, por meio da ciência e que, por meio de mecanismos públicos, os avanços científicos podem ser canalizados para a redução de desigualdades e para fazer consolidar um país com paz, diversidade, justiça social e dignidade humana” ressaltou o reitor, retomando o tema da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

Adriana Rodrigues | CeCom | UEG

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