Com uma pauta bastante propositiva, tanto para o Estado do Espírito Santo, quanto para todas as unidades federativas brasileiras, o Fórum do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), em Vitória, foi realizado nesta semana, reunindo dirigentes das 26 Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) dos estados brasileiros e representantes de agências federais, organismos internacionais parceiros e convidados para discutir e deliberar sobre ações de fomento à ciência, tecnologia e inovação.

A programação teve início na quarta-feira, dia 29 de agosto, com a realização da solenidade de abertura na sede do Sebrae Espírito Santo. Na ocasião, foi assinado o Acordo de Cooperação Técnica entre o Confap e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) para cooperação mútua e criação de uma solução tecnológica para a consolidação de dados existentes nas FAPs e apoio à conformação de bases brasileiras em ciência, tecnologia e inovação e o apoio estratégico à tomada de decisão na gestão sobre o tema.

Também foram lançados editais da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), anfitriã do evento, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no valor de mais de R$ 10 milhões. Foram lançados os editais do Programa de Apoio a Núcleos Emergentes (Pronem), Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex), Programa de Infraestrutura para Jovens Pesquisadores e Programa Primeiros Projetos (PPP) e Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS).

A presidente do Confap, Maria Zaira Turchi, destacou o trabalho que a Fapes tem feito e a importância das Fundações para o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI). “A Fapes tem feito ações extremamente relevantes pelo Espírito Santo e conseguir lançar novas ações mostra o papel estratégico e fundamental feito pelas Fundações para o desenvolvimento dos Estados”, salientou.

Na mesma medida, o presidente da Fapes, José Antonio Bof Buffon, ressaltou a sinergia existente entre as Fundações que permitem que os Estados avancem no fomento à ciência, tecnologia e inovação. “O Confap tem uma dinâmica muito orgânica, no qual as FAPs conseguem atuar em conjunto e fomentar projetos nas diversas áreas, na internacionalização, na inovação”, pontuou.

Regionalização
Um dos pontos mais destacados em todo o Fórum do Confap, em Vitória, foi a questão da regionalização e da distribuição de ações e fomento para as diferentes regiões brasileiras, valorizando as particularidades de cada Estado. Na quinta-feira, dia 30, foi realizada a mesa redonda “Regionalização e Desenvolvimento: importância da Ciência e Tecnologia”, com a participação de Antônio Carlos Filgueira Galvão do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e Fernanda De Negri do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). A mensagem repassada por ambos foi a necessidade de ligar as políticas públicas com as necessidades locais, aparelhando os centros de pesquisa e universidades nas diferentes localidades, bem como manter a estabilidade financeira dos projetos e pesquisadores envolvidos nessa dinâmica.

O papel das FAPs foi evidenciado pela maturidade dos sistemas estaduais, diversidade de modelos e sistemas, que propiciam estratégias próprias e adequadas a cada região. Ao fim do Fórum, os presidentes deliberaram, ainda, pela criação de um programa nacional feito pelo Confap, seguindo as bases do Memorando de Entendimento assinados pelas FAPs, em Goiânia, no mês de novembro de 2017, que permitirá a criação de uma chamada nacional conjunta com a adesão das FAPs envolvendo as diferentes particularidades.

Parcerias
Ponto importante nos debates do Fórum do Confap, as parcerias com agências federais e organismos internacionais também foram destaque na programação. Do lado nacional, estiveram presentes representantes do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Entre os assuntos destacados, novas possibilidades de cooperação, como o Tecnova 2 e o Centelha, que já foram lançados para adesão das FAPs e que estarão abertos aos pesquisadores em breve. Também foi apresentado o escopo do projeto Confap-CRIS (Current Research Information Systems), desenvolvido em parceria com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), CNPq e Capes, para organizar dados das Fundações, permitindo estruturar ações a partir da integração desse banco.

Pelo lado internacional, apresentaram o status de programas desenvolvidos em parcerias com o Confap, representantes da Fundação Bill e Melinda Gates, do Conselho Britânico, do Fundo Newton, da União Europeia e da Embaixada da França. Na quarta-feira, dia 29, antecedendo o Fórum os parceiros internacionais do Confap também estiveram presentes em uma sessão informativa na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), organizada pela Fapes e pelo Confap, para apresentar potenciais áreas de interesse aos pesquisadores e maneiras de promover parcerias com entidades e pesquisadores internacionais, por meio dos instrumentos disponibilizados pelo Confap.

Durante a programação, foram lançados livros de dois presidentes de Fundações – “Outro Modo de Interpretar o Brasil”, de Fábio Guedes (Fapeal), e “Contribuições ao Desenvolvimento do Piauí e do Brasil”, de Francisco Guedes (Fapepi). Espaço ainda para discussões sobre a Rede Rebiotério, resultados da participação na 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em julho, em Alagoas, deliberações entre as FAPs e novos encaminhamentos. Os presidentes também visitaram o Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento do Espírito Santo (Cepid). O próximo Fórum Nacional do Confap deve ser realizado no mês de novembro.

Fonte: Coordenação de Comunicação Social do Confap