Ensino superior em destaque

 I Seminário Internacional de Educação SuperiorNos dias 4 e 5 de junho especialistas, professores e gestores do ensino superior em Goiás estiveram reunidos em Goiânia para o I Seminário Internacional de Educação Superior, uma realização da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em parceria com o Conselho Estadual de Educação de Goiás (CEE) e com a Universidade de Rio Verde (Unirv), e que contou com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg).

Entre os participantes do evento estiveram Maria Luisa Machado Cerderia, da Universidade de Lisboa, e o professor Bernhard Johannes Fichtner, da Universidade de Siegen, da Alemanha, nomes respeitados internacionalmente no campo da educação, que dividiram suas percepções e experiências com os colegas brasileiros.

Entre os pontos de destaque nos debates levantados nos dois dias estiveram: a expansão do ensino superior, acompanhada dos processos de internacionalização; e os desafios presentes na educação e na produção de conhecimento – temas que tanto brasileiros quanto estrangeiros concordam como fundamentais para pensar o ensino superior nos dias atuais. Durante o evento foram realizadas 13 mesas-redondas, 12 eixos-temáticos e apresentados 120 trabalhos de pesquisadores goianos e nacionais.

Ferramenta de mudança
Para o presidente do CEE, professor Marcos Elias o desempenho do estado está diretamente ligado ao desenvolvimento do ensino. “Os rumos que Goiás toma, no sentido de seu desenvolvimento passa necessariamente pelos rumos da educação superior. Como vamos construir um estado capaz de desenvolver ciência, tecnologia e a economia, e que assegure também a qualidade de vida da população? A educação superior tem respostas sobre isso”, afirmou.

O governador de Goiás, José Eliton Júnior, em sua fala na abertura do evento, reforçou essa visão ao frisar que a importância do Seminário ia muito além da educação, e que se referia também ao desenvolvimento da nação e do estado. “Fico feliz de ver na academia o ambiente saudável para projetarmos o amanhã. A academia precisa ser referencial”, disse.

Para a presidente da Comissão de Educação do Senado Federal, Cultura e Esporte, senadora Lúcia Vânia, a proposta do evento servirá de base para pensar estratégias para a educação no país, fato que o reitor da Unirv, professor Sebastião Lázaro Pereira, também salientou em sua fala.

A internacionalização também foi tema do encontro. O professor Haroldo Reimer, reitor da UEG, em sua fala ressaltou que esse processo é uma realidade, e mais que isso, também é indicativo da qualidade dos trabalhos desenvolvidos nas instituições. “A internacionalização se dá em diversas frentes, inclusive, não é só projetar a instituição internacionalmente, mas é também fazer a chamada internacionalização em casa”, explicou.

Como exemplo desse processo caseiro, Haroldo Reimer citou o caso da abertura, na UEG, do Vestibular Especial para Refugiados e Portadores de Visto Humanitário, que já garantiu acesso ao ensino superior a dezenas de pessoas com esses status.

Conferência de Abertura
A abertura do evento foi realizada no Teatro Basileu França, em Goiânia, e contou com as presenças de autoridades, entre elas, o governador José Eliton de Figuerêdo Júnior, e a presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), Maria Zaira Turchi. Após as falas iniciais, a professora Maria Luisa Machado Cerderia, da Universidade de Lisboa, proferiu a palestra de abertura do encontro. O foco de sua discussão foi o processo de internacionalização das instituições de ensino superior, em todo o mundo, questão a qual ela se dedica.

Segunda a professora “Discutir o ensino superior e a qualidade do ensino é vital em qualquer parte do mundo”. Para ela, a aquisição de conhecimento, que alie formação técnica e humana, é essencial para criar as condições que levem ao desenvolvimento.

Quanto à internacionalização, a professora explica que as instituições têm suas definições sobre as questões, mas os governos também precisam definir políticas públicas que contribuam com esse processo. “Muitos governos estão interessados nessa questão. China e Austrália, são exemplos”, disse citando que os dois países desenvolveram uma série de políticas que facilitam o processo de atração de pesquisadores de outras partes do mundo.

Olhar para si
O pró-reitor de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da UEG, professor Marcos Torres, explica que ao olhar para si a universidade tem condições de ampliar seu alcance. “Foi só a partir da percepção de que um contingente de pessoas se mantinha excluído do ensino superior, que as políticas de cotas puderam tomar forma, por exemplo. Por isso, a reflexão sobre o ensino superior é tão importante”, analisa.

O professor Bernhard Johannes Fichtner argumenta que é preciso mudanças na relação ensino-aprendizagem, a qual ele categoriza como perversa, e que para isso é preciso cada vez mais se debruçar sobre o tema. “É preciso entender que a lógica tradicional não leva a produção de conhecimento, mas a reprodução de paradigmas estabelecidos. Mas quais modelos utilizar? Essa é uma questão que não tem uma única resposta”, afirma.

Segundo o professor da Universidade Federal de Goiás, João Ferreira de Oliveira “a educação superior necessita ser pensada em perspectiva, tendo em vista as metas do PNE 2014/2024”.

Tanto as professoras Suelaynne e Maria Luisa quanto o professor Bernhard são categóricos ao afirmar que a educação é a porta para mudanças. “Estamos em um patamar de debates propositivos, que podem alavancar o potencial das instituições do país no caminho de educação superior com qualidade socialmente referenciada, garantindo assim sua democratização”, atesta a professora Suelaynne.

Fonte:  CeCom|UEG, com alteração

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